A CRUZ É MINHA...
A crucificação de Jesus marcou
a história da humanidade. Um fato que ocorreu numa colônia do grande império
romano e em um curto espaço de tempo haverá de mudar a maneira de pensar e agir
de homens e mulheres. Jesus é preso, num julgamento tendencioso, onde
aprendemos que nem sempre “a voz do povo é a voz de Deus”, e que a maioria nem
sempre tem razão.
Uma multidão gritando:
Tenho
ouvido vários tipos de gritos, uns expressando alegria e satisfação, outros
revolta e descontentamento, existem aqueles que são resultado de dores e de
muito sofrimento e aqueles que gritam simplesmente porque outros estão
gritando.
Refletindo
na crucificação de Jesus, quanta emoção, quanto sofrimento, quanta ingratidão e
quanta covardia. Jesus foi preso e levado aos governantes para ser julgado.
Pilatos e Herodes são exemplos do que se tem de pior e deplorável daqueles que
tem a responsabilidade de fazer justiça!
Um
criminoso é posto em liberdade e o justo é condenado!
A
liderança política tenta se eximir da responsabilidade. A liderança religiosa
usa de corrupção e mentiras para manter suas regalias. Um povo que se deixa ser
manipulado por interesses cheio de egoísmo, não se preocupando com as
consequências de suas escolhas. A mistura perfeita para degradação de uma
sociedade.
Um grupo
de mulheres vão seguindo o fúnebre cortejo, que chorando são consoladas por
Jesus, o Senhor!
Simão, o
cirineu, é pego de surpresa, fico imaginando como deve ter sido a sua chegada
em casa contando aos seus familiares o privilégio de carregar por parte do
percurso a cruz do Salvador!
Um
criminoso reconhece seus pecados e faz um pedido muito especial:
- Lembra
de mim Senhor!
Uma
autoridade do império romano reconhece toda a injustiça praticada:
-
Certamente esse homem era justo!
Um homem
bom e justo, vence seus medos e toma todas as providências para que o corpo de
Jesus fosse tratado com respeito e dignidade!
Sempre me pergunto:
- Cadê as pessoas que foram
alimentadas na multiplicação dos pães?
- Onde estão os leprosos que
foram curados?
- Cadê Bartimeu, o cego, que
tanto gritava na entrada de Jericó?
Não se ouviu o grito da mulher
que durante doze anos sofria de uma doença terrível?
- O que fizeram os discípulos de
Jesus?
A lista seria imensa, de
pessoas com seus familiares, que foram curadas, libertas ou tiveram suas vidas
transformadas pela compaixão do Senhor.
A cruz, local de sofrimento,
instrumento de tortura cruel, é esse o lugar que Deus escolheu para manifestar
seu amor, sua graça e misericórdia. A cruz é símbolo da miséria e da maldade
humana. Para os cristãos a cruz precisa ser vista como a grande vitória sobre o
pecado e a morte.
Jesus ensina seus discípulos a
carregarem a cruz, não pendurada como um adereço em um cordão, mas firmada em
seus corações.
Jesus
dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me”. (Lucas
9:23 NVI)
Então
Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Mateus 16:24 NVI)
Então
ele chamou a multidão e os discípulos e disse: "Se alguém quiser
acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Marcos 8:34 NVI)
Em Jesus aprendemos a ressignificar a cruz!
A CRUZ DEIXA DE SER LUGAR DE ÓDIO PARA UM LUGAR DE
PERDÃO:
“Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não
sabem o que estão fazendo.” (Lucas 23.34 NVI)
Mesmo em meio as dores, as traições, o perdão é a
manifestação da graça bendita naquela cruz. Jesus não está ali porque merecia,
e muito menos por ter havido cometido algum crime, nele não havia pecado.
O grito poderia ser por justiça, mas o que
observamos é a suplica pelo perdão.
Hoje não somos ignorantes como aquelas pessoas,
sabemos quem é Jesus, e, portanto, quando escolhemos pecar sabemos o que
estamos fazendo.
Perdão é uma das atitudes condicionais impostas por
Deus para recebamos o perdão do Senhor e aprendamos a nos perdoarmos.
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. (Mateus
6.12 NVI)
A CRUZ DEIXA DE SER LUGAR DE ABANDONO E DESCASO
PARA SER UM LUGAR DE CUIDADO:
“Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o
discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: "Aí está o seu filho", e
ao discípulo: "Aí está a sua mãe". Daquela hora em diante, o
discípulo a levou para casa.” (João 19.26,27 NVI)
No tempo de Jesus não havia nenhuma proteção social
para as pessoas estavam em situação de vulnerabilidade. As viúvas sem filhos
eram expostas a mendicância para sobreviverem.
Como filho mais velho, Jesus tinha a obrigação de
cuidar de sua mãe. Agora, ali na cruz, não se eximindo de sua responsabilidade,
providencia a proteção e o cuidado para sua mãe.
Jesus tinha outros irmãos, e as vezes me pergunto:
Porque não passar essa responsabilidade para um irmão consanguíneo?
