domingo, 15 de novembro de 2020

VAMOS A BETESDA! ...

 



VAMOS A BETESDA! ...

 

Disse-lhes Jesus:

"Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando". (João 5:17 NVI)

 

Se pudéssemos voltar no tempo, quantas coisas faríamos diferente. A escola da vida é a grande oportunidade que temos de adquirir maturidade e aprendizado. Quando nos tornamos cristãos a Bíblia deve ser o nosso manual de vida, nela encontramos as respostas necessárias para as nossas ações e no que devemos pensar.

 

É tão interessante observarmos no meio dos cristãos tanta desavença em torno de coisas insignificantes, quando poderíamos estar concentrados e unidos naquilo que temos em comum. E o que temos em comum é Jesus Cristo, Ele deve ser o Senhor de nossa vida, e consequentemente da sua Igreja.

 

Unidade não significa uniformidade, fico imaginando como o mundo seria chato se todos fossem iguais a mim. Unidade é quando os diferentes se unem no propósito de uma missão, basta olharmos para os discípulos escolhidos por Jesus; eram homens com temperamentos e valores diferentes e escolheram seguir o Mestre e cada um com seu jeito de ser moldado pelo Cristo transformaram o mundo.

 

Os discípulos não sabiam a extensão do seu trabalho, os primeiros cristãos não tinham ideia de onde chegariam, os reformadores estavam mudando a história da Europa, o Evangelho chegou até nós e devemos dar continuidade da missão. Ainda há muito o que se fazer, estamos perdendo tempo com detalhes, esquecemos que nossa missão é fazer discípulos, e essa missão deve fundamentada através dos princípios e valores da Bíblia.

 

No capítulo 5 do Evangelho de João temos a cura de um homem que estava doente há 38 anos, um paralítico. Uma experiência que nos chama a atenção quanto a ignorância que muitas vezes temos a respeito de Deus e a insensibilidade que determinados líderes religiosos tem em relação ao sofrimento humano.

Será que em nossos dias as coisas estão diferentes?

 

O Jesus que os evangelhos me apresentam tem empatia com pessoas, trabalha para aliviar suas dores, em amor ensina aos seus discípulos qual a missão a se cumprir. 

 

É interessante, como muitas vezes, deixamos de lado o princípio norteador da nossa missão como cristãos. Não dá para dividir o indivíduo em corpo, alma e espírito, como alguns tentam. Somos um todo, indivisível, as dores do corpo são capazes de nos impedir as coisas espirituais, como uma vida espiritual nos dá a sensibilidade de com resiliência suportar as dores do corpo.

 

Betesda, que para alguns é traduzida como casa de misericórdia. Fico imaginando se nós como igreja estivéssemos a todo instante servindo a nossa Betesda. Um lugar com pessoas marginalizadas, maltratadas por sua sociedade, esquecidas, e como no tempo de Jesus sendo julgadas por suas dores como consequência de seus pecados.

 

Alguns consideram o mover das águas de Betesda uma superstição da época, não entro no mérito, apenas afirmo que a esperança do mover das águas mantinha aquelas pessoas vivas.

- Hoje não deu, mas amanhã pode ser a minha vez!

 

O diálogo daquele homem com Jesus, que para ele era apenas mais um desconhecido, é muito interessante, direto e objetivo. A pergunta de Jesus ao paralitico pode parecer obvia, mas aprendemos que Deus não nos invade, precisamos ser claros se queremos ou não permitir a sua interferência em nossa vida. 

O que você responderia à pergunta de Jesus?

Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: "Você quer ser curado? " (João 5:6 NVI)

 

A minha resposta com a maturidade que tenho hoje, seria um SIM; no entanto, talvez se tivesse nas condições daquele homem, responderia a Jesus:

- O que você acha? Estou aqui há tanto tempo para quê?

 

Ao invés das minhas respostas grosseiras, o homem responde mostrando o que tem feito na esperança de ser curado, mesmo estando ali sozinho, sem ninguém para ajuda-lo, ele não perde a esperança, alguém passou a sua frente, não foi hoje, quem sabe seja amanhã. Aquele homem mostra com suas atitudes que ele quer ser curado e o que depender dele para que isso aconteça, ele vai fazer.

Disse o paralítico: "Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim". (João 5:6 NVI)

 

Betesda, “Casa de misericórdia”, cegos, coxos, paralíticos, pessoas que compartilhavam da sua dor na esperança do “mover das águas”. Pessoas que viviam o seu dia-a-dia numa competição de quem seria o próximo abençoado, não viam o tempo passar diante da expectativa do “mover das águas”. Não conseguiam observar o que estava acontecendo a sua volta, Jesus estava entre eles e nem perceberam.

 

Vamos para a liderança religiosa que iam atrás de Jesus, viviam na busca de algo que pudessem pegar Jesus quebrando a Lei. Estavam tão cegos que não conseguiam observar os princípios de amor e cuidado com o próximo que estavam previstos na Lei. Se perderam na ganancia de poder, criaram castas, distorceram a Palavra de Deus, tinham rituais, festas sagradas e se consideravam os melhores diante de Deus.

 

O homem que havia sido curado estava carregando sua maca, provavelmente feliz depois de tanto esperar, alguém chega perto dele e afirma que aquilo não era correto: Hoje é sábado, não lhe é permitido carregar a maca". (João 5:10 NVI)

 

Para mim, a resposta dada por aquele homem expressa o sentimento que devemos ter diante das ordens dada por Jesus. Aquele homem estava ali há 38 anos, ninguém se importava com a sua dor, ninguém se dispunha a estar ao seu lado para que ele chegasse as águas, mas agora curado vem criticar que ele está carregando o símbolo da sua miséria que Jesus transformou no símbolo da misericórdia de Deus. Mas ele respondeu: "O homem que me curou me disse: ‘Pegue a sua maca e ande’ ". (João 5:11 NVI)

 

Para os Judeus não se podia curar no sábado, julgamos eles!

E nós o que estamos fazendo com as verdades do Evangelho?

 

Olhemos para a “Betesda” da nossa cidade, que sejamos os anjos de Deus no “mover das aguas” sejamos empáticos com a dor do meu próximo, minimizando suas dores sendo instrumentos vivos da misericórdia de Deus.

 

Que como o homem curado, mantenhamos viva a esperança, mas a esperança que não desaponta, a esperança em Cristo Jesus, nosso Senhor!

 

Continuo contando com suas orações!

 

Abraço,

 

Cláudio Eduardo - Pastor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

32.000

Hoje ultrapassamos as 32.000 visualizações do blog HUMANIZANDO COMPAIXÃO, são 462 textos, e o primeiro foi publicado em 22 de outubro de 201...