sábado, 11 de abril de 2020

QUAL É A DIREÇÃO?


QUAL É A DIREÇÃO?

Sempre gostei muito de viajar de carro, procuro fazer todo o roteiro com antecedência levando em consideração as eventualidades que porventura venha a acontecer na viagem.

Dirigir é um hobby maravilhoso para mim, quando morava com minha família no Recife, várias vezes fiz o trajeto do Recife para o Rio de Janeiro de carro. Fazia a cada viagem um trajeto diferente, conhecendo cidades e aproveitando para em família estarmos um pouco mais juntos. Que saudade dessa época, das meninas ainda criança, e a cada viagem uma nova aventura.

Em minha primeira viagem longo, comprei mapas, ainda não existia GPS, comprei fita K7 para que tivéssemos um fundo musical em nossa aventura, carro revisado, tudo pronto.

Era o início de 1994, o país sendo abalado com altíssima inflação, alta taxa de desemprego, eu e minha esposa tínhamos concluídos o curso teológico, e na bagagem um misto de expectativas, obediência ao chamado divino e um pouco de medo diante dos novos desafios.

Tudo pronto, saindo do Rio de Janeiro rumo ao Recife, a primeira de muitas viagens que fizemos. No meu planejamento viajaríamos durante o dia, evitando ao máximo encarar a estrada durante a noite. O primeiro dia foi tudo como planejado, um sucesso!

No segundo dia procuramos cumprir o planejamento, cálculo bem-feito, pretendíamos chegar à Itabuna no interior da Bahia. Não sei porque, e nem me martirizo por isso, mas errei no cálculo, anoiteceu e ainda faltava em torno de 200 quilômetros para chegarmos ao lugar planejado.

Passando por um vilarejo, vi um hotel na beira da estrada, decidi não pernoitar ali, a aparência externa não era das melhoras, e no meu arrogante planejamento o dia só iria terminar em Itabuna. Já noite, estava chuviscando e era a primeira vez que fazia uma viagem dessa monta. Uns duzentos metros depois do referido hotel, passando sobre uma lombada, o vidro do farol cai e quebra.

Agora a prudência fala mais alta, não tenho como prosseguir a viagem. O hotel da beira da estrada muito aconchegante, tudo muito bem arrumado e limpo. Deus me dando lições valiosas naquele dia e no dia seguinte. A aparências as vezes enganam, e que devemos aprender a ouvir e obedecer às ordens do Senhor.

No dia seguinte, depois de um delicioso café da manhã, pegamos a estrada, e para nossa surpresa, naquele ano havia chovido muito no sul da Bahia e a estrada estava totalmente destruída. Louvamos a Deus pelo livramento, e nunca mais nos esquecemos que para nos proteger Deus usa de inúmeras maneiras, inclusive permitindo que o vidro do farol de um carro seminovo e totalmente revisado, caia e quebre impedindo que eu continuasse em frente.

O capítulo 27 do livro de Atos dos Apóstolos, nos conta o naufrágio de Paulo junto com todos que estavam naquela embarcação. Antes daquele navio vir a pique, o estado emocional da tripulação e dos passageiros era de medo e desespero. O mar batendo forte, não se podia fazer diferença entre dia e noite, a coisa era desesperadora.

“Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente perdemos toda a esperança de salvamento. “ (Atos 27.20 NVI)

Os navegadores se guiavam pelo sol e pelas estrelas, sem uma coisa ou outra, estavam perdidos. Como em muitas situações, a esperança se foi, agora é só esperar o pior!

Existem pessoas que quando estão muito preocupadas ou atribuladas param de comer, não sentem fome. Nesse caso, se por uma questão cerimonial da sua religião, ou devido ao desespero, as pessoas naquele navio estavam fracas; muito fracas para o que viria pela frente. Paulo, o prisioneiro, assume a liderança; anima as pessoas a confiarem em Deus. “... Tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito. “  (Atos 27.25 NVI)

Na iminência de um naufrágio, Deus é glorificado, pessoas conhecem a quem Paulo serve, um testemunho da graça e da misericórdia de Deus. O Pão da vida (Jesus) é exaltado naquele momento de restauração do físico para os novos desafios.

Agora viajei na minha imaginação, o mar revolto, pessoas desesperadas, o navio sacudindo, Paulo pega o pão e dá graças na presença de todos e depois reparte com cada um. Um culto de celebração em meio a uma cena de desolação.

Uma vigem inesquecível para todos que estavam naquele navio. O centurião Júlio tratava Paulo com humanidade, pois ele era diferente.
Os demais foram encorajados pelo servo do Deus Altíssimo, e ninguém deixou de ouvir de Jesus. Ninguém se perdeu, um milagre do Senhor.

O mar está revolto, batendo muito forte, deixa o Espirito Santo te encorajar e saiba que mesmo em meio da tempestade o Senhor está conosco.

Continuo gostando de aventuras, viver é uma nova aventura a cada dia.

A maturidade e a experiência me ensinaram que viajar com Jesus é muito melhor, Ele é o Caminho que não nos deixa perder a direção!

Abraço,

Pr Cláudio Eduardo

OBS:
Dedico esse texto à Luci Meire, esposa querida que independente dos desafios está sempre ao meu lado; e a Luci Anne e Lidianne, filhas, presente de Deus, que aproveitaram cada momento nas diversas viagens que fizemos!

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