sábado, 8 de maio de 2021

ELE NÃO ESQUECE ...

 

ELE NÃO ESQUECE ...

 

“Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor”.  (Salmos 10:17 NVI)

 

Passando de meio século de existência, sendo carioca, tendo o privilégio de ter morado em outras duas regiões desse grandioso Brasil, viajado por quase todo território nacional, conhecendo e sendo conhecido de muitas pessoas, você não imagina minha frustração quando diante de um encontro casual a pessoa me pergunta:

- Lembra de mim?

 

Com sinceridade e as vezes um pouco constrangido, respondo:

- Não lembro, mas você poderá me ajudar a lembrar!

 

Muitas vezes, a partir desse momento, a memória começa a ser clareada e num instante estamos conversando sobre algo que fizemos juntos ou um lugar em que estive e aquela pessoa também estava.

 

Você deve estar pensando:

- Qual será o problema que tem para não lembrar das pessoas?

 

Para te adiantar, sempre procurei estar sendo protagonista na minha vida e isso faz com que eu não consiga passar despercebido onde estou, e agora veio na minha lembrança quando estudava a quarta série primária, e isso foi há quase cinquenta anos, num trabalho de literatura a professora dividiu a turma em grupos para apresentação em uma feira literária que havia no colégio; escolhemos uma obra de Monteiro Lobato, fizemos uma apresentação teatral, e durante muito tempo passei a ser chamado no colégio pelo nome do personagem que representei.

 

Em outra oportunidade, já na sétima série, estudando em outro colégio, num trabalho de literatura, com a turma dividida em grupo, decidimos fazer um trabalho numa obra de Ariano Suassuna, eu nem imaginava que estaria um dia morando no nordeste brasileiro, e até sair daquele colégio passei a conhecido pelo nome do personagem que representei.

 

Na vida representamos papeis, e muitas vezes vários ao mesmo tempo. Somos filhos, irmãos, sobrinhos, pais, cônjuge, amigo, chefe, subordinado, cliente, prestador de serviço, entre tantos outros que você possa imaginar. O importante é que independe do papel que você esteja exercendo a sua essência seja a mesma, ou como alguém já disse:

- Não seja alguém de duas caras!

 

Com o advento da tecnologia estamos vivendo uma febre de redes sociais, isso é algo terrivelmente perigoso. A imagem pessoal apresentada na rede é completamente diferente da vida real. Parece que as pessoas apresentam um mundo perfeito, se acomodam nele, e não tem coragem para lutarem por seus objetivos.

 

Queremos ser amados, gostamos de ser reconhecidos, nos faz bem sermos elogiados; e depois?

 

Precisamos publicar em todas as redes para não sermos esquecidos, afinal de contas:

- Quem não é visto, não é lembrado!

 

Como tem sido triste a visão seletiva que temos a respeito das circunstâncias que nos cercam. Vivemos num contexto corrupto, onde a violência está cada vez mais natural. Fechamos nossos olhos para aqueles que estão sendo oprimidos, a dor do outro não nos interessa mais. Se pudéssemos, se é que já não estamos fazendo, criaríamos guetos para esconder o que enfeia a beleza da cidade.

 

Os grandes centros urbanos empurra para periferia os menos favorecidos, como se fossem lixos humanos. Vivemos procurando justificativas para corpos amontoados pelas cidades. A dor do outro não é a minha dor, vida que segue.

 

Cadê os religiosos?

 

Onde estão aqueles que se aventuram a dizer que estão aqui para fazer a obra de Cristo?

 

O que estamos fazendo como cristãos?

 

Poderia continuar enumerando várias perguntas, algumas certamente muito incomodas, mas prefiro, em amor, te fazer um convite, e para tanto; usarei as palavras do próprio Cristo:

Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai. (João 14:12 NVI)

 

O meu convite a você é fazermos o trabalho para o qual fomos chamados, independente dos papeis que estamos exercendo.

 

Existe um livro de Charles M. Sheldon que tem um título interessante e extremamente convidativo a reflexão: Em seus passos o que faria Jesus?

 

Olhe a sua volta, veja as coisas que estão acontecendo, e seja o instrumento nas mãos de Deus para proclamar a justiça do Senhor e manifestar graça e misericórdia aqueles que são invisíveis, mas não esquecidos pelo Deus eterno.

 

Na minha infância, na peça de Monteiro Lobato, do Sitio do Pica-Pau amarelo, fui o Marques de Rabicó, houve uma pequena discursão na divisão dos personagens, não vi nenhum problema em ser um Marques. O porco guloso e desengonçado não era o meu personagem, mas alguém que com título de nobreza conseguia vencer e driblar diariamente a Tia Anastácia que queria joga-lo na panela.

 

Na adolescência me apaixonei pelo João Grilo, um personagem folclórico da literatura portuguesa, no Alto da Compadecida, a partir de uma estória de sofrimento consegue driblar as dificuldades da vida e sorrir das suas próprias desventuras.

 

Na vida real, em minha essência, sou alguém imperfeito, que luta diariamente por um mundo melhor!

 

Me sinto extremamente amado por Deus, pela minha família e amigos!

 

Não se esqueça:

- Deus ouve as suas orações, e as suas necessidades são plenamente conhecidas por Ele!

 

Finalizo, para sua reflexão:

Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte. Porém, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita. Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé. (Gálatas 6:7-10 NTLH)

 

Abraço,

 

Ore por mim!

 

Cláudio Eduardo - Pastor

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