COVID-19
– ABRINDO A VISÃO! ...
Assim diz o Senhor, o Deus de Israel,
acerca das palavras que você ouviu: Já que o seu coração se abriu e você
se humilhou diante do Senhor, ... e porque você rasgou as vestes e chorou na
minha presença, eu o ouvi, declara o Senhor. (2 Reis 22:18,19 NVI)
Interessante, parece que os problemas do Sistema Único de Saúde
(SUS) começaram ontem, o sistema público que atende a
grande massa da população brasileira e que teria tudo para dar certo, virou
fonte de corrupção e sempre foi sucateado. Profissionais sem condições de
trabalhos, filas intensas, hospitais públicos lotados, famílias desesperadas e
aqueles que deveriam ser assistidos morrendo sem assistência e dignidade.
A COVID-19 está mostrando como está a saúde em
nossa Nação e nesse mundo chamado de civilizado. Na área da saúde observamos
com a maior clareza o quanto precisamos melhorar para que tenhamos justiça
social.
Educação, que disparate, um sistema público descomprometido
com educação e justiça. Num momento de isolamento social, crianças fora da
escola, professores sem recursos para compensar o tempo perdido, um tempo
precioso que jamais será recuperado. Ao mesmo tempo, alunos de colégios
particulares aproveitando ao máximo a tecnologia com aulas on-line, tarefas em
dia, com o mínimo de perca possível. Dois mundos, duas realidades, condições
diferentes sendo dadas as crianças, fico me perguntando:
- Como fazer justiça para com aqueles que não
tiveram condições iguais de preparação para competir por um curso superior ou
por um emprego?
A COVID-19 está dando visibilidade a um sistema
público de educação descompromissado com a justiça e a dignidade!
Onde viver mais virou um problema, essa é a
situação do mundo que vivemos; ficar velho é uma “via dolorosa” em terras
brasileiras. Quando chegamos as idades mais avançadas é momento que precisamos
comprar remédios, de uma assistência medica especializada, uma alimentação
adequada, uma moradia adequada, e pergunto se isso é possível com o valor mínimo
recebido de aposentadoria ou com os benefícios oferecidos pelo Estado.
A COVID-19 está dando visibilidade aos idosos,
homens e mulheres que ofereceram sua vida na construção daquilo que usufruímos
hoje. Os idosos são vulneráveis, sempre foram, e continuaram sendo. A saúde já
não é mais a mesma, a mobilidade é com limitações, os recursos são escassos,
pessoas inescrupulosas usando o sistema bancário com empréstimos impagáveis, e alguns
se tornando invisíveis no ambiente social, familiar e religioso, solitários
esperando a hora de ir para o cemitério. Como tem sido triste a situação de
muitos idosos.
Se você ainda tem pai, mãe, avô, avó, e amigos idosos,
valorize-o!
Mostre amor!
Desemprego, pessoas em situação de rua,
favelas, drogas, violências, misérias, fome, tudo isso tem existido, ano após anos,
governo após governo, geração após geração. Solidariedade em momento de
calamidade é nossa obrigação, mas vai a pergunta que não quer calar:
- E depois de tudo isso?
A COVID-19 está dando visibilidade está dando
visibilidade ao sofrimento do outro, aqueles que são vulneráveis, homens,
mulheres e crianças invisíveis e a margem de uma sociedade motivada pelo
consumo. Também temos visto muita gente fazendo alguma coisa para ajudar,
alguns já faziam antes, outros estão se chegando, mas diante das necessidades
precisamos de mais gente, que tenhamos ações imediatas para curto prazo e que
possamos numa grande rede de solidariedade a médio e longo prazo trazendo
dignidade e justiça social.
Mas essas não são minhas áreas, você poderia
pensar!
Não sou da área de saúde, da educação, de políticas
sociais ou especialista no trato com o idoso. Tudo isso tem me incomodado
muito, principalmente porque sou pastor e teólogo, e por isso quero te convidar
a fazermos um passeio pela religiosidade do nosso povo.