Vejo na atitude de Jesus o ensino de que seus
discípulos tem a obrigação de cuidar dos vulneráveis e marginalizados, não
podemos fechar os olhos para os graves problemas sociais que nos cercam.
Outro aspecto importante, é que Jesus queria a sua
mãe sendo cuidada por alguém que ele confiava, que poderia continuar dando-lhe
proteção, amor e carinho. Uma família de fé.
A CRUZ DEIXA DE SER UM LUGAR DE REJEIÇÃO PARA SER
UM LUGAR DE ACOLHIMENTO:
Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje
você estará comigo no paraíso". (Lucas 23.43 NVI)
Uma conversa interessante entre colegas de
infortúnio, Jesus o justo, no meio de dois criminosos. Vale ressaltar que a
cruz que Jesus usava pertencia a Barrabás.
A fama de Jesus havia crescido, seu nome estava
sendo falado em quase todas as rodas de conversas; certamente aqueles homens já
haviam ouvido a respeito de quem era aquele que estava entre eles.
Na cruz aprendemos que somos responsáveis por
nossas escolhas.
Enquanto um escolheu escarnecer e debochar, o outro fez a escolha mais
inteligente da sua vida, reconhecer em Jesus o Cristo e Senhor.
Você consegue imaginar?
Sair da agonia da cruz direto para o “paraíso”, sair da perdição para a
salvação eterna.
Que escolhas temos feito?
A CRUZ É UM DEIXA DE SER UM LUGAR DE SOLIDÃO E
SOFRIMENTO PARA SER UM LUGAR DE VITÓRIA:
Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em
alta voz: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni? " que significa: "Meu
Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? " (Mateus
27.46 NVI)
Usando o primeiro versículo do Salmo 22, Jesus
expressa seu sentimento de solidão e abandono. As dores físicas e psicológicas
são reais e imensas.
Dos seus seguidores e amigos, apenas algumas
mulheres, sua mãe e o discípulo amado estão ali.
Aquele sofrimento já se prolonga por um tempo
interminável, os nossos pecados também estão sobre ele. Jesus na cruz estava
carregando todos os pecados da humanidade.
“Mas ele foi transpassado por causa das nossas
transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos
trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías
53.5 NVI)
A CRUZ É LUGAR DE HUMANIDADE:
“Jesus disse: "Tenho sede".” (João
19.28 NVI)
Jesus é homem, Jesus é Deus; uma máxima da
cristandade que muitas vezes foi atacada com heresias a respeito da humanidade
e da divindade do Senhor.
Cristo transfigurado é o mesmo que precisa comer,
descansar e dormir. Na cruz a fonte de água viva precisa saciar a sede de seu
corpo físico.
Imagine alguém sofrendo sangramento durante horas,
o corpo estava exposto ao sol, já havia tido uma noite de tortura, o corpo
pede, o corpo grita por água.
Jesus era realmente humano e divino, ele sabia e
experimentou as nossas dores e desilusões e venceu a condenação do pecado.
Não podemos esquecer que naquela cruz, o Deus que
se fez como um de nós estava sofrendo o nosso castigo, cumprindo a nossa pena.
A CRUZ É UM LUGAR DE COMPROMISSO:
“Jesus disse: "Está consumado”.” (João
19.30 NVI)
Missão dada, missão cumprida!
Essa máxima aprendi na juventude, e quando reconheci a Cristo como Senhor e
Salvador entendi que o cumprimento da missão é o essencial.
Jesus tinha uma tarefa que começou no Éden, o
pecado se torna uma realidade para humanidade, o plano de resgate entra em
ação, o mundo precisa ser preparado para receber o Salvador.
O salário do pecado é a morte, morte em todas as
suas versões:
Morte
espiritual – separação que o pecado causa entre nós e Deus!
Morte
física – que não é o fim, mas apenas a separação entre a matéria e o
espiritual. “O pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a
Deus, que o deu”. (Eclesiastes 12.7 NVI)
Morte
eterna – separação eterna daqueles que ao se depararem com a morte física não
tenham reconhecido a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
A missão de resgate da humanidade é missão de vida,
vida para toda a eternidade. A salvação não é pelos nossos méritos, mas pela
graça e misericórdia do Pai.
Volto a reafirmar, a questão agora está nas
escolhas que fazemos.
A CRUZ É UM LUGAR DE ENTREGA TOTAL:
“Jesus bradou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito". Tendo dito isso, expirou. ” (Lucas
23.46 NVI)
Fatos miraculosos ocorrem nessa hora, o véu do
templo se rasga de cima abaixo, os sepulcros se abrem trazendo a vida seus
mortos, o chefe da guarda reconhece que Jesus verdadeiramente é o Filho de
Deus.
Jesus não foi assassinado como um mártir!
Ele se entregou, para dessa maneira cumprir todos
os requisitos necessários ao resgate e salvação da humanidade.
A se entregar por nós na cruz, o mínimo que podemos
fazer é reconhecer que o sacrifício de Cristo na cruz é também em meu lugar.
Concluindo:
“Seja a atitude de vocês a mesma
de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus
era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo,
tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! ” (Filipenses
2.5-8 NVI)
Abraço,
Cláudio
Eduardo - pastor
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