sábado, 22 de agosto de 2020

O BOM É INIMIGO DO ÓTIMO, SERÁ? ...

 O BOM É INIMIGO DO ÓTIMO, SERÁ? ...

 

O povo o está reconstruindo com grandes pedras e colocando vigas de madeira nas paredes. A obra está sendo executada com diligência e está tendo rápido progresso.                                                                       (Esdras 5:1,2 NVI)


Quero começar esse texto deixando claro que existe uma grande diferença entre a excelência e o perfeccionismo. Deus merece o nosso melhor, devemos trabalhar na nossa vida para que não sejamos medíocres no nosso dia-a-dia e no que estamos oferecemos ao nosso Senhor, aprendi que sempre terá algo que podemos melhorar.   “... é gosto pervertido satisfazer-se com a mediocridade quando o ótimo está ao nosso alcance” (Isaac D’Israeli – 1834)

 

Não venho de tradição de formação militar, em 1981 ingressei numa escola militar, fui em busca de emprego e estabilidade, afinal de contas, e a princípio ao passar pelo portão da Escola de Especialistas teria formação e trabalho para os próximos 30 anos. Os primeiros dias foram terríveis, confesso que em alguns momentos tive vontade de desistir, as aulas de ordem unidas era uma loucura para mim, lidar com armamento, aprender técnicas de sobrevivência, tudo muito novo e assustador na cabeça de um adolescente.

 

Não desisti, sobrevivi, constitui família, tive filhas, agora estou aproveitando dos netos, e sou chamado de veterano. Em alguns momentos, como agora, fico a me perguntar: Onde encontrei forças para vencer o período de formação militar?

 

Eu não podia desistir, meus pais estavam orgulhosos pela minha conquista, meus amigos estavam me olhando como um vencedor, meus instrutores não cansavam de repetir que éramos os melhores entre milhares de pessoas que gostariam de estar no nosso lugar. Eu não desisti porque decidi sofre a dor da disciplina sonhando com a recompensa da conquista dos meus sonhos. Aprendi a vencer os meus medos e não me acomodar na zona de conforto.

 

Os primeiros dias foram de instrução militar intensa, a satisfação de ir ao almoxarifado receber o fardamento, a necessidade de pensar no conjunto, não podíamos estar em um passo diferente da tropa, precisávamos mostrar garbo (elegância) ao marchar. Na minha vida foi um “divisor de aguas” o dia de “juramento a bandeira”, quando depois do juramento marchando individualmente a tropa, um a um, passa em frente ao pavilhão nacional. Aprendi que devo me preocupar com o conjunto, mas o compromisso é individual.

 

Hoje estamos lendo o capítulo 5 do livro de Esdras, parte do povo que estava cativo na Babilônia volta para reconstruir Jerusalém, a promessa de Deus feita através do profeta Jeremias agora é uma realidade. Deus usa Ciro, rei da Pérsia, para proferir um edito autorizando o retorno e a reconstrução do Templo.

 

Além das dificuldades do deslocamento, haviam oposições e inimigos que a todo custo tentavam impedir o retorno e a reconstrução do Templo. Alguns preferiram permanecer, haviam constituído famílias e negócios, consideravam estar bem e não queriam sair da sua zona de conforto, a Babilônia. Havia um preço a pagar, as coisas não seriam fáceis, pelo contrário as expectativas eram de trabalho, muito trabalho. Precisavam de disciplina, coragem e uma sincera disposição a aprender viver as circunstancias da mudança.

 

Os inimigos do povo de Deus queriam sorrateiramente impedir a reconstrução do Templo pelos que voltaram da Babilônia (Esdras 4), investiram de várias maneiras, inclusive tentando trazer desanimo no meio do povo. A grande dificuldade está em como estamos lidando com as nossas crenças e os nossos pensamentos.

