quarta-feira, 10 de junho de 2020

ELE É O SENHOR!

 

ELE É O SENHOR!

 

Eu, o Senhor, o chamei em retidão; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios, para abrir os olhos aos cegos, para libertar da prisão os cativos e para livrar do calabouço os que habitam na escuridão.

Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor.  

(Isaias 42:6-8 NVI)

 

 

Estamos vivendo uma crise de autoridade, e quando falo de autoridade não estou me referindo ao modelo hierárquico onde há uma distinção e a separação clara entre os diversos atores de uma organização ou instituição, no relacionamento ou no canal de comunicação temos somente quem manda e quem obedece.

 

Vejo uma crise de autoridade entre aqueles que se dizem povo de Deus, e tudo começa quando começamos a considerar que somos mais do que realmente deveríamos ser, e numa sequência lógica, para sermos mais Deus precisa ser menos.  

 

Desde os primeiros registros da história da humanidade encontramos pessoas usando da força, da dominação e do poder para subjugar outros. A ideia de autoridade estava nas mãos dos mais fortes ou daqueles que conseguiam dominar os outros.

 

Nessa caminhada cada povo criava o seu deus ou seus deuses, os quais apresentavam comportamentos humanos e precisavam ser aplacados com sacrifícios, inclusive humanos. Os deuses criados eram guerreiros, eram implacáveis, alguns sensuais, mas que estavam ali para servir o seu povo.

 

Isaías apresenta uma contradição para sua época, e quem sabe também para os nossos dias, um Deus que ama, que cuida, que perdoa, que chama as pessoas a estarem junto dele com compaixão e misericórdia.

 

Isaias apresenta o Deus que haveria de se fazer como um de nós, que na sua encarnação viria nascido de uma mulher, que passaria por humilhações, dores e sofrimentos e que ensinaria muito mais com seu exemplo de serviço.

 

É de uma magnitude excepcional a maneira como Deus mostra o Cristo para Isaias e a seu povo, e isso com uma antecedência de mais de seiscentos anos. Em Isaias Jesus Cristo é apresentado como o Servo Sofredor.

 

Às vezes, com meus botões, fico a me perguntar:

- Onde está a igreja servidora?

 

Muitas vezes são feitos Investimentos altíssimos para que tenhamos uma estrutura de conforto para os adoradores, centralizamos a nossa religiosidade nas quatro paredes do “templo”, dividimos a nossa vida naquilo que é espiritual e no que é secular, estamos nos distanciando do Criador, olhamos mais para as nossas necessidades pessoais do que para o que o Senhor espera que estejamos enxergando.

Senhor diz: “... Povo de Israel, você tem visto muitas coisas, mas não entendeu nenhuma delas; você tem ouvido muitas coisas, mas não aprendeu nada. ” (Isaias 42.20 NTLH)

 

Ao ler essa passagem bíblica numa linguagem contextualizada, me parece que não mudou muita coisa; o que você acha?

 

Gastamos mais tempo com as frivolidades das redes sociais do que com estudos da Bíblia e com oração. Estamos sendo religiosos e esquecemos de viver a essência do evangelho que poderíamos resumir na palavra amor.

 

Jesus, o Cristo, já veio, prova de amor incondicional, deixou seus ensinos, o seu exemplo e a sua promessa, será que dá para entendermos e aprendermos alguma coisa com Ele?

 

Está na hora de deixarmos mais de Cristo habitar em nós, de verdade e não apenas numa busca superficial de uma religiosidade onde não chegaremos a lugar algum.

 

Abraço,

 

Conto muito com suas orações!

 

Pr Cláudio Eduardo


domingo, 31 de maio de 2020

Isaías, o profeta que clama por justiça ...


Isaías, o profeta que clama por justiça ...


Se existe fascínio por personagens bíblicos, o meu já está bem definido, Isaías no Antigo Testamento e Paulo no Novo Testamento. Fico encantado pela maneira como esses homens marcaram o seu tempo.

