PERGUNTA O QUE QUER, OUVE O QUE NÃO
QUER!
Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para
pôr Jesus à prova e lhe perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para
herdar a vida eterna? "
(Lucas 10.25)
Existem algumas situações e questionamentos que são repetitivos
na história da humanidade, e o incógnito quanto ao que vem após a morte é uma
delas. O judaísmo tinha como base a ressurreição no dia do juízo, e a salvação a
partir da descendência de Abraão e a obediência irrestrita da Lei.
No conteúdo da pergunta, observamos que o doutor da Lei
considera que a vida eterna é mérito a ser conquistado pelo indivíduo: “o que preciso
fazer?”
É interessante
que Jesus utiliza do conhecimento que ele possuía da Lei, e de como a
interpreta. Uma boa lição aqui é que o doutor da Lei sabia o que estava
escrito, mas não sabia fazer a interpretação; uma pena, quantos estão com a
Bíblia na mão e não compreendem a vontade de Deus e a missão que temos.
Uma ilustração é usada por Jesus
para marcar bem este encontro, o “Bom Samaritano” serviu de exemplo para a ação
de misericórdia que deve permear a práxis daqueles que são os filhos de Deus.
Jesus durante o seu ministério utilizou muitas vezes parábolas, para que
ficasse bem compreendido seu ensinamento. Dentre estas, se destaca a parábola
do bom samaritano, que apresenta um forte conteúdo de práxis de amor e
misericórdia. A parábola do bom samaritano foi contada a fim de ilustrar o
importantíssimo mandamento da Lei: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu
sou o Senhor”.
As seguintes observações podem ser feitas a respeito: Jesus ensina um
importante princípio de ética humanitária. O próximo pode ser uma pessoa
inteiramente desconhecida, pode ser de uma raça diferente, e até mesmo
desprezada, pode ser pessoa de outra religião, até mesmo conhecida como
herética. Contudo, os cuidados de Deus por toda a humanidade deve se manifestar
na vida de todas as pessoas. É muito instrutivo que Jesus tenha escolhido
um samaritano para sua ilustração. Ele escolheu de propósito os desprezados
samaritanos para ilustrar o correto tratamento que se deve dar ao próximo. Nem
mesmo o altamente reverenciado levita demonstrou possuir o desenvolvimento
espiritual e a graça para acudir ao semelhante em sua em necessidade,
isso, juntamente com a mesma atitude exibida por um sacerdote, deve ter sido
especialmente contundente para os judeus que ouviram Jesus[54].
O samaritano, desprezado pelos judeus por causa de sua raça, reputado
por eles como um herético religioso, um gentio, foi justamente aquele que se
mostrou compassivo e que parou para socorrer a vítima[55]. O fato de um samaritano ter sido usado
como exemplo de amor fraternal, seria especialmente amargo para os judeus. A
mera menção de tais indivíduos, sob uma luz favorável, por parte de Jesus, era
suficiente para pôr os ouvintes em atitude de antagonismo, especialmente no
caso dos mestres da lei que fizeram a indagação que provocara a história da
parte de Jesus.
Os adversários de Jesus teriam ficado perturbados ainda mesmo que Jesus
tivesse usado um leigo como contraste a um sacerdote, que pusesse este em uma
luz desfavorável, quanto mais quando este contraste foi fornecido por um odiado
samaritano. Acrescente-se a isso o fato que o homem assaltado por ladrões
poderia ser um judeu. E assim vemos que é um samaritano que ajudou a um judeu.
A parábola do bom samaritano tem servido de incentivo ao redor do mundo
para o cuidado com os menos favorecidos, e, se for compreendida e posta em prática,
haverá de remover os preconceitos raciais e os ódios nacionais. Esta história
ilustra admiravelmente bem a qualidade dessa boa vontade. O amor ao próximo não
se mostra calculista e mesquinho, como se fosse meramente o dever de alguém;
mas também se mostra totalmente extravagante e abundante. Aqui está uma nota
constante dos ensinamentos éticos de Jesus.
Assim, também, uma vez mais, se encontra aqui o grande sinal
característico de Jesus, o fato de que o próximo era tão completamente um
estranho, por ser, acima de tudo, um samaritano; na grandeza de sua compaixão,
o samaritano não estava procurando cumprir um dever seu, não tinha necessidade
alguma de cumprir um dever, mas amou o seu próximo como a si mesmo. (COSTA, CLÁUDIO
E. M – A Igreja e o ministério de compaixão – Rio de Janeiro, 2016 – p19.)
O que devo fazer para ter a
vida eterna?
Respondo,
ame intensamente a Deus, reconheça seu amor e misericórdia demostrado no
calvário, permitindo que Jesus Cristo seja Senhor e Salvador da sua vida.
Sem
amor não tem Vida Eterna!
Esta
é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste. (João 17.3)
Pr Cláudio Eduardo