“πορευθεντες ουν μαθητευσατε παντα τα εθνη βαπτιζοντες αυτους
εις το ονομα του πατρος και του υιου και του αγιου πνευματος διδασκοντες αυτους
τηρειν παντα οσα ενετειλαμην υμιν και ιδου εγω μεθ υμων ειμι πασας τας ημερας
εως της συντελειας του αιωνος αμην” ΚΑΤΑ
ΜΑΤΘΑΙΟΝ 28:19-20
Entre os dias 30 de
maio e 06 de junho de 2021 criei um grupo temporário em um aplicativo de
mensagens, onde espero ter levantado a curiosidade sobre ser discípulo de
Cristo. Éramos dezenove participantes, e hoje desejo compartilhar com você
minhas preocupações e a minha esperança com respeito ao futuro da Igreja.
Estamos vivendo dias em
que a Graça tem sido barateada no meio da igreja cristã, e consequentemente estamos
vivendo escassez de servos, de discípulos, pois parece que podemos terceirizar
a missão de fazer discípulos.
Falando sobre isso, um
dos mártires do nazismo, na década de 40 do século passado, já declarava:
“A graça barata é a graça sem discipulado, a
graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo encarnado.
A graça preciosa é o tesouro oculto no campo,
por amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo que tem; a pérola
preciosa, para cuja a aquisição o comerciante se desfaz de todos os seus bens;
o senhorio régio de Cristo, por amor do qual o ser humano arranca o olho que o
faz tropeçar; o chamado de Jesus Cristo, pelo qual o discípulo larga suas redes
e o segue.
A graça preciosa é
o evangelho que há que se procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que
orar, a porta à qual se tem que bater.
A graça é preciosa
porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus
Cristo; é preciosa por custar a vida ao homem, e é graça por, assim, dar-lhe a
vida; é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador.
Essa graça é
sobretudo preciosa por tê-la sido para Deus, por ter custado a Deus a vida de
seu Filho – “fostes comprados por preço” – e porque não pode ser barato para
nós aquilo que para Deus custou caro. A graça é graça sobretudo por Deus não
ter achado que seu Filho fosse preço demasiado caro a pagar pela nossa vida,
antes o deu por nós. A graça preciosa é a encarnação de Deus”. (Dietrich
Bonhoeffer – Discipulado – Editora Sinodal)
Não estou me referindo
a graça de Deus somente no aspecto da salvação, até porque, os salvos em Cristo
têm o Espirito Santo de Deus em suas vidas e assumem uma posição diferente em
relação ao caminhar desse mundo.
Não dá para
continuarmos tendo uma visão de igreja com seus programas de entretenimento,
autoajuda ou de oportunidade de aliviar a culpa individual por não estar
obedecendo a Deus. De nada adianta nos cultos dominicais igrejas lotadas, mãos
levantadas aos céus, lagrimas rolando, se não estão influenciando a comunidade
onde estão inseridos.
As igrejas estão se
tornando cada vez mais espaços de entretenimento, quando na verdade somos
chamados para servir.
Creio que o verdadeiro
avivamento vem do retorno da comunidade cristã aos princípios de obediência ao
Mestre, Jesus Cristo, ou seja, discípulos fazendo discípulos!
FAZER DISCIPULO, MISSÃO DA IGREJA; MINHA MISSÃO!
A grande comissão, é assim que é conhecida a porção da
palavra de Deus registrada pelo evangelho de Mateus, onde Jesus dá as últimas instruções
aos seus apóstolos.
“Portanto, vão e façam
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu
estarei sempre com vocês” (Mateus 28:19-20 NVI)
A missão é discípulos fazendo discípulos!
Não existe a possibilidade de terceirização da missão!
Não existe hierarquia na igreja, igreja é corpo vivo na união
dos discípulos!
Os discípulos receberam a tarefa diretamente do Mestre, numa
forma simples e objetiva:
- FAZER DISCÍPULOS!
Todas as outras coisas que fazemos como igreja são para
alcançar esse objetivo!
Qualquer projeto ou ação que estivermos fazendo com cristão
tem de estar focado na missão de fazer discípulos!
