quinta-feira, 9 de abril de 2020

VAMOS DAR UM MERGULHO?... ( CUIDADO COM A ARROGÂNCIA)


VAMOS DAR UM MERGULHO?...


Mas os seus servos lhe disseram:
"Meu pai, se o profeta lhe tivesse pedido alguma coisa difícil, o senhor não faria? Quanto mais, quando ele apenas lhe diz para que se lave e seja purificado! "     (2 Reis 5:13 NVI)


Arrogância é uma coisa complicada, e o pior é que atinge todo mundo, alguns mais outros menos. É preciso muita vigilância para não cairmos em suas armadilhas e artimanhas. Acompanhada da prepotência e da falsa sensação de superioridade em relação ao outro, quanta destruição ela consegue fazer.

Há muitos anos atrás, quando ainda na faculdade, isso lá pelos idos dos anos 90 do século passado; um aluno decidiu, para a sua desgraça coletiva, pedir revisão da nota da prova. Numa instituição histórica, onde apesar de existir o direito de pedir revisão da nota da prova ninguém ousava usá-lo, o dito professor decidi fazer a mesma diante de toda turma.

Ele começou a dita revisão declarando ser algo inédito é como não havia nenhum protocolo prevendo como deveria ser feita, ele faria diante de toda turma provando a ignorância do referido aluno. Foi aquela confusão, entrou a turma reivindicatória, a turma do deixa disso, o diretório acadêmico, a sala de aula virou uma grande confusão.

O aluno que pediu a revisão calado estava, calado ficou, os outros é que começaram a tumultuar, o diretor da faculdade é chamado, e é dado a palavra ao dito professor que em sua defesa começa com a seguinte frase:
- Todos somos ignorantes, no sentido lato da palavra, ninguém é detentor de todo o conhecimento, existem coisas que sabemos e coisas que não sabemos, e com relação ao que não sabemos somos ignorantes.

Essa situação me fez refletir, e me mostrou o quanto muitas vezes somos arrogantes, somos rápidos no agredir com palavras, temos dificuldades em ouvir posições contrárias à nossa; tratamos com indiferença pessoas que tem a função de “nos servir”; julgamos as pessoas pelo seu jeito de falar, pelo que está vestindo, o carro que possui ou por onde está morando.

Ao ler o capítulo 5 do livro de 2 Reis, vejo um ato de humildade, de compaixão e de cuidado que muitas pessoas não percebem. Na história de Naamã observamos ele como personagem, Elizeu, Geazi, o rei de Israel e o rei da Síria.

Naamã um comandante militar da Síria, alguém costumado a dar e receber ordens, que sabia muito bem o que significava o estresse do campo de batalha e agora tem uma doença de pele, a lepra. A Bíblia não me diz qual era o nível de gravidade da doença na vida de Naamã, mas as pessoas que o serviam sabiam o quanto ele estava doente.

Na antiguidade a lepra além dos males físicos, era uma doença que afastava as pessoas do convívio social, coisas que acontecem ainda em nossos dias.  Nos nossos dias o preconceito ainda é muito grande para os portadores de hanseníases, imagine anos atrás.

A escravidão é uma das coisas mais terríveis da humanidade, Naamã guerreou contra Israel, saiu vencedor, levou várias pessoas cativas para Síria, para serem escravos. Uma dessas pessoas foi levada para ser escrava na sua casa. “Num dos seus ataques contra Israel, os sírios haviam levado como prisioneira uma menina israelita, que ficou sendo escrava da mulher de Naamã.” (2 Reis 5:2 NTLH).

Uma menina, feita prisioneira, retirada da sua cidade, da sua família e de seu povo. Escrava na casa do comandante do exército sírio, o responsável por sua desgraça, seria escrava por toda a sua vida.

Uma menina que não se deixa levar por seu sofrimento e por suas dores, uma menina que conhece o poder de Deus e não tem medo e nem se recusa a compartilhar. Uma menina que sabe onde encontrar um homem de Deus e que ele pode curar o seu Senhor.

