Isaías, o profeta que clama por justiça ...
Se existe fascínio por personagens bíblicos, o
meu já está bem definido, Isaías no Antigo Testamento e Paulo no Novo
Testamento. Fico encantado pela maneira como esses homens marcaram o seu tempo.
Há quase cinco anos criamos um projeto de
leitura bíblica através de uma lista de transmissão, entendemos que mais
importante que a quantidade, a qualidade de absorção das verdades bíblicas era
a nossa prioridade.
Passamos a viver experiências maravilhosas na
caminhada bíblica em busca da excelência. Um capítulo da Bíblia por dia, sendo
lido, estudado, e buscando uma reflexão diária de aplicação e intimidade com o
Senhor.
Hoje tenho amigos que não conheço pessoalmente,
faço planejamento de visitar sua cidade, mas se isso não for possível, mantenho
a esperança de nos encontrarmos no céu.
Existe cinco livros da Bíblia que repetimos a
leitura todo ano, por entendermos a necessidade de mais de Cristo em nossa vida
e na sua igreja. Lemos todos os anos os Evangelhos e Atos dos Apóstolos. Na
minha experiência pessoal com a leitura da Bíblia, já perdi a conta quantas
vezes já li esses livros, mas a cada releitura uma coisa nova reaparece, é
fascinante.
Nesse momento o livro que estamos lendo é o Profeta
Isaías, alguém que provavelmente exerceu seu ministério entre 740 e 681 a.C.,
um período muito longo, sendo muito forte nas suas palavras contra a hipocrisia
religiosa do seu povo.
Quando escuto alguém falando sobre a vocação
profética da Igreja, trago algumas perguntas que servirão para nossa reflexão:
- Sabemos realmente o que significa ser
profeta?
- Como a Igreja pode exercer a sua função
profética nesses dias?
O Antigo Testamento me mostra o Profeta como sendo
alguém que ouvindo a voz do Senhor se dispõe a alertar pessoas e o povo do seu
pecado, das consequências e as atitudes que precisam ser tomadas na busca da
mudança de rota. Eram mal vistos por todos, alguns foram martirizados, outros
perseguidos:
“... enfrentaram
zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão,
apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram
errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e
maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e
montes, pelas cavernas e grutas. ” (Hebreus 11:36-38 NVI)
Os profetas declaravam:
- Vocês estão em rota de colisão com Senhor,
tratem de mudar, ou serão destruídos...
Então:
Estamos dispostos a sermos os profetas desses
dias?
Não precisamos de novas revelações, a Bíblia
está disponível para nos mostrar qual é a vontade de Deus, e o que precisamos
fazer para andar segundo o seu querer.
Não se esqueça, ser profeta é caminhar contra a
maré, é estarmos na contramão do valores e princípios desse mundo, é
escolhermos viver Deus em todas as circunstâncias!
O livro do profeta Isaías já começa clamando
por justiça, é fica muito claro que o problema está na liderança do seu povo, o
povo de Deus.
Uma religiosidade hipócrita, com rituais e
práticas que pareciam ser justas, como se Deus estivesse preocupado com a ação
e não com a intenção.
“Ouçam, ó céus!
Escute, ó terra! Pois o Senhor falou:
"Criei filhos e
os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi reconhece o seu
dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada
sabe, o meu povo nada compreende".
Ah, nação pecadora,
povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção!
Abandonaram o Senhor; desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram. ” (Isaías 1:2-4 NVI)
Continuando, de nada adianta praticas religiosas sem amor, um
Deus amoroso que se permite ser chamado de Pai e espera que seus filhos sigam o
seu exemplo.
“"Para que me
oferecem tantos sacrifícios? ", pergunta o Senhor. Para mim, chega de
holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos; não tenho nenhum
prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes! Quando lhes pediu
que viessem à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus
átrios?
Parem de trazer
ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados
e reuniões! Não consigo suportar suas assembleias
cheias de iniquidade. Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as
odeio. Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais! ” (Isaías 1:11-14 NVI)
Não adianta estar no Templo, entregar dízimos e ofertas, oferecer
sacrifícios (fazer promessas e penitencias pessoais), templos cheios de pessoas
vazias de Deus, ativismo religioso sem comprometimento com o Deus, Senhor e
dono de todas as coisas!
Sabe qual o resultado de tudo isso:
“Quando vocês
estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que
multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue!
” (Isaías 1:15 NVI)
Se parássemos aqui, talvez começássemos a nutrir um
sentimento de autopiedade:
- O Deus Todo Poderoso não atende as minhas orações, estou
perdido. Ele, o Senhor, não me escuta!
Você já se imaginou precisar de alguém que não quer te ouvir?
Existe saída, nem tudo está perdido, mas depende de nós! O
problema é que muitas vezes queremos transferir aquilo que é nosso para os
outros!
Lavem-se! Limpem-se!
Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam
a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos
do órfão, defendam a causa da viúva. (Isaías 1:16,17 NVI)
Olha que saída simples, fazer o bem!
Será que fazer o bem é tão simples assim?
A igreja está exercendo a sua função profética nesses dias?
Posso falar da igreja no contexto eclesiástico da comunidade
local ou de uma denominação, não o farei por entender o cuidado com o próximo,
a ação social ou a misericórdia, é a menor fatia do orçamento institucional de
muitas organizações. Deveríamos nos juntar como Igreja de Cristo na luta em
favor da justiça em todos os seus aspectos, aquilo que nos une e nos identifica
como cristãos é a nossa motivação, o que pensamos diferente que fique de lado.
Que as bandeiras denominacionais, que o estrelismo ou as
posições político partidárias sejam deixadas de lado, temos uma missão muito
maior, fomos chamados à mostrarmos o Deus de amor através de ações de amor e
justiça.
Olha, sempre gostei de ler muito, principalmente a Bíblia, desde
de minha infância tive bons professores, alguns um pouco distante no relacionamento,
outros que aproveitavam para através do ensino criar amigos. Como é
gratificante quando somos convidados a refletirmos junto, como isso eleva a
nossa autoestima, o nosso sentimento de pertencimento.
É isso que Deus faz com seu povo, um convite, uma promessa:
"Venham, vamos
refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam
vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam
rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Se vocês estiverem dispostos
a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra; mas, se resistirem e
se rebelarem, serão devorados pela espada". Pois o Senhor é quem fala!
” (Isaías 1:18-20 NVI)
O convite, refletirmos
juntos, é um grande privilégio!
A promessa, comer os
melhores frutos desta terra!
Concluindo, você poderá
me perguntar:
- Como comer o melhor
fruto dessa terra se somos rejeitados ou perseguidos?
Nem tudo que tem valor
é possível mesurar de maneira numérica ou monetária, muito pelo contrário, as
melhores coisas dessa vida o dinheiro não pode comprar!
Temos um Deus que nos
dá o privilégio de chama-lo de Pai, recebemos dele a promessa concretizada em
Jesus na cruz, e mantemos a esperança da eternidade na sua presença.
Caminhar com Deus é a
melhor escolha que podemos fazer!
Apeguemo-nos com
firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. (Hebreus 10:23 NVI)
Abraço,
Pr Cláudio Eduardo