domingo, 29 de janeiro de 2017

UMA REFLEXÃO SOBRE A HISTÓRIA DE UM TRAIDOR

Mais uma vez conto com a preciosa colaboração do Pr Idimar Finco 


JUDAS ESCARIOTES

É fácil negligenciar o fato de Jesus ter escolhido Judas para ser seu discípulo. Provavelmente também nos esquecemos de que, enquanto Judas traiu Jesus, todos os demais discípulos o abandonaram. Judas e os outros apóstolos não compreenderam a verdadeira missão do Mestre. Todos eles esperavam que Jesus desses passos, politicamente corretos. Porém, à medida que o Mestre prosseguiu falando-lhes a respeito de sua morte, cada um sentiu um grau diferente de ira, medo e desapontamento. Não compreenderam por que haviam sido escolhidos se a missão de Cristo estava fadada ao que consideravam um fracasso.
Não conhecemos a motivação da traição de Judas. O que ficou claro é que ele permitiu que suas aspirações o colocassem em uma posição tal que Satanás pode manipula-lo. Judas aceitou um pagamento em dinheiro para entregar o Mestre aos líderes religiosos judeus. Identificou Jesus para os soldados romanos no ambiente pouco iluminado do jardim do Getsemani. É possível que sua atitude de entregar Jesus fosse uma tentativa de forçar o Mestre a uma atitude más drásticas. Será que sob tal circunstância, Cristo se rebelaria contra Roma e estabeleceria um novo governo político?
Qualquer que fosse seu plano ou pensamento, em algum momento Judas percebeu que não estava satisfeito com o desfeito da situação. Após ter traído Jesus, procurou reparar seu crime, devolvendo o dinheiro aos sacerdotes judeus, porém era tarde demais. O soberano plano de Deus já estava em via de concretizar-se. Que tristeza pensar que Judas terminou sua vida em desespero, sem jamais ter experimentando o dom da reconciliação que Deus por intermédio de Jesus Cristo poderia ter concedido até mesmo a ele!
Vários tem sido os sentimentos das pessoas em relação a Judas Eucariontes. Alguns o odeiam fervorosamente devido à sua traição. Outros sentem compaixão por ele não ter plena consciência do que fazia. Há quem o considere um herói por participar do desfecho da missão terrena de Jesus e até pessoas questionaram a justiça de Deus por permitir que um homem seja culpado por tamanho erro. Apesar de existirem muitas opiniões a respeito de Judas, há algumas coisas a considerar, como por exemplo ele por livre escolha, traiu o Filho de Deus entregando-o aos soldados (Lucas 22.48), era um ladrão (João 12.6) e Jesus sabia que sua vida ímpia não seria mudada (João 6.70). A traição de Judas fazia parte do soberano plano de Deus (Salmo 41.9; Zacarias 11.12-13; Mateus 20.16, 26.20-25; Atos 1.16-20).
Ao trair Jesus, Judas cometeu o maior erro registrado na história. Mas o fato de Jesus saber que ele o trairia não torna esse homem um fantoche que serviu apenas para cumprir a vontade de Deus. Judas livremente escolheu agir como agiu. Deus conhecia a futura decisão de Judas, que foi informado disso. Ele não perdeu o seu relacionamento com Jesus. Na verdade, nunca teve um verdadeiro encontro com o Senhor. Foi chamado de “Filho da Perdição” (João 17.12) porque não se permitiu ser realmente salvo.
Judas nos faz um grande favor ao levar-nos a pensar mais uma vez a respeito de nosso comprometimento com Deus e da presença do espirito Santo dentro de cada um de nós. Somos verdadeiros discípulos e seguidores de Jesus ou enganadores descomprometidos? Como Judas, podemos escolher o desespero e a morte ou o arrependimento, o perdão, e esperança e a vida eterna. A traição de Judas enviou Jesus à cruz para garantir esta preciosa segunda opção, nossa única chance de salvação. Aceitaremos a dádiva gratuita de Jesus ou, como Judas, trairemos o Mestre?