O comandante aceita o conselho da menina escrava, se dispõe a buscar ajuda em outra nação, a pedir ajuda de um profeta do Deus que ele não conhece. Documenta sua viagem, o rei de Israel fica em pânico por não ter uma resposta plausível para ele, e o profeta Elizeu o trata como qualquer um.

Fico imaginado a cena, e só me veio na mente aquela expressão que para mim é o ápice da arrogância. Imagino Naamã gritando para Elizeu:
- Você sabe com quem está falando? ou
- Quem você pensa que é?

Deus age nas coisas simples, a solução para o problema de Naamã, creio eu, estava tão somente na atitude de obediência. O remédio parece simples demais, não dá para acreditar, certamente ele já deveria ter gasto um bom dinheiro na busca da sua cura. Mergulhar sete vezes no rio Jordão, não é seis e nem oito, é sete! Deixando de lado o misticismo e a simbologia numérica dos judeus, fica a pergunta:
- No lugar de Naamã o que você faria?

Deixo claro que creio no poder e nos milagres de Deus, e vejo muita criatividade do Senhor. Em cada circunstância, em momentos diferentes, com pessoas diferentes, Deus é extremamente criativo na manifestação da sua glória!

Os milagres do Senhor é para que o seu poder seja manifesto. Naamã foi curado, outros leprosos da sua época não. Naamã por ordem de Elizeu mergulhou sete vezes no Jordão e foi curado, mas isso não significa que você saindo da sua cidade e indo até o Jordão mergulhando sete vezes será curado.

A glória é de Deus, o poder é do Senhor!
A resposta de Naamã deixa isso muito claro: “Agora sei que não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel(2 Reis 5:15 NVI).

Que nesses dias de desespero, onde muitas pessoas estão em busca de esperança e cura, que sejamos como aquela menina da casa de Naamã, sejamos portadores das boas novas do Senhor, deixando de lado os nossos conceitos e preconceitos.


Conto com suas orações!

Abraço,


Pr Cláudio Eduardo

quarta-feira, 8 de abril de 2020

É TEMPO DE SOLIDARIEDADE;... O QUE ESTAMOS ESTÁ FAZENDO?...


É TEMPO DE SOLIDARIEDADE;...
O QUE ESTAMOS  ESTÁ FAZENDO?...


Então disse Eliseu: "Vá pedir emprestadas vasilhas a todos os vizinhos. Mas, peça muitas. Depois entre em casa com seus filhos e feche a porta. Derrame daquele azeite em cada vasilha e vá separando as que você for enchendo".    (2 Reis 4:3,4 NVI)


É nos momentos de crise que sabemos quem são os nossos verdadeiros amigos, inclusive no ambiente familiar. Podemos fazer um negócio ruim, uma calamidade pode afligir a minha cidade, uma doença inesperada pode chegar sem ser convidada, posso ser mais uma vítima da violência que assalta e rouba, estamos sujeitos todo tempo a sermos assolados por coisas ruins.

O problema não são as coisas ruins que nos afligem, mas como tratamos as consequências delas. Podemos ficar inertes reclamando do que vem nos acontecendo ou levantarmos a cabeça procurarmos ajuda e darmos a volta por cima.

Estava pensando que bondade e a solidariedade estavam em extinção na raça humana, conheço muita gente bondosa e solidária, mas no meu inconformismo diante das necessidades daqueles mais vulneráveis, sempre considerei que poderíamos estar fazendo mais, muito mais.

E quando se fala do povo de Deus, minhas expectativas sempre foram maiores. Não podemos ficar inertes e insensíveis diante do sofrimento humano. Não podemos aceitar como “normal” homens e mulheres invisíveis, pessoas em situação de rua, pessoas escravizadas pelas drogas e pela prostituição, crianças e adolescentes que não tem nenhuma perspectiva de futuro e são feitos agentes do tráfico de drogas e da violência.

Graças a Deus, muitas coisas têm sido feitas, mas poderíamos fazer muito mais. Tenho dito que para termos um milhão precisamos de um centavo. Não preciso esperar para fazer algo grandioso, preciso é começar com coisas pequenas e Deus há de torna-la grandiosa.