- Façamos discípulos em todos os lugares e circunstâncias!
TE RECONHECEM COMO DISCIPULO DE CRISTO?
"Um novo
mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem
amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos,
se vocês se amarem uns aos outros". (João 13:34,35 NVI)
Tenho um pouco de aversão a uniformes ou farda, como militar
usei farda durante 30 anos, talvez seja isso, mas na realidade é que muitas
pessoas pensam que a autoridade está na roupa que veste e não na pessoa que
está dentro dela.
Ao mesmo tempo, temos o outro lado da moeda, quando entramos
numa loja de departamento e precisamos de ajuda, quando observamos alguém
fardado ou com crachá vamos diretamente em quem pode nos ajudar.
Sou da época em os alunos da escola pública usavam um
uniforme impecável, e ai daquele que chegasse com o sapato sujo ou mau
engraxado.
O uniforme, a farda, nos faz ser reconhecidos a distância, a
roupa que estamos vestindo diz o que fazemos.
Jesus apresenta como marca registrada de seus discípulos, o
amor uns pelos outros!
O amor que o Mestre espera dos seus discípulos é algo
sobrenatural, vem da presença do Espírito Santo em sua vida. “Mas o fruto do Espírito é amor...“ (Gálatas
5:22 NVI)
Que sejamos reconhecidos como discípulos do Mestre, que o
amor de Cristo seja visto em nós e através de nós!
ENTÃO, ESTAMO PRODUZINDO
FRUTOS?
Meu Pai é glorificado
pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos. (João 15:8 NVI)
No capítulo 15 do evangelho de João encontramos Jesus falando
com seus discípulos sobre a necessidade de produzirem frutos, o Mestre usa como
exemplo a videira, interessante pois nunca vi um cacho de uma uva só.
Existem três tipos de ramos na videira, os que nada produzem,
os que produzem algo sem muita disciplina e os que produzem muitos frutos.
Somos chamados a sermos discípulos, a Palavra é o instruem]nto
que nos purifica, “Vocês já estão limpos, pela palavra que
lhes tenho falado”. (João 15:3 NVI)
O discípulo que é purificado pela palavra de Cristo tem
efetividade na vida de oração, e por isso escuta e fala intimamente com o Pai.
“Se vocês permanecerem em mim, e as
minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será
concedido”. (João 15:7
NVI)
Para
pensar:
Você está
ligado a videira verdadeira?
Você tem
produzido muitos frutos?
Não se
esqueça:
É Cristo
que faz através de nós!
É TEMPO DE COLHEITA; ONDE ESTÃO OS DISCÍPULOS!
“Então
disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são
poucos. ” (Mateus 9:37-38 NVI)
O modelo de ensino da antiguidade na relação
entre Mestre e discípulos era fundamentada muito mais na prática do que a
preocupação teórica com o acúmulo de conteúdo!
Dessa maneira, aprendemos com Jesus a partir do
seu exemplo, do seu amor e de sua compaixão.
Convido a olhar com atenção o texto do
Evangelho de Mateus:
“Jesus
ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando
as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as
multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como
ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas
os trabalhadores são poucos. ” Mateus 9:35-38
NVI
PARA SER DISCÍPULO É PRECISO RENUNCIAR A TUDO!
Da
mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode
ser meu discípulo.
(Lucas 14:33 NVI)
Para ser discípulo de Jesus é dedicação
exclusiva, e como isso é difícil.
Quando falo de dedicação exclusiva não estou
dizendo que devemos nos enclausurar num mosteiro, pelo contrário, é viver uma
vida autentica em todas as circunstancias em que estivermos.
Falar de renúncia é pensar no eu, aquilo que
muitas vezes damos prioridades em detrimento a vontade de Deus.
A renúncia do eu é a renúncia do meu tudo para
que Cristo viva em nós!
Fui
crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim.
(Gálatas 2:20 NVI)
A CRUZ É MINHA, É MINHA CRUZ!