Pontos fortes de êxitos:
·         Foi escolhido como um dos doze discípulos, o único que não era galileu.
·         Era o tesoureiro do Senhor e de seus discípulos.
·         Foi capaz de reconhecer o mal que fez ao trair Jesus.
Fraquezas de erros:
·         Era ambicioso (João 12.6)
·         Traiu Jesus.
·         Cometeu suicídio em vez de buscar om perdão do Senhor.
Lições de vida
·         Planos e motivos malignos, deixam a pessoa a mercê de Satanás, podendo ser usada por ele em planos ainda piores.
·         As consequências de atitudes malignas são tão devastadoras que mesmo “pequenas mentiras” e “pequenos desvios de conduta” tem sérios resultados.
·         O plano de Deus e seus propósitos são cumpridos por meio até de sérios dos piores eventos possíveis.
Informações essenciais:
·         Local: possivelmente da cidade de Quireote.
·         Ocupação: discípulo de Jesus.
·         Familiares: Pai – Simão.
·         Contemporâneos: Jesus, Pilatos, Herodes e os outros discípulos.
Versículos-chave:
·         “Entrou porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. E foi e falou com os principais dos sacerdotes e com os capitães de como o entregaria.” (Lucas 22.3-4).

A história de Judas Iscariotes é contada nos Evangelhos.
Judas também é mencionado em Atos 1.18-19. Sua morte possivelmente não foi somente por enforcamento. Atos 1.18-19 diz que ele caiu e “suas vísceras” foram espalhadas. Possivelmente ao tentar se enforcar, a corda partiu e ele caiu em um abismo.
Pr. Idimar Finco
REFERENCIAS
Bíblia de Estudo Aplicação pessoal. CPAD, 2013
Edwards, G. Revolución. La história de la Iglesia primitiva. Editorial UNILIT, U.S.A., 1993.

Finco. I. Anotações e tradução. Recife/PE, 2017.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ATOS DOS APÓSTOLOS, ATOS DOS ESPÍRITO SANTO

Mais uma vez temos a alegria de um texto de composição do Pr Idimar Finco, que muito contribui em nosso estudo. 
A narrativa abaixo parece que o autor estava lá, aproveite!


LIVRO: ATOS DOS APÓSTOLOS

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS:
Fornecer um relato preciso do nascimento da Igreja Cristã.

AUTOR:
Lucas, um médico gentio (não judeu)

DESTINATÁRIOS:
Teófilo e todos os que amam a Deus.

DATA:
Entre 63 e 70 d.C.

PANORAMA:
Atos é o elo entre a vida de Cristo e da Igreja, entre os Evangelhos e as epistolas (cartas).

VERSÍCULO CHAVE:
“Mas recebereis a virtude do Espirito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” Atos 1;8).

PESSOAS-CHAVE:
Pedro, João, Tiago, Estevão, Filipe, Paulo, Barnabé, Cornélio, Tiago (irmão de Jesus), Timóteo, Lídia, Silas, Tito, Apolo, Ágabo, Ananias, Félix, Festo, Agripa e Lucas,

LUGARES-CHAVE:
Jerusalém, Samaria, Lida, Jope, Antioquia, Chipre, Listra, Antioquia da Psidia, Icônio, Listra, Derbe, Filipos, Tessalônica, Berea, Atenas, Corinto, Éfeso, Cesareia, Malta e Roma.

CARACTERISTICAS PRINCIPAIS:
O livro de Atos é uma continuação do Evangelho de Lucas. É possível que Atos termine abruptamente por Lucas ter planejado escrever seu terceiro livro, em que daria sua continuidade histórica.

LENDO O LIVRO DE ATOS:

Quando se risca um fosforo, a ficção gera uma faísca no palito. Uma pequena chama queima a extremidade e cresce. O calor aumenta, e logo o palito é consumido por uma chama alaranjada ou avermelhada. Quanto mais se estende mais consome a madeira. A chama se torna fogo.

Há quase dois mil anos, um “fosforo” [o cristianismo] foi riscado na Palestina. A princípio, apenas alguns naquele lugar foram foram tocados e aquecidos. Mas, o “fogo” se espalhou além de Jerusalém e da Judeia, e atingiu todo o mundo, todas as pessoas. O livro de Atos fornece um fiel relato sobre a expansão da igreja cristã, que começou em Jerusalém com um pequeno grupo de discípulos (alunos), e se espalhou por todo o Império Romano, onde onde as boas novas foram pregadas.