Voltando ao aspecto pessoal, passamos por dificuldades, e hoje é hora de revermos nossos conceitos e valores. A solidariedade e o companheirismo sempre foram características do povo de Deus, hoje a Igreja. "Com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e Deus derramava muitas bênçãos sobre todos.  Não havia entre eles nenhum  necessitado, ...” (Atos 4.33,34)

No capítulo 4 de 2 Reis mais uma vez aprendemos ou reafirmamos a função dos profetas como agentes de denuncia das injustiças sociais. Os profetas condenavam e denunciavam as injustiças sociais, pois era uma demonstração clara do distanciamento de Deus e de seu propósito para a humanidade.

Uma viúva procura o profeta por estar enfrentando grande dificuldade financeira, o marido morreu, deixou dividas, os credores estavam batendo na porta, na época os filhos eram considerados propriedade e poderiam ser usados para pagar dívidas. Imagine uma mãe precisando entregar seus filhos como pagamento de dívidas. Os filhos eram a garantia de velhice segura para aquela mulher, além do convívio familiar.

Só restava a ela uma saída, recorrer a Deus. Como muitas vezes nos sentimos assim e deixamos que o desespero ou o desanimo tome conta, ao invés de ouvirmos o que Deus tem a nos dizer.

Algumas coisas nos chamam a atenção sobre a história dessa mulher e o profeta Elizeu, e podemos afirmar que colhemos hoje o que foi plantado ontem.

Ela era mulher de um dos discípulos do profeta, ela reconhecia a autoridade espiritual do profeta Elizeu, seu problema não tinha outra alternativa de solução, era pagar ou os filhos iriam ser escravos.  

Deus prepara a saída, mas ela tinha que fazer a parte dela. A saída de Deus olha para situação presente, e normalmente apresenta soluções para o futuro. Então nada de desespero, Deus tem uma saída, pergunte ao Senhor e faça a sua parte.

Interessante é que nesse caso o tamanho do milagre de Deus está relacionado em como aquela família se relacionava com seus vizinhos. "Vá pedir emprestadas vasilhas a todos os vizinhos. Mas, peça muitas”. (2 Reis 4:3 NVI).

Uma viúva, devendo o impagável, certamente seus vizinhos estavam cientes da sua situação, fica a pergunta:
- Você emprestaria alguma coisa a ela?

Essa história nos chama a atenção do agir de Deus de várias maneiras:

O Senhor agiu na vida daquela mulher que num ato de fé procurou o profeta para pedir orientação sobre a situação em que estava vivendo. Ela colocou à disposição do Senhor o tudo que possuía, e do seu nada Deus transformou a sua realidade. Tua serva não tem nada além de uma vasilha de azeite". (2 Reis 4:3 NVI).

O Senhor usou os vizinhos daquela mulher como instrumento de benção e misericórdia. Os vizinhos não tinham recursos, eram todos pobres e a fome era uma realidade nesses tempos. As vasilhas vazias foram o canal usado por Deus. Quantas vezes as pessoas nos procuram com suas necessidades, e na nossa arrogância não estamos disponíveis a emprestar as vasilhas vazias.

A mulher e seus filhos saíram de uma situação sem solução para contemplar a grandeza do poder de Deus, e isso só foi possível porque houve disposição de buscar ajuda, acreditar no poder do Senhor, obedecer às instruções e agir.

Ela foi e contou tudo ao homem de Deus, que lhe disse: "Vá, venda o azeite e pague suas dívidas. E você e seus filhos ainda poderão viver do que sobrar". (2 Reis 4:3 NVI).

A Bíblia não me conta como foi a sequência da vida daquela família, mas uma coisa é certa: Deus fez a parte Dele e a mulher e seus filhos fizeram a sua parte.

Concluindo:
Se está passando por dificuldades, peça ajuda, demonstre a sua fé e coloque a disposição do Senhor o seu nada ou a sua botija de azeite. Nem desespero ou acomodação, esteja pronto para a ação.

Se você tem vasilhas, empreste, seja canal de benção abençoando outras vidas.