Há quase cinco anos criamos um projeto de leitura bíblica através de uma lista de transmissão, entendemos que mais importante que a quantidade, a qualidade de absorção das verdades bíblicas era a nossa prioridade.

Passamos a viver experiências maravilhosas na caminhada bíblica em busca da excelência. Um capítulo da Bíblia por dia, sendo lido, estudado, e buscando uma reflexão diária de aplicação e intimidade com o Senhor.

Hoje tenho amigos que não conheço pessoalmente, faço planejamento de visitar sua cidade, mas se isso não for possível, mantenho a esperança de nos encontrarmos no céu.

Existe cinco livros da Bíblia que repetimos a leitura todo ano, por entendermos a necessidade de mais de Cristo em nossa vida e na sua igreja. Lemos todos os anos os Evangelhos e Atos dos Apóstolos. Na minha experiência pessoal com a leitura da Bíblia, já perdi a conta quantas vezes já li esses livros, mas a cada releitura uma coisa nova reaparece, é fascinante.

Nesse momento o livro que estamos lendo é o Profeta Isaías, alguém que provavelmente exerceu seu ministério entre 740 e 681 a.C., um período muito longo, sendo muito forte nas suas palavras contra a hipocrisia religiosa do seu povo.

Quando escuto alguém falando sobre a vocação profética da Igreja, trago algumas perguntas que servirão para nossa reflexão:
- Sabemos realmente o que significa ser profeta?
- Como a Igreja pode exercer a sua função profética nesses dias?

O Antigo Testamento me mostra o Profeta como sendo alguém que ouvindo a voz do Senhor se dispõe a alertar pessoas e o povo do seu pecado, das consequências e as atitudes que precisam ser tomadas na busca da mudança de rota. Eram mal vistos por todos, alguns foram martirizados, outros perseguidos:
“... enfrentaram zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. ” (Hebreus 11:36-38 NVI)

Os profetas declaravam:
- Vocês estão em rota de colisão com Senhor, tratem de mudar, ou serão destruídos...

Então:
Estamos dispostos a sermos os profetas desses dias?

Não precisamos de novas revelações, a Bíblia está disponível para nos mostrar qual é a vontade de Deus, e o que precisamos fazer para andar segundo o seu querer.

Não se esqueça, ser profeta é caminhar contra a maré, é estarmos na contramão do valores e princípios desse mundo, é escolhermos viver Deus em todas as circunstâncias!


O livro do profeta Isaías já começa clamando por justiça, é fica muito claro que o problema está na liderança do seu povo, o povo de Deus.

Uma religiosidade hipócrita, com rituais e práticas que pareciam ser justas, como se Deus estivesse preocupado com a ação e não com a intenção.

“Ouçam, ó céus! Escute, ó terra! Pois o Senhor falou:
"Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende".
Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção! Abandonaram o Senhor; desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram.(Isaías 1:2-4 NVI)

Continuando, de nada adianta praticas religiosas sem amor, um Deus amoroso que se permite ser chamado de Pai e espera que seus filhos sigam o seu exemplo.

“"Para que me oferecem tantos sacrifícios? ", pergunta o Senhor. Para mim, chega de holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos; não tenho nenhum prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes! Quando lhes pediu que viessem à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios?
Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados e reuniões!  Não consigo suportar suas assembleias cheias de iniquidade. Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as odeio. Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais! ”   (Isaías 1:11-14 NVI)

Não adianta estar no Templo, entregar dízimos e ofertas, oferecer sacrifícios (fazer promessas e penitencias pessoais), templos cheios de pessoas vazias de Deus, ativismo religioso sem comprometimento com o Deus, Senhor e dono de todas as coisas!
Sabe qual o resultado de tudo isso:
“Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue! ”  (Isaías 1:15 NVI)

Se parássemos aqui, talvez começássemos a nutrir um sentimento de autopiedade:
- O Deus Todo Poderoso não atende as minhas orações, estou perdido. Ele, o Senhor, não me escuta!