Revestido pelo Espirito Santo, o grupo corajoso de discípulos pregou, ensinou, curou e demonstrou o amor de Cristo em sinagogas, escolas, casas, mercados, tribunais, ruas, prisões, colinas, navios, e estradas no deserto. Aonde quer que Deus os enviasse, a vida e a história das pessoas seriam mudadas.

Escrito por Lucas como continuação do seu evangelho, Atos é um registro histórico preciso da Igreja Primitiva. Mas também é um livro teológico, com lições e exemplos vivos da obra do Espirito Santo, das relações da Igreja e sua organização, das implicações da graça e da lei do amor. É também um trabalho apologético, que ajudou a construir um forte alicerce para a fé cristã ao demonstrar o cumprimento das afirmações e promessas de Cristo.

O livro de Atos começa com o derramamento do Espirito Santo, prometido por Jesus, e o início da proclamação do evangelho. Esta evangelização, inspirada pelo Espirito Santo, começou em Jerusalém e se estendeu a Roma, cobrindo a maior parte do império. O evangelho chegou primeiro aos Judeus, mas estes, como nação, rejeitaram. Apenas alguns judeus receberam alegremente as Boas Novas.

A rejeição continua do evangelho pela maioria dos judeus levou à proclamação sempre crescente do evangelho entre os gentios. Isso estava de acordo com o plano de Jesus, o evangelho deveria ser pregado em Jerusalém, na Judeia, em Samaria e nos confins da terra (1.8). De fato, essa ordem é o padrão seguido pela narrativa de Atos. A gloriosa proclamação do evangelho começou em Jerusalém (caps. 1 7), foi para a Judeia, Samaria (cap. 8ss) e seguiu para os países além da Judeia (11.de 19; 13.4). A segunda metade do livro de Atos enfoca principalmente as viagens missionarias Paulo a muito dos países ao norte do mar Mediterrâneo. O apóstolo e seus companheiros levaram o evangelho primeiro aos judeus, depois aos gentios. Alguns judeus creram, e muitos gentios receberam as boas novas com alegria. Novas igrejas tiveram início e novos crentes começaram a crescer na vida cristã.

Ao ler o livro de Atos, coloque-se no lugar dos discípulos: identifique-se com aqueles com aqueles que foram cheios do Espirito Santo e experimente a emoção de ver milhares de respostas à mensagem do evangelho! Sinta o comprometimento demonstrado pelos que dedicaram cada talento de seu tesouro a Cristo. Ao ler Atos, perceba a ousadia e a coragem que o Espirito Santo concedia aos crentes do primeiro século que, mesmo diante do sofrimento e da morte, aproveita todas as oportunidades para falar de seu Senhor crucificado e ressuscitado. Então, decida ser uma versão (moderna) desse século daqueles homens e mulheres de Deus!


ESBOÇO:

A.   O MINISTÉRIO DE PEDRO (1.1 – 12.25)
1.    O estabelecimento da Igreja.
2.    A expansão da Igreja.
Depois da ressurreição de Jesus Cristo, Pedro pregou corajosamente e realizou muitos milagres. As atitudes de Pedro demonstram a fonte e os efeitos do poder cristão. O povo de Deus foi capacitado pelo Espirito Santo, para realizar a obra. O Espirito Santo ainda está disponível para capacitar os cristãos de hoje. Devemos nos voltar para o Espirito Santo a fim de obter a força, a coragem e a ousadia para realizar a obra de Deus.

B.   O MINISTÉRIO DE PAULO (13.1 – 28.31)
1.    A primeira viagem missionária.
2.    O Concilio de Jerusalém.
3.    A segunda viagem missionária.
4.    A terceira viagem missionária.
5.    O julgamento de Paulo.
O trabalho do ministério de Paulo nos mostra o progresso do cristianismo. O evangelho não podia ser confinado a uma parte do mundo, pois a fé cristã oferece esperança a toda a humanidade. Nós também devemos ter a ousadia e coragem, participando desta tarefa heroica de testemunhar a favor de Cristo em todo o mundo.