Independentemente de qualquer circunstância, aprendamos com Habacuque a sempre louvarmos ao Senhor.
Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador.
Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro. (Habacuque 3:17-19 NTLH)

Conto com suas orações!

Abraço,


Pr Cláudio Eduardo

segunda-feira, 6 de abril de 2020

UNS TE APLAUDEM, OUTROS TE VAIAM, E VOCÊ ...“- A mão que afaga é a mesma que apedreja”


UNS TE APLAUDEM, OUTROS TE VAIAM, E VOCÊ ...

“...Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito. Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste...". 
                                                                                    (2 Reis 2:9,10 NVI)

Nesses dias tenho visto se repetir algumas expressões antigas, mas que trazem em si sabedoria, ou uma visão do significado da vida.
Tudo é efêmero na visão de alguns, para outros é eterno e espiritual; temos aqueles que contemplam dias melhores e outros são extremamente pessimistas a respeito do futuro.

Uma expressão que me chamou a atenção na semana que passou foi:

“- A mão que afaga é a mesma que apedreja”.

Essa frase é um verso do soneto “Versos íntimos” de Augusto dos Anjos, escrito e publicado em 1912. O autor transmite em seus versos uma visão pessimista da vida, e que tudo pode mudar, as coisas boas podem se transformar em coisas más.

Aquilo que acreditamos, as nossas crenças, os nossos valores, a nossa história, será essencial na maneira como olhamos o presente e o que esperamos para o futuro. Mesmo em meio ao caos há sempre um lampejo de esperança.

Existe pessoa que não vive para si, está tão preocupada em como estará sendo vista pelos outros, que se esquece de ser autenticas, ser ela mesmo. Em tempo de mídias sociais, selfie (autorretrato), live (gravação ao vivo), e tantas outras coisas que as pessoas utilizam expondo sua intimidade e privacidade.

Ser autêntico, ser você mesmo, não significa ser grosseiro, egoísta, mal-educado, antipático e antissocial. Precisamos conhecer o nosso “eu”, valorizando os nossos pontos fortes e trabalhando naquilo que não aceitamos e cremos não estar nos abençoando. Temos um molde, um referencial, um modelo, torna-se fácil definirmos como devemos ser. Ser autêntico é com as minhas qualidades e as faltas delas não mentir para mim mesmo que está tudo bem.

Um dos personagens bíblicos do Antigo Testamento que sempre me chamou a atenção por sua autenticidade é o profeta Elias, a Bíblia não me diz como era o seu contexto familiar, como era sua infância ou como foi a sua adolescência e juventude.

O profeta Elias mostra paixão pelo Senhor e com ousadia confronta as heresias da adoração a Baal; confronta o rei Acabe, confronta a Jezabel e seus profetas, confronta o povo diante de seus pecados e afastamento do Senhor.

Ao mesmo tempo o homem Elias é frágil, tem medo, desisti de lutar e pede a morte.

O profeta Elias contemplou em tempo de fome e escassez o azeite e a farinha não faltar, ressurreição dos mortos, fogo do céu, foi alimentado e conversou com anjos, respostas de oração e a manifestação do Senhor numa brisa suave.

Elias é chamado de “perturbador de Israel”, no monte Carmelo enfrenta 450 profetas de Baal, um desafio que marca profundamente a história de Israel, o povo grita: “- Só o Senhor é Deus! ”

Jesus e João Batista são comparados a Elias, no monte da transfiguração é Elias e Moisés que aparecem diante do Cristo.

O profeta Elias teve momentos de aplausos na casa da viúva de Sarepta quando o azeite e a farinha não faltaram, foi “vaiado” quando o filho da viúva morreu, e volta o aplauso na ressurreição do garoto, mas em nenhum momento Elias deixou de ser autêntico.

A viagem para eternidade todos nós a faremos, para lá não temos como levar coisa alguma, a não ser a nossa essência, o nosso “eu”.
Elias foi numa carruagem de fogo, no nosso caso o nosso corpo irá virar poeira, mas Deus está de braços abertos a nos receber.

