VAMOS
A BETESDA! ...
Disse-lhes Jesus:
"Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou
trabalhando". (João 5:17 NVI)
Se pudéssemos voltar no tempo, quantas coisas faríamos
diferente. A escola da vida é a grande oportunidade que temos de adquirir
maturidade e aprendizado. Quando nos tornamos cristãos a Bíblia deve ser o
nosso manual de vida, nela encontramos as respostas necessárias para as nossas
ações e no que devemos pensar.
É tão interessante observarmos no meio dos
cristãos tanta desavença em torno de coisas insignificantes, quando poderíamos estar
concentrados e unidos naquilo que temos em comum. E o que temos em comum é
Jesus Cristo, Ele deve ser o Senhor de nossa vida, e consequentemente da sua
Igreja.
Unidade não significa uniformidade, fico
imaginando como o mundo seria chato se todos fossem iguais a mim. Unidade é
quando os diferentes se unem no propósito de uma missão, basta olharmos para os
discípulos escolhidos por Jesus; eram homens com temperamentos e valores
diferentes e escolheram seguir o Mestre e cada um com seu jeito de ser moldado
pelo Cristo transformaram o mundo.
Os discípulos não sabiam a extensão do seu
trabalho, os primeiros cristãos não tinham ideia de onde chegariam, os
reformadores estavam mudando a história da Europa, o Evangelho chegou até nós e
devemos dar continuidade da missão. Ainda há muito o que se fazer, estamos
perdendo tempo com detalhes, esquecemos que nossa missão é fazer discípulos, e
essa missão deve fundamentada através dos princípios e valores da Bíblia.
No capítulo 5 do Evangelho de João temos a cura
de um homem que estava doente há 38 anos, um paralítico. Uma experiência que
nos chama a atenção quanto a ignorância que muitas vezes temos a respeito de
Deus e a insensibilidade que determinados líderes religiosos tem em relação ao
sofrimento humano.
Será que em nossos dias as coisas estão
diferentes?
O Jesus que os evangelhos me apresentam tem
empatia com pessoas, trabalha para aliviar suas dores, em amor ensina aos seus discípulos
qual a missão a se cumprir.
É interessante, como muitas vezes, deixamos de
lado o princípio norteador da nossa missão como cristãos. Não dá para dividir o
indivíduo em corpo, alma e espírito, como alguns tentam. Somos um todo, indivisível,
as dores do corpo são capazes de nos impedir as coisas espirituais, como uma
vida espiritual nos dá a sensibilidade de com resiliência suportar as dores do
corpo.
Betesda, que para alguns é traduzida como casa
de misericórdia. Fico imaginando se nós como igreja estivéssemos a todo
instante servindo a nossa Betesda. Um lugar com pessoas marginalizadas, maltratadas
por sua sociedade, esquecidas, e como no tempo de Jesus sendo julgadas por suas
dores como consequência de seus pecados.
Alguns consideram o mover das águas de Betesda
uma superstição da época, não entro no mérito, apenas afirmo que a esperança do
mover das águas mantinha aquelas pessoas vivas.
- Hoje não deu, mas amanhã pode ser a minha
vez!
O diálogo daquele homem com Jesus, que para ele
era apenas mais um desconhecido, é muito interessante, direto e objetivo. A pergunta
de Jesus ao paralitico pode parecer obvia, mas aprendemos que Deus não nos
invade, precisamos ser claros se queremos ou não permitir a sua interferência em
nossa vida.
O que você responderia à pergunta de Jesus?
Quando
o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus
lhe perguntou: "Você quer ser curado? " (João 5:6 NVI)
A minha
resposta com a maturidade que tenho hoje, seria um SIM; no entanto, talvez se
tivesse nas condições daquele homem, responderia a Jesus:
- O que
você acha? Estou aqui há tanto tempo para quê?
Ao invés
das minhas respostas grosseiras, o homem responde mostrando o que tem feito na
esperança de ser curado, mesmo estando ali sozinho, sem ninguém para ajuda-lo,
ele não perde a esperança, alguém passou a sua frente, não foi hoje, quem sabe
seja amanhã. Aquele homem mostra com suas atitudes que ele quer ser curado e o
que depender dele para que isso aconteça, ele vai fazer.
Disse
o paralítico: "Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque
quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de
mim". (João
5:6 NVI)
Betesda, “Casa de misericórdia”, cegos, coxos, paralíticos,
pessoas que compartilhavam da sua dor na esperança do “mover das águas”.
Pessoas que viviam o seu dia-a-dia numa competição de quem seria o próximo
abençoado, não viam o tempo passar diante da expectativa do “mover das águas”.
Não conseguiam observar o que estava acontecendo a sua volta, Jesus estava
entre eles e nem perceberam.
Vamos para a liderança religiosa que iam atrás
de Jesus, viviam na busca de algo que pudessem pegar Jesus quebrando a Lei.
Estavam tão cegos que não conseguiam observar os princípios de amor e cuidado
com o próximo que estavam previstos na Lei. Se perderam na ganancia de poder,
criaram castas, distorceram a Palavra de Deus, tinham rituais, festas sagradas
e se consideravam os melhores diante de Deus.
O homem que havia sido curado estava carregando
sua maca, provavelmente feliz depois de tanto esperar, alguém chega perto dele
e afirma que aquilo não era correto: “Hoje é sábado, não lhe é permitido
carregar a maca". (João 5:10 NVI)
Para mim,
a resposta dada por aquele homem expressa o sentimento que devemos ter diante
das ordens dada por Jesus. Aquele homem estava ali há 38 anos, ninguém se
importava com a sua dor, ninguém se dispunha a estar ao seu lado para que ele
chegasse as águas, mas agora curado vem criticar que ele está carregando o símbolo
da sua miséria que Jesus transformou no símbolo da misericórdia de Deus. Mas ele respondeu:
"O homem que me curou me disse: ‘Pegue a sua maca e ande’ ". (João 5:11 NVI)
Para os
Judeus não se podia curar no sábado, julgamos eles!
E nós o
que estamos fazendo com as verdades do Evangelho?
Olhemos
para a “Betesda” da nossa cidade, que sejamos os anjos de Deus no “mover das
aguas” sejamos empáticos com a dor do meu próximo, minimizando suas dores sendo
instrumentos vivos da misericórdia de Deus.
Que como o
homem curado, mantenhamos viva a esperança, mas a esperança que não desaponta,
a esperança em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Continuo
contando com suas orações!
Abraço,
Cláudio
Eduardo - Pastor
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