MEGA TEMAS:

TEMA
EXPLICAÇÃO
IMPORTANCIA

Início da Igreja


O livro de atos conta a história de como o cristianismo foi fundado, organizado e como os problemas foram resolvidos. A comunidade dos crentes surgiu pela fé no Cristo ressuscitado e no poder do Espirito Santo, que a capacitou para testemunhar, amar e servir a Deus


Novas igrejas estão sendo continuamente fundadas. Pela fé em Jesus Cristo e através do poder do Espirito Santo, a igreja cristã pode ser um agente de mudanças. À medida que enfrentamos novos problemas, encontramos no livro de Atos importantes soluções.

Espirito Santo

A igreja cristã não começou ou cresceu por seu próprio poder ou entusiasmo. Os discípulos foram capacitados pelo Espirito Santo. Ele era o Conselheiro e o Guia prometido, e foi enviado quando Jesus ascendeu ao céu.

O trabalho do Espirito Santo, demonstrou que o cristianismo é sobrenatural. Deste modo, a igreja cristã se tornou mais consciente do Espirito Santo do que dos problemas. Pela fé, qualquer crente pode pedir o poder do Espirito Santo para fazer a obra de Cristo.


Crescimento da Igreja

O livro de Atos apresenta a história de uma comunidade dinâmica e crescente de cristãos de Jerusalém, as Síria, da África, da Ásia e da Europa. No primeiro século, o cristianismo se estendeu dos judeus aos não-judeus em 39 cidades e 30 países, ilhas e províncias.

Quando o Espirito Santo trabalha, existe movimento, entusiasmo e crescimento. Ele nos dá a motivação, a energia e a habilidade para levarmos o evangelho ao mundo inteiro.
Qual a sua posição no plano de Deus para disseminar o cristianismo? Qual o seu lugar neste movimento?


Testemunho

Pedro, João, Filipe, Paulo, Barnabé e muitos outros testemunharam sua fé em Cristo. Por meio do testemunho pessoal, da pregação e defesa perante as autoridades, relataram corajosamente as Boas Novas a todos os tipos de grupos.

Nós somos o povo de Deus, escolhidos para ser parte de seu plano de alcançar o mundo. Com amor e fé, podemos ter a ajuda do Espirito Santo quando testemunhamos ou pregamos. Testemunhar é benéfico porque fortalece nossa fé, à medida que confrontamos aqueles que a desafiam.


Oposição

Com encarceramentos, espancamentos e motins, os cristãos foram perseguidos tanto por Judeus como por gentios. Mas a oposição se tornou um catalisador para a expansão do cristianismo. O crescimento durante os tempos de opressão mostra que o cristianismo não é uma obra humana, mas de Deus.

Deus pode trabalhar por meio de qualquer oposição. Ao enfrentar a perseguição por parte de incrédulos hostis, perceba que esta se deve ao fato de você ser uma testemunha fiel que procura a oportunidade de apresentar as Boas Novas a respeito de Cristo. Aproveite as oportunidades proporcionadas pela oposição!



  

ATOS – CAPITULO 1


DOIS MESES ANTES...

Ao final de março e começos de abril do ano 30 a.C., um número, insolitamente grande de embarcações havia começado a chegar no porto de Cesareia e as outras cidades marítimas da Judeia. Vinham repletas de passageiros que, depois de desembarcar, empreendiam uma viagem de mais de cinquenta quilômetros terra adentro, para a velha cidade de Jerusalém. Todos os caminhos que levaram a essa cidade estavam congestionados por viajantes. As pessoas avançavam para a antiga capital da Judeia não somente destes portos marítimos, mas também pelo sul desde a África, pelo leste, desde a Europa e pelo norte desde a Ásia menos e Europa.