Entre nós humanos poderá em alguns momentos até ser verdade que:
“- A mão que afaga é a mesma que apedreja”.

Quando buscamos ao Senhor com autenticidade e verdade, aprendemos com Elias que:
“- A mão que afaga é a mesma cuida e toma para si”.

“De repente, um carro de fogo puxado por cavalos de fogo os separou um do outro, e Elias foi levado para o céu num redemoinho.” (2 Reis 2:11 NTLH)



Que sejamos, nesses tempos de crise, profetas do Deus Altíssimo, proclamando a preciosa verdade do Evangelho com autenticidade e verdade.

Conto muito com suas orações!

Abraço,

Pr Cláudio Eduardo

sábado, 4 de abril de 2020

QUEM TEM SIDO SEU CONSELHEIRO? ...


QUEM TEM SIDO SEU CONSELHEIRO? ...

“Peço-te que busques primeiro o conselho do Senhor".
(1 Reis 22:5 NVI)

- Se conselho fosse bom, não se dava (de graça), se vendia!
Quantos de nós já não ouvimos esse ditado popular, ou não tenhamos dito essa frase a alguém.

Uma das coisas mais difíceis é quando alguém vem te pedir um conselho já decidido no que vai fazer, esperando apenas a sua aprovação, e quando não acontece sai resmungando.

Quando trata dos cristãos, precisamos ser extremamente cuidadosos com as nossas atitudes e ações, declaramos ter a Bíblia como princípio de regra e fé, e alguns a usam fora de contexto como pretexto para simplesmente justificarem seus erros. A Bíblia tem fatos históricos, e alguns textos não podem ser interpretados sem leva-los em consideração, senão estaremos cometendo heresia. A revelação do Senhor chega ao seu ápice em Jesus Cristo. “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.” (Hebreus 1:1,2 NVI)

Os evangelhos nos mostram como os líderes religiosos estavam distorcendo a Lei e os profetas. Jesus é questionado, é colocado a prova, é censurado, criticado, é traído e negado por seus seguidores e num julgamento indecente e imoral é condenado morte de cruz.

Sei que era propósito do Senhor a sua morte e ressurreição trazendo reconciliação entre a humanidade e seu Criador, a morte do Cristo no calvário é abertura de um novo momento, uma nova realidade, o véu do templo se abre, é rasgado, nada mais nos impede de chegarmos a presença do Senhor, não precisamos de intermediários, o acesso está liberado.

Não precisamos de sacerdotes, e ação profética da igreja é viver os ensinos do Mestre, Jesus Cristo, Rei e Senhor. O compromisso é individual e pessoal, é público, e exige testemunho.

Hoje não estamos tão diferentes dos tempos de Jesus ou das diversas situações vividas pelos profetas do Senhor. Muitos estão em busca da religião como uma formula mágica para atender aos seus interesses pessoais e as suas necessidades.

No tempo dos reis de Israel, haviam bons exemplos, e também péssimos exemplos. “(Nunca existiu ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que o Senhor reprova,... Ele se comportou da maneira mais detestável possível,...)” (1 Reis 21:25,26 NVI)

Acabe se tornou o exemplo do que se tem de pior, e não foi por falta de conselheiros, e nem de profetas que o confrontasse com a verdade. Para Acabe o profeta bom era aquele que falasse o que ele queria ouvir, ou que aprovasse seus desmandos como governante. “O rei de Israel respondeu a Josafá: "Ainda há um homem por meio de quem podemos consultar o Senhor, mas eu o odeio, porque nunca profetiza coisas boas a meu respeito, mas sempre coisas ruins. É Micaías, filho de Inlá". "O rei não deveria dizer isso", Josafá respondeu. (1 Reis 22:8 NVI)

A falta de respeito de Acabe para com Micaías é clara, ele quer profetas que digam coisas agradáveis aos seus ouvidos, ele não está querendo ouvir a voz de Deus.

Precisamos muito ter cuidado, em quem ou onde estamos buscando conselhos!