 

Quem sou eu em meio a coletividade e na minha individualidade? A quem estou servindo? Quem é o meu Deus? Até que ponto estou disposto a mudar para servir a Deus com excelência? Estou satisfeito com minha situação atual? Não tenho nada que possa melhorar? Estou na busca da excelência ou acomodado com a mediocridade?

 

Essas perguntas são um convite a reflexão.

 

Desistir é muito mais fácil do que enfrentar os meus medos, as dificuldades, as frustrações, os julgamentos e a necessidade de abandonar a minha zona de conforto. Teve ocasiões que desisti de seguir em frente, isso para mim foi extremamente doloroso, serviu como aprendizado, me ajudou a compreender que sou humano e limitado.

 

O povo de Deus não desistiu de reconstruir o Templo do Senhor, continuo com zelo e excelência, e segundo o relato com rapidez. “A obra está sendo executada com diligência e está tendo rápido progresso.(Esdras 5:1,2 NVI). Fico emocionado em ver a preocupação com qualidade do material empregado, os artífices, profissionais escolhidos dentre as suas habilidades para que não houvesse nenhuma falha, que tudo tivesse esmero e excelência.

 

Os profetas Ageu e Zacarias profetizam nessa época, mostram que a obra é de Deus e ninguém pode impedir e deve ser feita com excelência. “"Tanto a prata quanto o ouro me pertencem", declara o Senhor dos Exércitos. "A glória deste novo templo será maior do que a do antigo", diz o Senhor dos Exércitos. "E neste lugar estabelecerei a paz", declara o Senhor dos Exércitos.(Ageu 2:8,9 NVI)

 

Tudo que fazemos ou deixamos de fazer é para Deus, pertencemos a Ele: “Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.(Romanos 14:8 NVI)

 

Deus chama alguns para missões especiais da mesma maneira que ocorreu no passado, esses não melhores ou piores que os demais, possuem habilidades diferentes, muitas vezes tentam se esquivar, mas a convocação do Senhor é irresistível, desistem de seus sonhos pessoais para viverem os sonhos de Deus para suas vidas. A Bíblia tem um adjetivo que expressa de maneira maravilhosa o trabalho que irão fazer, que é excelente. (1 Timóteo 3:1)

 

Estamos vivendo tempos difíceis, o relativismo e a secularização estão invadindo os arraiais do povo de Deus, a prioridade do Senhor e a excelência em servir que deveriam continuar sendo características daqueles que se dizem igreja, muitas vezes vem sendo substituída por uma relação comercial de prestação de serviço. Para alcançarmos ofertas vultosas na realização de projetos se contrata um especialista em marketing, ao invés de convidarmos o povo a uma ação de arrependimento voltando-se para o Senhor e assumindo a sublime missão de transformar o mundo com tudo que temos.

 

Precisamos aprender e reaprender muitas coisas, a vida é um eterno aprendizado, hoje reaprendi que não existe desculpas quando não dedicamos ao Senhor o nosso melhor. Um povo humilhado, desmoralizado, cativo, que viram as suas terras sendo invadidas, que foram roubados, violentados e se tornaram exilados. Mantiveram viva a esperança no Senhor, e agora a provisão vem do Senhor, não faltou recursos mesmo em meio as oposições, não faltou animo mesmo em meio a um contexto de desanimo. Eles começaram restaurando o altar de sacrifício a construção do templo vem na sequência, cada pedra lançada é um marco e a recompensa é o privilégio de participar de um projeto de Deus.

 

Restauremos diariamente o altar de sacrifícios ao Senhor, lembrando que Ele espera o nosso melhor!


Não podemos nos esquecer que em culto a celebração é do “conjunto”, mas o compromisso é sempre individual. Na vida militar o “juramento a bandeira” foi um marco em minha vida, quando assumi a Cristo como Senhor e Salvador da minha vida essa experiência não só marcou, transformou minha vida.

 

Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome. Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada. (Hebreus 13:15,16 NVI)


Abraço,

 

Conto com suas orações,

 

Cláudio Eduardo - Pastor

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