No início as pessoas vinham em grupinhos isolados; logo, em grupos grandes e, por último, fluía à Cidade Santa como uma grande inundação, de todos os pontos da rota marítima. Os primeiros em chegar abarrotaram as pousadas. Logo, os que chegavam, foram ocupando todas as casas e apartamentos. Uns dias, todos os lugares habitáveis ficaram totalmente repletos. Ainda assim, seguiram chagando mais viajantes, até que a situação chegou a ser quase caótica. Os que foram chegando por último, começaram à acampar nas ruas, e no final, até as ruas ficaram repletas de turistas religiosos.

Vinham de todas as partes do mundo conhecido, aglomerando-se numa cidade que tinha menos de três quilômetros quadrados.

Cada ano, ao redor desse mesmo tempo, a cidade de Jerusalém era anfitriã dos visitantes judeus procedentes de todas as partes da terra, que vinham para celebrar uma serie de antigas festas. Era algo parecido a uma festa mundial, ima solene peregrinação religiosa, uma atração turística internacional e uma reunião familiar, tudo isso era envolvido em um. Todo esse período de celebrações duravam uns sessenta dias, começando com a primeira semeadura ou, plantação. Mais tarde, vinha a solene festa da Pascoa, seguida imediatamente por uma observação dos primeiros frutos ou primícias e, por último, sete semanas depois, se celebrava uma deliciosa festividade que denominavam de “Festa das semanas” ou “Pentecostes”.

Os judeus haviam vindo celebrando essa temporada cada ano por muito mais de mil anos, de fato, o ano de 30.A.D., estava provavelmente perto dos mil e quinhentos anos de celebração dessa temporada de festas.

O típico turista judeu tinha uma compreensão bastante clara do ritual da Pascoa como uma recordação à Israel de uma promessa muito importante.

A grande celebração seguinte, que vinha em seguida, depois da Pascoa, era conhecida como a das Primícias. Seu significado espiritual era muito mais escuro que a da celebração da Pascoa. A maior parte do povo judeu sabia tão somente que a mesma tinha que ver com uma semeadura anual de cereais.

As primícias ou primeiros frutos eram uma celebração que se efetuava durante o tempo de semeadura dos cativos: assim, se Deus lhes concedia uma boa temporada de semeadura e depois uma boa colheita, isso significava um ano bom para Israel. Mas, se a colheita era pobre, significava um desastre, inclusive fome.

Essa celebração era representada em um ritual que se efetuava três dias depois da Pascoa. Mas, resultava obvio que o ritual das primícias tinha ao mesmo tempo algum significado mais profundo e significativo, que não era do conhecimento geral.

Alguns turistas partiam de Jerusalém logo que a celebração das primícias terminava, mas, muitos ficavam para a celebração do Pentecostes, observando exatamente sete semanas depois. O verdadeiro significado espiritual do Pentecoste era muito mais escuro que o da Pascoa e, inclusive das primícias. Ninguém parecia compreender exatamente que acontecimento futuro precedia ao Pentecoste. (A maioria das pessoas no nosso século também não sabe!).

Durante esse ano em particular, havia outro acontecimento importante, mas não programado, que estava tendo o seu lugar na cidade. Estava sendo celebrado um julgamento e um juízo do qual todos falavam: se julgava a um Nazareno, respeito ao qual, corriam toda classe de rumores e cuja vida estava em jogo. Então, em forma imprevista o sentenciaram à morte. Sua execução foi apressada precipitadamente nas cortes, afim de evitar que interferira com a observação da parte principal da Pascoa.

E sucedeu assim que, precisamente, enquanto o Nazareno estava sendo interrogado na corte, um grupo de sacerdotes estavam examinando cuidadosamente um cordeiro para certificar-se que não tivesse nenhum defeito, servindo para a Pascoa. Esses dois acontecimentos – a execução desse homem e o sacrifício do cordeiro para a Pascoa – corriam de forma paralelas uma com a outra, tão igual que, justo quando levaram o homem para ser sentenciado à morte na colina de execução, aquele cordeiro era conduzido ao templo e preparado para o sacrifício.

O dia seguinte, que era sábado, todos observaram o descanso sabático. Estava por começar o domingo, dia em que havia de ter lugar a celebração da festa das Primícias.