A desgraça de Acabe foi a sua arrogância e a sua idolatria, a falta de disponibilidade em se voltar com sinceridade para com o Senhor, e tinha um bando de “profetas” o seguindo, sendo cúmplice de suas atrocidades, pois estavam usufruindo da “mesa do rei”. Se você puder, leia todo o capitulo 22 do livro de 1 Reis.

Que sejamos, nesses tempos de crise, profetas do Deus altíssimo, proclamando a preciosa verdade do Evangelho.

Abraço,

Pr Cláudio Eduardo

sexta-feira, 3 de abril de 2020

QUANTA HIPOCRISIA ...


QUANTA HIPOCRISIA ... 


“Decretem um dia de jejum...” (1 Reis 21:9 NVI)
 “Mandem avisar que vai haver um dia de jejum, reúnam todo o povo...”  (1 Reis 21:9 NTLH)

Antes que você tire qualquer conclusão antecipada do texto que virá a seguir, ou considere ser uma atitude oportunista da minha parte, preciso deixar claro que o versículo acima citado faz parte de um programa de leitura bíblica feito por mim e que foi divulgado no final de 2019 a um grupo de pessoas de todas as partes do Brasil e na Europa, e que mantemos contatos diários através de uma lista de transmissão de um aplicativo de mensagens. Hoje a nossa leitura é o capítulo 21 do livro de 1 Reis.

Dito isso, estamos vivendo um período de crise mundial, e ninguém pode dizer o contrário. A crise está nos mostrando que apesar das distâncias geográficas, culturais e até mesmo religiosas, dependemos uns dos outros. Nenhum ser humano desse tempo está completamente isolado ou possui privacidade plena. Um vírus invisível veio nos mostrar o quanto desumano vem se tornando o ser humano.

Preços abusivos de insumos necessários a prevenção de doenças, falsificação de produtos, apresentação de remédios e programas de prevenção que não passam de charlatanismo, líderes religiosos se apresentando como portadores de uma esperança sem qualquer fundamentação bíblica e se intrometendo nas pendengas político partidárias, igrejas querendo retornar suas atividades porque precisam manter a arrecadação.

Outro fato que me chama a atenção nesse momento de crise mundial é o discurso de vulnerabilidade dos idosos. Falo pelo que tenho visto em terras brasileiras, onde os idosos são desrespeitados e colocados a margem todo tempo, sem um programa sério de proteção de seus direitos, sem espaço e respeito nas comunidades religiosas que fazem parte, sendo vistos pelos governantes como gastos e a longevidade como um grande problema. Os Idosos são vulnerais sim, são vulneráveis as doenças e aos desmandos de governantes insensíveis. Muitas coisas melhoraram nos últimos anos, mas numa sociedade onde o idoso precisa de leis para terem prioridades e que precisam continuar lutando para que seus direitos sejam respeitados, a coisa está feia.

Fora tudo isso, ainda tenho visto pessoas tomando o nome de Deus em vão, outros usando ou até mesmo profanando procedimentos tão caros ao relacionamento com Deus e a fé cristã. Líderes religiosos proclamando jejum de refrigerante, de salgadinho, de televisão, de redes sociais, estão de brincadeira.

No Antigo Testamento o “jejum” era uma convocação do governante em tempos de calamidades, onde se reconhecia o pecado da nação e se assumia um novo compromisso de submissão e obediência ao Senhor. Os reis usurpavam para si uma posição de intermediários entre o povo e Deus, os sacerdotes e profetas estavam subordinados a sua autoridade e se alguém pensasse o contrário eram mortos sumariamente.

No versículo citado, quem está convocando um jejum era Jezabel, mulher de Acabe, com interesses maldosos e sanguinários, com apoio de pessoas corruptas que utilizaram de mentiras e falso testemunho para incriminar e assassinar a Nabote. Seria muito interessante você ler todo o capítulo 21 do livro de 1 Reis.

Jezabel marcou negativamente tanto a história de Israel, que passou ser usada de maneira alegórica como o que sem de pior no ser humano: “No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos. (Apocalipse 2:20 NVI)

Aprendi como Jesus, a revelação maior de Deus, como o cristão deve fazer JEJUM, defendo essa posição, e creio no Jejum.