As igrejas estão se reinventando nesse período
de isolamento social, da sala da minha casa decido a qual pregador irei ouvir,
posso estar num culto em São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro ou fora do Brasil,
se não estiver gostando mudo de igreja sem sair do lugar. Alguns significados
estão sendo repensados: O que é “ser igreja”? Como posso seguir a Cristo? Como
ser e fazer discípulo? Pastores e diáconos ainda são para o nosso tempo? Dízimo
é para a nossa geração e se for onde entregar?
Vivíamos numa geração “templista” (inventei
essa palavra), onde nas reuniões coletivas estavam centralizadas a adoração, o
ensino, o discipulado e a comunhão. Os cultos eram o ápice e não podiam haver
falhas, afinal de contas o show tinha que ser da melhor qualidade.
Certa vez, afirmei a equipe de louvor da igreja
que trabalhava:
- Eu prefiro alguém desafinado louvando ao
Senhor com espiritualidade e um coração voltado a submissão e obediência a
Deus, do que um musico profissional usando de toda a técnica numa perfeição inimaginável
e sem intimidade com Deus.
Claro que isso é da intimidade de cada um, não
temos como medir ou avaliar quem é ou não íntimo de Deus, mas o nosso exterior quase
sempre mostra o que temos por dentro.
O COVID-19 impediu os “ajuntamentos solenes”,
os “templos” estão fechados, agora tudo é on-line, e tenho visto tanta gente
dizendo que estão com saudade da igreja, ou da comunhão dos irmãos. Já estive
em vários lugares chamados de “igreja” ou em ocasiões chamadas de “culto” que
entrei, fiquei e sai como se fosse invisível. Nem um sorriso, um aperto de mão,
um bem-vindo ou volte outra vez.
Então: O que estamos fazendo com a verdade do
evangelho? Qual o papel da Bíblia na nossa vida? Estamos realmente seguindo a
Cristo?
Estou lendo o livro de 2 Reis, hoje é capitulo
22, que nos conta o começo da história do reinado de Josias, um avivamento
jamais visto no meio do povo de Deus.
Ele fez o que o Senhor aprova e andou nos caminhos de Davi,
seu predecessor, sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda. (2 Reis 22:18,19 NVI)
Um exemplo, foi Josias para o seu povo e as gerações que
vieram depois dele. Alguém que escolheu ser obediente, submisso a Deus em
todas as circunstâncias da sua vida.
O nome Josias significa “Jeová apoia”, e ele
tomou posse e viver do apoio que somente o Senhor pode nos dar. Havia em Judá
religiosidade, sacrifícios e muita idolatria, os governantes e o povo haviam se
afastados da vontade de Deus. As reuniões solenes eram proforma, o livro da Lei
já não era mais lido e muito menos respeitados. Sacrifícios, celebrações
solenes e obrigações religiosas de um povo que não queriam saber do Deus Criador
de todas as coisas.
Avivamento começa com um retorno a Palavra de
Deus (“Encontrei o livro da Lei no templo
do Senhor”);
O conhecimento da Palavra leva ao
arrependimento (“Assim que o rei
ouviu as palavras do livro da Lei, rasgou suas vestes”); e
Tudo isso
e revelado numa atitude de restauração do lugar de Deus na nossa vida (Assim diz o Senhor, o
Deus de Israel, acerca das palavras que você ouviu: Já que o seu coração
se abriu e você se humilhou diante do Senhor, ... e porque você rasgou as
vestes e chorou na minha presença, eu o ouvi, declara o Senhor.).
Em tempo de calamidade, como estamos vivendo hoje, devemos
aproveitar a oportunidade para sairmos dessa situação mais fortes, mais humanos
e mais íntimos do Pai.
Que possamos sairmos melhores e fazermos o nome do Senhor
conhecido!
Que a igreja, reunida na celebração ou espalhada no dia-a-dia
de cada um de nós seja um agente de proclamação da esperança, de restauração de
dignidade e de proclamação de justiça social.
Aprendamos com Jesus, Ele amou os seus algozes, orou por eles
e fez o que precisava ser feito para que o Pai fosse glorificado!
Josias = Jeová apoia = Confiança e restauração!
Que a bondade do Senhor seja sempre sobre nós!
Abraço,
Preciso muito de suas orações!
Pr Cláudio Eduardo
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