Pouco antes do amanhecer do domingo, um sacerdote do templo saiu do templo e se dirigiu para um campo semeado próximo de Jerusalém. Quando o sacerdote chegou ali, observou cuidadosamente o solo para ver se havia brotado da terra alguns talinhos (primícias) da semente semeada.

Ainda estava escuro. Ainda não havia amanhecido. Não obstante, ao menos uma pessoa mas, uma mulher chamada Maria Madalena, também se encontrava levantada. Era uma das seguidoras de Jesus e estava indo inspecionar a tumba onde Ele havia sido colocado, antes da festa.

Para dizer a verdade, aquele sacerdote chegou ao campo, justo quando raiava o sol da alva e a primeira luz da manhã iluminou a terra que se estendia diante dele. Ao inclinar-se desde o borde do semeado, pode ver. Aos seus pês se viam algumas plantinhas que haviam brotado da terra. Uns diminutos talos das primícias da colheita do ano, havia brotado!

Assim, inclinando-se, o sacerdote estendeu as mãos e envolveu cuidadosamente um minúsculo talo, ao tempo que começou a tira-lo do solo. Nesse preciso momento sentiu a terra se movia debaixo dos seus pés. (Evidentemente se estava produzindo um violento terremoto em algum lugar perto). Nesse mesmo momento, também a aurora começou aparecer no horizonte.

Então o sacerdote tirou logo o talinho do solo e o levou de volta ao templo. Ali efetuou o ritual das primícias. Sustentou a plantinha nas palmas das mãos levantadas diante do altar; e estando parado ali, a moveu para frente e para atrás diante de Deus. Ofereceu a Deus o grão geminado, seguindo um antigo ritual de ações de graças, porque a semente havia brotado da terra.

Enquanto isso, um absurdo rumor havia começado a percorrer Jerusalém. Parecia que se havia originado com essa mocinha Maria Madalena. Ela havia declarado que ao chegar na tumba, a encontrou vazia – e Jesus se havia levantado, saindo daquela tumba, vivo!

Foi esse o tão que a segunda grande celebração, a das “Primícias”, terminou.

Dentro de sete semanas... de exatamente quarenta e nove dias... se observaria não, se cumpriria a seguinte grande celebração! Esse dia o sacerdote regressaria ao mesmo campo que antes havia tirado a plantinha germinada. Para então, o grão já estava maduro e, ele recolheria um galho do trigo. Esse dia, esse incrível dia, seria o dia de Pentecostes.

Como podemos ver, ocorreram algumas coisas bastante incríveis durante a observação da Pascoa e das Primícias no ano 30 A.D.

A festa de Pentecostes desse ano também seria precisamente como de costume!


DOMINGO, DE 5 A 8 DA MANHÃ...

É domingo, 29 de maio do ano 30 A.D. são como as 5:00 da manhã. O sol não havia ainda saído. A cidade de Jerusalém se encontra ainda escura.

A porta do templo se abre ligeiramente e um solitário sacerdote sai por ela, desce uma escadinha e caminha pelas ruas de Jerusalém. Até onde pode ver no crepúsculo matutino, as ruas estão repletas de peregrinos dormidos, estendidos por todas as partes no pavimento de pedras. O sacerdote passa entre esse labirinto de gente dormida, sai pela porta da cidade e se coloca a andar campo adentro. Se dirige ao campo semeado, o mesmo campo que ele saiu para inspecionar à exatamente quarenta e nove dias atrás.

O sacerdote não é o único que está ativo desde cedo. Algumas pessoas más se haviam levantado também. Assim, se pode ver a alguns dos discípulos do Senhor que passam cuidadosamente entre a multidão dormida, avançam ao alongo das estreitas ruazinhas da cidade e sobem por pelas escadas de um edifício de dois andares. (esse edifício se encontra bem perto da área do templo).

Sabemos o que o sacerdote está fazendo esse domingo de manhã pela manhã em particular, mas, Por que estão levantados mais de cem discípulos tão cedo? podemos encontrar a resposta se nos voltarmos até a Pascoa e os quarenta e nove dias subsequentes.