Antes de iniciar o seu ministério terreno, a Bíblia nos conta que Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noite, não temos detalhes de como foram esses dias, mas uma coisa é certa após ter fome o Diabo começou a tenta-lo.

Com Jesus aprendi que Jejum é pessoal e individual, que não precisa de proclamação para que todos vejam, é um momento de intimidade com Deus. Também aprendi que jejum não é passar fome, ou se abster de alimentos trazendo sofrimento ao corpo para aplacar a fúria ou obter uma dadiva especial de um deus perverso e cruel.

Creio no jejum, mas não no jejum que precisa de uma proclamação coletiva de um líder religioso ou político,  

“— Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. (Mateus 6:16-18 NTLH)

O profeta Isaias, no capítulo 58, chama a atenção do povo quanto a pratica de uma religiosidade vazia e mecânica, onde os ritos eram feitos, mas sem qualquer comprometimento com o Senhor e a sua visão da justiça social. Eram extremamente religiosos, e continuavam desagradando a Deus.
O povo pergunta a Deus: “Que adianta jejuar, se tu nem notas?
Por que passar fome, se não te importas com isso?”
Senhor responde: “A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados.
Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações?
O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum?
Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas?
É isso o que vocês chamam de jejum?
Acham que um dia de jejum assim me agrada?
(Isaías 58:3-5 NTLH)

Quando olho para o momento religioso que temos vivido, lembro de um quadro que vi há muitos anos atrás, onde figurava a imagem de uma igreja, suntuosa, rica, com objetos de prata e ouro, e uma mesa com um farto banquete, ao mesmo tempo no quadro estava a escadaria da igreja com miseráveis numa atitude de miserabilidade e sofrimento.

Alguns líderes religiosos querem reabrir seus “templos”, estão ansiosos para voltarem as celebrações, mas não abrem seus “templos” para acolher os inúmeros invisíveis de uma sociedade desigual, inclusive dentro das igrejas.

Aprendi com Jesus e o profeta Isaías como fazer Jejum, é preciso um retorno do povo de Deus aos seus princípios e valores, é hora de mais e muito mais intimidade com o Senhor.
“Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão.
O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que deem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes.” (Isaías 58:6,7 NTLH)

Jezabel proclamou um jejum, pois queria usurpar a vinha de Nabote. Fujamos de tudo aquilo que é vazio e sem propósito diante do Senhor.

Que não somente o Coronavirus; mas a indiferença quanto as populações em situação de rua; a falta de recurso para com os asilos e abrigos de idosos; a invisibilidade daqueles que estão mergulhados nas drogas nas cracolândias; as comunidades e favelas sem saneamento e mínimo necessário para uma sobrevivência digna, os desempregados, os que sofrem há muitos anos com doenças crônicas e dependem de um sistema público de saúde desmantelado e ineficiente. Que tudo isso seja o motivo do jejum que agrade a Deus.

E finalizando, reafirmo minha posição entre igreja e Estado:
Jesus disse: "Então, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". (Mateus 22:21 NVI)
Que vivamos a democracia onde “César” cuide das coisas de governo, que cumpra o seu papel para o qual foi eleito. E que a igreja cumpra o seu papel nesse mundo, sem qualquer tipo de interferência do Estado ou de ações político-partidárias.

Eu não preciso que ninguém me diga que vai reservar um dia especial para a minha intimidade com o meu Deus!

Que Deus nos abençoe nesses dias!

Pr Cláudio Eduardo

Observação:
Nas últimas eleições exerci o direito do voto, votando nos mandatários do governo federal e estadual, e se os candidatos fossem os mesmos, votaria novamente. No entanto, isso não me obriga a concordar com todas as atitudes dos mandatários da esfera federal ou estadual. Como você também não precisa concordar comigo, espero somente o respeito ao direito da liberdade de expressão.



quarta-feira, 1 de abril de 2020

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A SUA VIDA? ...


O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A SUA VIDA? ...