E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu
discípulo. (Lucas
14:27 NVI)
Nós, evangélicos, durante
muitos anos tivemos dificuldades em lidar com o símbolo da cruz, tudo isso vem
da tradição e principalmente da visão de uma cruz vazia.
Não idolatramos a cruz,
pois a que Jesus carregou e se entregou é símbolo da maldade humana, o justo
pagando pelo injusto. Poderia ser visto pelos discípulos, antes do domingo da
ressurreição, como sendo símbolo de derrota, quem sabe uma derrota acompanhada
de revolta e sentimento de abandono.
Para Jesus a cruz
significava amor e obediência, amor as pessoas e obediência as ordens do Pai.
Lugar de luta, e da maior vitória que a humanidade haveria de conhecer, a
vitória sobre a morte e as suas consequências na eternidade.
O Cristo crucificado não
ficou pendurado na cruz, o sepulcro não teve forças para aprisiona-lo, ao
terceiro dia Ele ressuscitou!
Temos muita dificuldade em
entendermos o significado ou que tipo de cruz que precisamos carregar,
certamente não pretendo esgotar esse assunto em poucas palavras, e por isso
começo com o que a minha cruz não é.
A minha cruz não é a
consequência das escolhas que eu faça e que venham trazer situações
desagradáveis ou dolorosas.
Para facilitar o entendimento,
faz parte de um contexto maior onde está sendo declarado a ordem de prioridade
que devemos ter na vida.
A prioridade deve sempre
colocar Deus em primeiro lugar, e quando falamos de Deus, é o trino Deus na
pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Não sei o que significa na
sua vida a sua cruz, a minha é diariamente negar ao meu eu, negar ao meu
querer, negar a minha vontade e obedecer a Cristo.
Se está difícil, se está
pesada, não reclame, converse com Mestre Jesus e certamente Ele te mostrará
como é leve e suave a caminhada!
"Venham a mim, todos os que estão
cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de
mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as
suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". (Mateus 11:28-30 NVI)
O DISCIPULO SEGUE AO SEU MESTRE!
Andando à beira do mar
da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André.
Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus:
"Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens". (Mateus 4:18,19 NVI)
Concluindo sobre o que significa ser discípulo, qual o papel de cada discípulo
e as características básicas que devem ser marca de cada seguidor de Jesus
Cristo. Com certeza é um assunto extremamente extenso, e não esgotaremos aqui.
O nosso objetivo em
meio as dificuldades que estamos enfrentando com a falta de disponibilidade e
de disposição de servir no meio da igreja, fica a pergunta:
Que tipo de cristãos
estamos sendo e estamos formando?
Estamos nesse mundo
para fazermos diferença, e diferença positiva na das pessoas e consequentemente
da comunidade onde estivermos inseridos.
Conforme afirma Jhon Stott em “A IGREJA
AUTÊNTICA”: “Não é que o chamado da
igreja seja para imitar o mundo, pois ela é chamada, pelo contrário, para
desenvolver uma contracultura cristã”.
A igreja é composta de discípulos, não podemos
fugir disso; e os discípulos precisam estar disponíveis para obedecer às ordens
do Mestre.
Não podemos copiar o mundo, pelo contrário,
precisamos ser agentes de mudanças a partir dos princípios cristão. De nada
ação de marketing se a igreja não estivar fazendo discípulos. O marketing mais
eficiente da igreja é vida de discípulo fazendo discípulos.
Diante desse desafio, Jesus convida homens
comuns, trabalhadores, alguns com poucas instruções e de maneira simples os
convida para serem pescadores de homens.
Hoje podemos ser “PESCADORES” em todas as
circunstancias da vida agitada que temos, o problema começa em que resposta
estamos dando ao convite do Mestre. Segundo os evangelhos aqueles homens se
matricularam no curso integral do ministério de Jesus, e a partir deles o
Evangelho chegou até nós.
No mesmo instante eles
deixaram as suas redes e o seguiram. (Mateus 4:20 NVI)
Onde pretendemos chegar?
O que estamos fazendo como cristãos?
Que o Senhor nos abençoe nessa jornada!
Claudio Eduardo M. Costa - pastor
