terça-feira, 13 de julho de 2021

Ajustando-me aos Planos do Senhor!

 

Ajustando-me aos Planos do Senhor!

 Então, em resposta ao Senhor, Jó disse:

“Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido”. (Jó 42.1,2 NTLH)

 

INTRODUÇÃO:

Tínhamos como agenda estar com os irmãos da Igreja Batista Cenáculo no domingo, dia 27 de junho de 2021, no entanto devido a pandemia que atingiu a minha família; como tem atingido milhares de brasileiros levando muitos a morte, não tive como cumprir a agenda naquela data, e hoje tenho o privilégio de estar aqui com os irmãos.

 

Venho acompanhado da minha família, e estamos aqui para nos conhecermos, já que os irmãos estão em processo de sucessão pastoral.

 

A comissão está de posse do meu currículo, quero enfatizar as minhas paixões:

- Sou apaixonado pela minha família, presente de Deus na minha vida nesses 38 anos de vida conjugal;

- Sou apaixonado pela Palavra de Deus e já a havia lido toda antes de chegar a juventude e de conhecer a Cristo como Senhor e Salvador, por isso criei e mantenho há seis anos o programa de Caminhada Bíblica;

- Sou apaixonado pela obra missionária, primeiro porque Jesus mandou, e em segundo lugar, mesmo sendo carioca eu e minha família fomos alcançados no Rio Grande do Norte pelo trabalho dos batistas brasileiros através da Junta de Missões Nacionais, em segundo, e hoje estamos coordenando o Projeto Missionário Arena de Deus em Nampula, Moçambique;

- Sou apaixonado pela Igreja de Cristo, pois entendo ser o canal de Deus para transformar a vida de homens e mulheres; constantemente atacada, mas firme e atuante esperando a volta do Senhor; e

- Sou apaixonado por escrever sobre a maravilhosa graça de Deus, e tenho há dez anos um Blog chamado HUMANIZANDO COMPAIXÃO.

 

Diante de todos os desafios que tem nos afligido, no ano passado escrevi um artigo para a revista Visão Missionária do quarto trimestre com o título: Que ano foi esse?

 

Naquela época, a partir da experiência de Jó fiz uma correlação sobre o período pandêmico e o luto que estava afligindo a nossa sociedade, nossas igrejas, famílias e o mundo de maneira geral.

 

Comecei o texto com uma afirmação e uma pergunta:

Como 2020 passou rápido!

Outro dia estávamos em janeiro e agora já estamos nos arrumando para um novo ano. Este ano foi marcado por muitas coisas ruins, calamidade mundial na área da saúde, aumento substancial do desemprego, mortes, e muitas das mortes de pessoas queridas que faziam parte do nosso círculo de amizade, será que temos alguma coisa para agradecer?

 

Temos alguma coisa para agradecer?

Hoje, a partir do texto da Visão Missionária do quarto trimestre de 2020, e também, agora, a partir da minha experiência pessoal e da minha família no enfrentamento a pandemia, quero lhe convidar a refletirmos e agradecermos ao Senhor mesmo em meio a dor.

 

O texto que leremos é no livro de Jó:

Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado. (Jó 1.1 NTLH)

Então, em resposta ao Senhor, Jó disse:

“Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido”. (Jó 42.1,2 NTLH)

 

Partindo da premissa de que os planos são do Senhor e que é um privilégio nos juntarmos a Ele, quero te convidar a pensarmos a partir da história de Jó sobre três verdades das quais não podemos fugir:

 

Para me ajustar aos Planos do Senhor:

1.  Eu tenho que decidir que tipo de pessoa quero ser!

2.  Eu tenho que aceitar as circunstâncias e me ajustar as consequências delas!

3.  Eu tenho que ter um coração grato, independente das circunstâncias!

 

Então, vamos lá, pois temos uma maravilhosa caminhada nesse dia!

 

Para me ajustar aos Planos do Senhor:

1.  Eu tenho que decidir que tipo de pessoa eu quero ser!

 

Olhemos para o cartão de visita de Jó:

Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado. (Jó 1.1 NTLH)

 

Quando vejo essa apresentação de alguém, vejo qualidades que muitas vezes estão sendo menosprezada, e cada vez mais estão se tornando exceção, ao invés de ser regra, inclusive no meio daqueles que se apresentam como filhos de Deus.