Faz somente um pouco mas de sete semanas que Jesus Cristo foi crucificado durante a Pascoa. Praticamente todos os que haviam vindo se reunindo nesse aposento no alto desse edifício, são testemunhas de terem visto a sua execução. Os dias subsequentes à execução do Senhor foram os dias mas tenebrosos e tristes que esses homens e mulheres tinham vivido. Toda aquela experiência foi singular – humanamente quase insofrível. Mas, hoje, faz quarenta e nove dias que toda a insuportável tristeza se converteu em um inexplicável gozo. Por que? Porque foi nessa madrugada que Maria Madalena voltou de ir ver a tumba de Jesus e declarou que a tumba estava vazia. Além disse, ela insistia que havia visto ao Senhor... vivo!

Durante as cinco semanas seguintes o Senhor apareceu repetidamente a toda essa gente. O Quadragésimo dias depois de sua ressurreição, Jesus teve uma breve conversa com um pequeno grupo deles em cima de uma colina próxima de Jerusalém, chamada o Monte das Oliveiras e, lhes deu umas breves instruções. Em seguida e de modo especifico, afastou a doze deles, os olhou diretamente nos olhos e lhes disse: “Vocês vão receber o poder.” Então lhes disse a todos os que estavam com Ele, que voltassem para Jerusalém e esperassem ali a vinda do Espírito Santo. Quando acabou de dar-lhes essas instruções, começou a levantar-se da terra, ascendeu aos céus.

Os discípulos ficaram ali, pasmos, por um longo tempo. Nenhum deles sabia que, o quem era o Espirito Santo, nem quando aquilo, o Ele veria. Mas, com poucas palavras de instruções que haviam recebido, todos eles decidiram regressar para Jerusalém, alugar um amplo aposento em que todos poderiam se reunir e, como o Senhor lhes havia dito, esperar. Em vista de que não sabiam que outras coisas haveriam de fazer, decidiram que o melhor seria passar o tempo em jejum e oração.

Ainda estava escuro. Então alguém começou a cantar suavemente um salmo; outros se uniram a ele. Foi assim como começou a mais transcendental reunião de oração da história humana!

O sacerdote que havia saído do templo chegou ao campo de trigo situado nas proximidades da cidade. Os primeiros raios de sol começavam a estender-se pelo campo diante dele, sete semanas antes, o dia das Primícias, esse mesmo sacerdote havia vindo para inspecionar aquele mesmo campo semeado. Mas, esse campo, a diferença de como havia estado sete semanas antes, quando somente uns talinhos estavam brotando da terra, agora estava cheio de uma abundante colheita de grãos bem maduros. A semente semeada durante a temporada da Pascoa havia brotado e crescido, e era uma plantação alta e frondosa, pronta para a colheita. O sacerdote se meteu entre a plantação e começou a cortar alguns talos. Com grande esmero reuniu os feixes, deu a volta e partiu para o regresso à Jerusalém.

A penumbra da madrugada cedeu o passo ao dia. Jerusalém começou a ficar barulhenta com os primeiros raios da luz da manhã. Já de novo na cidade, o sacerdote voltou ao templo e entrou. Estava por começar o seguinte passo importante do ritual do Pentecostes.
O sacerdote foi até uma mesa e ali começou a bater as espigas que havia colhido, para tirar o grão. A continuação, tomou uma pedra lisa e redonda e começou a comprimir com ela cuidadosamente o grão, balançando de um lado para o outro sobre o mesmo. Seguiu comprimindo assim, até que todo o trigo ficou completamente moído. Continuou ainda a moer, até que o grão era já um montão de farinha finamente moída.

Então, o sacerdote amontoou ainda mas essa farinha finamente moída. Com cuidado verteu um pouco de água em que a amassou, dando consistência. Logo, formou uma fogueira, no fundo do forno incendiado. Deu uns passos atrás e esperou.

O forno estava muito quente. Pronto aquela massa viria a ser pão; em breve o sacerdote introduziria outra vez a paleta la no profundo calor, esta vez para sacar do forno, das brasas, o pão cozido.