“O que você está fazendo aqui, Elias"".   
(1 Reis 19:13 NVI)


Não sei você, mas acontece comigo, as vezes me vejo em algum lugar ou vivendo algum tipo de situação, e me pergunto:
- O que estou fazendo aqui?
Isso comigo é muito rápido, logo me recomponho, e Deus me mostra o porquê de estar naquele lugar, ou como aproveitar aquela situação para mostrar a sua glória.

Para ilustrar bem essa situação, tive oportunidade de falar do amor de Deus em reuniões de diretório municipal de partido político, apesar de não ser político. Certa vez fui convidado a estar numa assembleia de um sindicato de profissionais essenciais a sociedade, da minha saída de casa até o lugar da reunião uma grande ansiedade, não sabia o que fazer, as reinvindicações eram mais que justas, mas a sociedade não poderia sofrer as consequências dessa pendenga; mais uma vez, Deus foi glorificado, enquanto eu falava a liderança conseguiu chegar a um acordo e as reinvindicações foram atendidas.

Estava falando de lugares onde Deus nos tem colocado, mas existe outros lugares que escolhemos para fugir de Deus, ou as vezes de nós mesmos. Além disso quando estamos exaustos, ou sobre extrema pressão, não devemos tomar decisões. É preciso um tempo para recompor, e se você não consegue sozinho, peça ajuda.

O capítulo 19 do livro de 1 Reis, nos fala do momento em que Elias se encontra exausto, o cansaço faz com que sentimentos e desejos ruins fluam da sua vida. Ele derrota os profetas de Baal, envergonha o rei Acabe, vê o povo aclamar que só o Senhor é o único Deus, foi um dia estressante, cansativo, mas vitória, e que vitória. Suplica a Deus chuva, e depois de três anos de seca caiu uma grande chuva.

Se você estivesse no lugar de Elias, como você estaria se sentindo?

No dia seguinte, Elias toma conhecimento de Jezabel, mulher de Acabe quer mata-lo, mais uma oportunidade de ele mostrar o Deus a quem está servindo. No entanto ele foge, e cansado pede a Deus a morte. Na nossa hipocrisia poderíamos dizer que o pedido de Elias é um absurdo, falta de fé, ele não sabia o que estava falando, na realidade ele estava muito cansado, exausto, e perdendo o propósito de viver.

Quantas pessoas que estão a nossa a volta estão exaustas, cansadas ou com depressão, e viramos as costas para elas?

Que possamos aprender como Deus tratou Elias, e sejamos canal de benção nas mãos do Senhor para levantar aqueles que estão cansados.

Deus deixou Elias dormir um pouco, nada melhor do que um sono restaurador. O Senhor providenciou alimentação, é preciso nutrir o corpo, desnutrido ficamos doente e não vamos a lugar algum. Elias dorme mais um pouco, parece que estava com o sono atrasado ou procurava fugir do seu problema dormindo. Um anjo o acorda, chega de dormir, vamos caminhar, um exercício físico faz bem.

O Senhor estava tratando o físico, o emocional e agora chega a hora de tratar o espiritual. Elias entra numa caverna, que para ele poderia significar um lugar de segurança e proteção. A caverna não é o lugar do homem de Deus, a caverna não é o lugar para Elias, a caverna não é nosso lugar.

A ordem de Deus é sair da caverna, tenho coisas maravilhosas e tremendas para te mostrar. O vento forte, o terremoto, fogo do céu eram manifestações do poder de Deus sobre a natureza, Deus não estava ali, e Elias não precisava disso agora, ele continuava cansado.

Um sussurro, calmo, sereno, tranquilo é assim que o Senhor se apresenta a Elias. Que maravilhoso saber que Deus está sempre pronto a cuidar de nós, de maneira particular e pessoal.

Elias estava se sentindo injustiçado por Deus, se sentindo sozinho, abandonado. Que bate papo legal, uma DR (discutindo a relação) de primeira. Elias apresenta suas queixas, e uma a uma Deus vai mostrando com amor que ele estava enganado.

Não quero ficar na caverna, quero a visão do Senhor!

E não se esqueça:

Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!
(Efésios 3:20,21 NVI)

Conto com suas orações!

Abraço,

Pr Cláudio Eduardo


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