 

O domínio da maldade não algo especifico do nosso tempo ou privilégio dos nossos dias, a diferença entre os nossos dias e o passado é a velocidade como as informações chegam até nós, estamos sendo sobrecarregados de informações, algumas inúteis, e muitas vezes somos levados a um conformismo irracional quanto a situação de maldade em nosso tempo.

 

Pensar em bondade ou no que é bom, é pensar nas ações ou atitudes de uma pessoa em relação ao outro, ou a uma coletividade. Ser bom deveria ser regra nas características daqueles que se dizem ser filhos e filhas de Deus, aqueles que tem o privilégio de chamar de Pai o Criador.

 

Jó tinha essas características, isso fazia parte do seu caráter, a sua integridade não era interesseira ou moeda de troca numa barganha com Deus. 

 

Alguém poderia dizer:

- Tendo fartura e riqueza é fácil ser bom, integro, honesto; quero ver na dificuldade?

 

Melhor, alguém disse:

Satanás respondeu:

— Será que não é por interesse próprio que Jó te teme? ” (Jó 1:9 NTLH)

Jó perdeu os seus bens materiais, os seus negócios foram roubados ou destruídos, sua família foi atacada e uma doença começou a destruir o seu corpo trazendo grande dor e sofrimento.

 

Uma pergunta que é constante nesse caso:

Como pode alguém tão bom estar sofrendo tanto?

 

O âmago da questão é que mesmo diante de todas as suas perdas, Jó continuou sendo o que sempre foi, integro, justo, bom, honesto, temente a Deus e que evitava o mal.

 

Quanta dor e sofrimento temos na vida, como é difícil, devemos continuar firmes em nossa fé, Deus é Deus e independe das circunstâncias.

 

A situação está difícil, passar por problemas e dificuldades e muito natural, como Jó podemos observar amigos que se achegaram sem palavras, as vezes com as mãos vazias, mas com o coração cheio de amor e compaixão. Amigos que choraram a nossa dor e que estiveram ao nosso lado.

 

Como sou grato a Deus pela bondade dos amigos e amigas que na caminhada desses dias difíceis estiveram ao meu lado me ajudando a carregar o fardo!

 

Deus não promete prosperidade, riqueza, saúde, mas uma coisa é presente na sua Palavra do começo ao fim:

Estar ao nosso lado todo tempo!

 

O problema é que muitas vezes os problemas são superdimensionados e dessa maneira só enxergamos ele e não percebemos a presença de Deus ao nosso lado.

 

Não se esqueça:

Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança:

Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.
Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!

Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.

O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranquilo pela salvação do Senhor. (Lamentações 3:21-26)

 

 

Para me ajustar aos Planos do Senhor:

2.  Eu tenho que aceitar as circunstâncias e me ajustar as consequências delas!

 

Existem pessoas que passam a vida lamentando um fato ruim, não conseguem ver novas perspectivas, todos os fatos nos trazem aprendizado quer sejam eles bons ou ruins.

 

As circunstâncias não estão no nosso controle, mas, a maneira como lido com elas sim.

 

Deus criou o ser humano perfeito e bom, nos deu a capacidade de sabermos fazer a diferença entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, de fazermos as nossas escolhas e assumirmos ás  consequências delas.

 

O problema que temos vivido é que desde de o princípio as pessoas querem transferir suas responsabilidades, como é triste a maneira como algumas pessoas vivem atribuindo a Deus ou ao Diabo as suas escolhas.

 

Jó era temente a Deus, se comportava como líder religioso da sua família, a sua riqueza ou a falta dela não influenciava o seu relacionamento com Deus.

 

Jó tem seus bens roubado, seus empregados são assassinados, intempéries das naturezas destroem suas propriedades, seus filhos e filhas morrem e ele nem tem tempo para vivenciar o seu luto pois uma doença terrível acomete o seu corpo.    

 

Fico tentando imaginar a cena de Jó recebendo as notícias de suas perdas, algo extremamente terrível, doloroso e triste; sua resiliência e sua confiança no Senhor:

Então Jó se levantou e, em sinal de tristeza, rasgou as suas roupas e rapou a cabeça. Depois ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e adorou a Deus. Aí disse assim:

— Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O Senhor deu, o Senhor tirou; louvado seja o seu nome!