Você já se imaginou precisar de alguém que não quer te ouvir?

Existe saída, nem tudo está perdido, mas depende de nós! O problema é que muitas vezes queremos transferir aquilo que é nosso para os outros!

Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva. (Isaías 1:16,17 NVI)

Olha que saída simples, fazer o bem!
Será que fazer o bem é tão simples assim?
A igreja está exercendo a sua função profética nesses dias?

Posso falar da igreja no contexto eclesiástico da comunidade local ou de uma denominação, não o farei por entender o cuidado com o próximo, a ação social ou a misericórdia, é a menor fatia do orçamento institucional de muitas organizações. Deveríamos nos juntar como Igreja de Cristo na luta em favor da justiça em todos os seus aspectos, aquilo que nos une e nos identifica como cristãos é a nossa motivação, o que pensamos diferente que fique de lado.

Que as bandeiras denominacionais, que o estrelismo ou as posições político partidárias sejam deixadas de lado, temos uma missão muito maior, fomos chamados à mostrarmos o Deus de amor através de ações de amor e justiça.

Olha, sempre gostei de ler muito, principalmente a Bíblia, desde de minha infância tive bons professores, alguns um pouco distante no relacionamento, outros que aproveitavam para através do ensino criar amigos. Como é gratificante quando somos convidados a refletirmos junto, como isso eleva a nossa autoestima, o nosso sentimento de pertencimento.

É isso que Deus faz com seu povo, um convite, uma promessa:
"Venham, vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra; mas, se resistirem e se rebelarem, serão devorados pela espada". Pois o Senhor é quem fala! ” (Isaías 1:18-20 NVI)

O convite, refletirmos juntos, é um grande privilégio!
A promessa, comer os melhores frutos desta terra!

Concluindo, você poderá me perguntar:
- Como comer o melhor fruto dessa terra se somos rejeitados ou perseguidos?

Nem tudo que tem valor é possível mesurar de maneira numérica ou monetária, muito pelo contrário, as melhores coisas dessa vida o dinheiro não pode comprar!

Temos um Deus que nos dá o privilégio de chama-lo de Pai, recebemos dele a promessa concretizada em Jesus na cruz, e mantemos a esperança da eternidade na sua presença.

Caminhar com Deus é a melhor escolha que podemos fazer!

Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. (Hebreus 10:23 NVI)

Abraço,

Pr Cláudio Eduardo

quinta-feira, 30 de abril de 2020

NÃO QUERO FAZER COISAS INÚTEIS! ...


NÃO QUERO FAZER COISAS INÚTEIS! ...

“Parem de trazer ofertas inúteis ...
Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.”
(Isaías 1:13,16,17 NVI)


Hoje começamos a leitura do livro do profeta Isaías, um desafio diante da extensão dessa obra, serão 66 dias de muitas emoções e grandes descobertas.     

O livro começa com a apresentação do profeta: “Visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. (Isaías 1.1 NVI)

O período profético de Isaías foi longo, quatro reinados, ele estava perto da corte, foi ousado, amado por alguns, odiado por outros, mas firme na missão de trazer a mensagem do Senhor. Uma mensagem de alerta, chamada de atenção, e da esperança no renovo, o Messias, Ungido do Senhor.

Desde criança tenho dificuldades com regras sem uma explicação do porquê, agradeço aos bons professores que tive de matemática e física que sacrificavam comigo tempo de intervalo ou depois das aulas para me explicar como chegar as formulas matemática. Isso me causou um problema quando fui para o 1º ano do hoje chamado ensino médio, primeira prova de física, recebo o caderno com as questões e uma folha para rascunho, você pode imaginar a bagunça que ficou o meu rascunho e o professor querendo me dar nota zero, começamos a conversar sobre o assunto, e argumentei com ele se respostas estavam certas, para aquele professor o importante não era a resposta, mas o caminho que percorri para chegar até ela.

