QUAL É A DIREÇÃO?
Sempre gostei muito de viajar de carro, procuro
fazer todo o roteiro com antecedência levando em consideração as eventualidades
que porventura venha a acontecer na viagem.
Dirigir é um hobby maravilhoso para mim, quando
morava com minha família no Recife, várias vezes fiz o trajeto do Recife para o
Rio de Janeiro de carro. Fazia a cada viagem um trajeto diferente, conhecendo
cidades e aproveitando para em família estarmos um pouco mais juntos. Que
saudade dessa época, das meninas ainda criança, e a cada viagem uma nova
aventura.
Em minha primeira viagem longo, comprei mapas,
ainda não existia GPS, comprei fita K7 para que tivéssemos um fundo musical em
nossa aventura, carro revisado, tudo pronto.
Era o início de 1994, o país sendo abalado com
altíssima inflação, alta taxa de desemprego, eu e minha esposa tínhamos
concluídos o curso teológico, e na bagagem um misto de expectativas, obediência
ao chamado divino e um pouco de medo diante dos novos desafios.
Tudo pronto, saindo do Rio de Janeiro rumo ao
Recife, a primeira de muitas viagens que fizemos. No meu planejamento
viajaríamos durante o dia, evitando ao máximo encarar a estrada durante a
noite. O primeiro dia foi tudo como planejado, um sucesso!
No segundo dia procuramos cumprir o planejamento,
cálculo bem-feito, pretendíamos chegar à Itabuna no interior da Bahia. Não sei
porque, e nem me martirizo por isso, mas errei no cálculo, anoiteceu e ainda
faltava em torno de 200 quilômetros para chegarmos ao lugar planejado.
Passando por um vilarejo, vi um hotel na beira da
estrada, decidi não pernoitar ali, a aparência externa não era das melhoras, e
no meu arrogante planejamento o dia só iria terminar em Itabuna. Já noite,
estava chuviscando e era a primeira vez que fazia uma viagem dessa monta. Uns duzentos
metros depois do referido hotel, passando sobre uma lombada, o vidro do farol
cai e quebra.
Agora a prudência fala mais alta, não tenho como
prosseguir a viagem. O hotel da beira da estrada muito aconchegante, tudo muito
bem arrumado e limpo. Deus me dando lições valiosas naquele dia e no dia
seguinte. A aparências as vezes enganam, e que devemos aprender a ouvir e
obedecer às ordens do Senhor.
No dia seguinte, depois de um delicioso café da
manhã, pegamos a estrada, e para nossa surpresa, naquele ano havia chovido
muito no sul da Bahia e a estrada estava totalmente destruída. Louvamos a Deus
pelo livramento, e nunca mais nos esquecemos que para nos proteger Deus usa de
inúmeras maneiras, inclusive permitindo que o vidro do farol de um carro
seminovo e totalmente revisado, caia e quebre impedindo que eu continuasse em
frente.
O capítulo 27 do livro de Atos dos Apóstolos, nos
conta o naufrágio de Paulo junto com todos que estavam naquela embarcação. Antes
daquele navio vir a pique, o estado emocional da tripulação e dos passageiros
era de medo e desespero. O mar batendo forte, não se podia fazer diferença
entre dia e noite, a coisa era desesperadora.
“Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos
dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente
perdemos toda a esperança de salvamento. “ (Atos
27.20 NVI)
Os navegadores se guiavam pelo sol e pelas
estrelas, sem uma coisa ou outra, estavam perdidos. Como em muitas situações, a
esperança se foi, agora é só esperar o pior!
Existem pessoas que quando estão muito preocupadas
ou atribuladas param de comer, não sentem fome. Nesse caso, se por uma questão
cerimonial da sua religião, ou devido ao desespero, as pessoas naquele navio
estavam fracas; muito fracas para o que viria pela frente. Paulo, o prisioneiro,
assume a liderança; anima as pessoas a confiarem em Deus. “... Tenham ânimo, senhores!
Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito. “ (Atos 27.25 NVI)
Na iminência de um naufrágio, Deus é glorificado,
pessoas conhecem a quem Paulo serve, um testemunho da graça e da misericórdia
de Deus. O Pão da vida (Jesus) é exaltado naquele momento de restauração do
físico para os novos desafios.
Agora viajei na minha imaginação, o mar revolto,
pessoas desesperadas, o navio sacudindo, Paulo pega o pão e dá graças na
presença de todos e depois reparte com cada um. Um culto de celebração em meio
a uma cena de desolação.
Uma vigem inesquecível para todos que estavam
naquele navio. O centurião Júlio tratava Paulo com humanidade, pois ele era
diferente.
Os demais foram encorajados pelo servo do Deus Altíssimo, e ninguém deixou de ouvir de Jesus. Ninguém se perdeu, um milagre do Senhor.
Os demais foram encorajados pelo servo do Deus Altíssimo, e ninguém deixou de ouvir de Jesus. Ninguém se perdeu, um milagre do Senhor.
O mar está revolto, batendo muito forte, deixa o
Espirito Santo te encorajar e saiba que mesmo em meio da tempestade o Senhor
está conosco.
Continuo gostando de aventuras, viver é uma nova
aventura a cada dia.
A maturidade e a experiência me ensinaram que
viajar com Jesus é muito melhor, Ele é o Caminho que não nos deixa perder a
direção!
Abraço,
Pr Cláudio Eduardo
OBS:
Dedico esse texto à Luci Meire, esposa querida que independente dos desafios está sempre ao meu lado; e a Luci Anne e Lidianne, filhas, presente de Deus, que aproveitaram cada momento nas diversas viagens que fizemos!
Dedico esse texto à Luci Meire, esposa querida que independente dos desafios está sempre ao meu lado; e a Luci Anne e Lidianne, filhas, presente de Deus, que aproveitaram cada momento nas diversas viagens que fizemos!