(Jó 1:20-22 NTLH)

 

Existem coisas que estão no nosso controle e outras não, precisamos aprender a lidar com o que não controlamos.

 

Ficamos doentes, podemos sofrer consequências de erros dos outros (assalto, roubo, acidente de transito, incêndio, entre outras), e a única coisa certa que temos na vida é que, enquanto Jesus Cristo não voltar, todos morreremos.

 

Perdemos entes queridos e amigos, e se sofremos é porque estamos vivos, então peguemos os fatos ruins e as suas circunstancias tirando lições boas na caminhada da vida.

 

Jó manteve a sua fidelidade, seu relacionamento com Deus não estava fundamentado em bênçãos e sim em quem Deus é!

Assim, apesar de tudo o que havia acontecido, Jó não pecou, nem pôs a culpa em Deus. (Jó 1:22 NTLH)


Para me ajustar aos Planos do Senhor:

3.  Eu tenho que ter um coração grato, independente do que esteja acontecendo!

 

Jó sentou-se num monte de cinza e pegou um caco para se coçar. E a mulher dele disse:

— Você ainda continua sendo bom?

Amaldiçoe a Deus e morra!

Jó respondeu:

— Você está dizendo uma bobagem! Se recebemos de Deus as coisas boas, por que não vamos aceitar também as desgraças?

Assim, apesar de tudo, Jó não pecou, nem disse uma só palavra contra Deus. (Jó 2:8-10 NTLH)

 

Sou grato a Deus pelo que ele é, isso deve ser um fato em minha vida.

 

Eu não queria ter ficado doente, muito menos desejei que minha família adoecesse, no entanto, adoecemos!

 

Cada um com sintomas parecidos e gravidades diferentes, nunca imaginei ficar tanto tempo sem sair de casa, nunca tinha feito uma tomografia, tive dificuldade numa simples caminhada e pela primeira vez tive uma pneumonia.

 

Deus proporcionou anjos de carne e osso, pessoas com o cartão de visita semelhantes ao de Jó, médicas que dedicaram voluntariamente tempo para cuidar e continuam cuidando da minha família, fazendo isso gratuitamente pelo simples prazer de colocar sua profissão ao serviço do próximo. Existem pessoas boas nesse mundo!

 

Não é a primeira vez que coisas ruins aconteceram comigo, e certamente não será a última vez, e agradeço a Deus por isso, porque senão eu estaria morto. É se por acaso estivesse morto, dou glória a Deus, porque como Jó:

Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra. (Jó 19:25 NVI)

 

A minha gratidão é resultado de meu reconhecimento de quem Deus é, da confiança que tenho na sua Palavra e da convicção da esperança que não me decepcionará em hipótese alguma.

 

Estava pensando em como muitas vezes somos ingratos ao Senhor, deixamos que os problemas tomem uma proporção maior do que as bênçãos do Senhor.  Reclamamos mais do que agradecemos, e tem gente que reclama de tudo, parece que não acontece nada de bom, precisamos repensar em como está a nossa gratidão diante do Senhor.

 

Tem palavras que ensinamos as crianças, mas parece que a medida que crescemos começamos a esquece-las: Desculpa, por favor, com licença e obrigado são palavras que precisam fazer parte do nosso vocabulário.

 

Jó não blasfemou, se manteve integro diante do Senhor!

 

CONCLUSÃO

 

As experiências ruins podem servir como aprendizado ou uma grande armadilha para nos aprisionar no passado.

 

Marcamos com mais ênfase os momentos de tristezas e dor, e hoje quero te convidar a olharmos a vida de uma maneira diferente; isso não significa sermos hipócritas com a dor, pelo contrário, é declararmos que está doendo, mas Deus está ao meu lado!

 

Aprendemos com Jó que a cada experiência de sofrimento e dor, saímos fortalecidos a caminho da eternidade!

 

Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. (Jó 42.5 NTLH)

 

 

Que possamos caminhar como nos ensina o profeta Habacuque:

“Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador.

Senhor Deus é a minha força.

Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro”. (Habacuque 3:17-19 NTLH)

 

A Deus toda honra e toda glória!

 

Cláudio Eduardo M Costa – Pastor

 

OBS:

Mensagem proferida no dia 11 de julho de 2021, na Igreja Batista do Cenáculo depois da experiência da COVID-19!

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