Dentro de somente uns breves momentos o sacerdote abriria a porta do forno e tiraria aquela bandeja de pão. Em seguida a levaria ao altar e a levantaria diante do Senhor. Essa oferta seria o momento culminante da festa de Pentecostes – E esse momento estava já para chegar.

Eram aproximadamente as 8:00 da manhã.

As orações no aposento alto, haviam chegado a ser tremendamente real e, muito emotivas. À presença do Senhor era também muito real. De repente se ouviu um som ensurdecedor, que se fazia mais forte e mais próximo.

Aquele aposento quase caiu debaixo da fúria desse sopro, algo incrível estava acontecendo. Que era aquilo? Era a vinda que Cristo havia prometido? Ou o Espirito Santo que Ele havia prometido? O poder que haveria de dar? O Reino do qual Ele havia falado? Uma coisa era certa: algo celestial estava a ponto de acontecer na terra.

E então ocorreu, ali mesmo, diante deles. O som desse vento que vinha do céu entrou naquele aposento na terra. Os inundou aquela maravilhosa sensação da realidade, intimidade e presença de Cristo, essa sensação que somente haviam experimentado quando se encontravam em sua real presença, enquanto Ele esteve aqui na terra. E agora essa mesma gloriosa presença enchia o aposento. Ainda más, se percebia uma tremenda sensação de sua divina autoridade.

De repente todos souberam!

O Espirito Santo havia vindo! O alento divino estava ali – assentado sobre cada pessoa que estava no aposento. O recinto inteiro estava cheio, absolutamente cheio, saturado e cheio do Espirito Santo. A presença do Espirito Dele os envolvia e os submergia a todos.

Nunca havia acontecido nada semelhante aquilo, nunca jamais! Então, alguém gritou. Subiu um grito de indizível gozo. Logo, outro. E, outras más... Eram expressões de louvor e gloria ao Senhor por tudo o que Ele havia feito no meio deles. Más, não havia maneira em que o ser humano poderia dar expressão adequada a semelhante momento. Não obstante, todos teriam que tratar. Conter os louvores em um momento semelhante havia sido tão inconcebível como impossível. Em uns momentos o gozo de todos os crentes reunidos ali se fundiu em um glorioso e ascendente crescendo em louvores.

O sacerdote tirou a bandeja de pão do forno. A levou diante do altar e a levantou para o Senhor. Havia chegado ao momento culminante do Pentecostes. A bandeja estava completa.

A semente divina havia brotado! Antes, aquela vida divina havia morado em um só homem; agora morava em más de um homem! Mas havia muito más que isso a respeito: esses homens que teriam vida divina, agora eram todos um – um corpo.

E havia ainda más: o Espirito Santo havia vindo. Mas, havia ainda más: Esse Espirito havia envolvido e saturado a um grupo de homens e mulheres. Sim; más havia más ainda. Isso é possível? Poderia haver más?

Pois, sim!

O sacerdote levantou a bandeja de pão diante do Senhor. O dia de Pentecostes havia chegado. Não! O dia de Pentecostes havia mais que chegado: O dia de Pentecostes havia se cumprido! Havia chegado finalmente o acontecimento más titânico de toda a história da criação. Por fim, havia começado o proposito divino respeito da existência desse universo. Finalmente a ideia suprema que Deus tivera jamais era visível na terra.

O que era aquilo? Esse dia, na cidade de Jerusalém, o governo e o Reino que até então tão somente céu havia conhecido – ao fim – invadiram a terra. Era nesse dia o Reino dos Céus toco a terra. Que acontecimento tão sobre acolhedor! Por fim o Reino de Deus se havia agradando! Havia passado à ofensiva. Havia ocupado um novo território. Se havia estabelecido uma cabeça de praia para o Reino dos Céus nesse planeta. Poderia parecer que fora um humilde começo, más, estava destinado e se estender.

O que havia acontecido?

O acontecimento mas tremendo da história da humanidade.

Uma semente havia germinado!

Havia nascido a Igreja.


Pr Idimar Finco

CUIDADO COM A INCREDULIDADE!

  CUIDADO COM A INCREDULIDADE!   “Mais tarde Jesus apareceu aos Onze enquanto eles comiam; censurou-lhes a incredulidade e a dureza de c...