Hoje pensando sobre o assunto, vejo que ele tinha as razões dele, e eu as minhas, na época o caminho pouco me importava, desde que eu chegasse a resposta correta. Esse professor tinha a mania de dar pontos para quem conseguisse resolver problemas no quadro, do meio do ano em diante não precisei fazer provas, tive que me adequar, aprendi a usar as fórmulas matemáticas, mas sabendo o caminho a percorrer até elas. Eu considerava inútil ficar decorando fórmulas matemáticas sem saber como se chegou nelas.

Com relação a espiritualidade e a religiosidade penso da mesma forma, o importante não fazer, mas saber porque fazer, a maioria das religiões são cheias de ações repetitivas, hierarquias e formalismos que não levam a lugar nenhum e nem a presença de Deus. Coisas inúteis que ocupam o tempo, mas não levam a lugar algum.

O povo cumpria os rituais previstos, ofereciam sacrifícios, guardavam dias considerado sagrado, davam ofertas, mas tudo proforma, um gasto de energia e recursos, alguns até poderiam que era o suficiente para agradar a Deus, quanta decepção, ações inúteis de um povo inútil. “Parem de trazer ofertas inúteis ...” (Isaías 1.13 NVI)

Amo a Igreja de Cristo, que está nesse mundo militante (todos os cristãos vivos num determinado tempo), a Igreja militante precisa se reunir em congregações locais, cada congregação tem a sua liderança e sua interpretação peculiar das doutrinas bíblicas. As congregações locais que se identificaram doutrinariamente formaram as denominações. A minha tristeza é que muitas vezes enfatizamos mais aquilo que nos difere ou que discordamos do que somos semelhantes. Quantas coisas inúteis fazemos, como desperdiçamos tempos preciosos que poderiam ser uteis nas mãos do Senhor.

Entendo que a Salvação é um ato da misericórdia de Deus e das escolhas que fazemos, mas aqueles que são do povo de Deus precisam ser e fazer a diferença, não dá para irmos na contramão da vontade de Deus. O que adianta o número de cristãos praticantes estarem aumentando nas congregações locais se não há reflexo desse aumento no dia-a-dia da sua comunidade?

O povo estava no templo, cumpriam com suas obrigações religiosas, até eram generosos em suas ofertas, mas estavam pouco se preocupando com a vontade de Deus, não estavam amando ao próximo e nem estavam dispostos a cuidar dos vulneráveis. “Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. ” (Isaías 1.16, 17 NVI)

Buscar a justiça, fazer o bem e lutar para que acabem com a opressão é obrigação de todo cristão. Não adianta ficarmos dando desculpas ou querermos transferir essa responsabilidade para o Estado. Não estou falando de política partidária ou muito menos da necessidade de elegermos políticos cristãos, até porque muitos cristãos que ingressaram na política partidária são verdadeiras vergonhas.

No tempo de Isaías os órfãos e as viúvas eram os mais vulneráveis, estavam condenados a mendicância e a exploração. As ruas estavam cheias de pessoas desesperadas clamando por um ato de compaixão dos transeuntes, inclusive em volta do templo, essas pessoas, juntamente com suas necessidades e problemas, eram invisíveis aos religiosos.

O que temos para oferecer ao Senhor?

Sempre enfatizo que o relacionamento com Deus é pessoal, o Senhor deixou um manual completo do que ele espera do seu povo; se tenho dúvidas vou para o manual, nada, digo, nada pode contrariar o manual, e se houver dúvidas olha para Jesus!

O primeiro capitulo é um convite a pararmos de fazermos coisas inúteis, e nos voltarmos com todo coração para o Senhor, não quero ser um inútil!

"Venham, vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão. Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra; mas, se resistirem e se rebelarem, serão devorados pela espada". Pois o Senhor é quem fala!”  (Isaías 1.18-20 NVI)

Conto com suas orações,

Pr Cláudio Eduardo


domingo, 26 de abril de 2020

COVID-19 – ABRINDO A VISÃO! ... (Mostrando o que sempre existiu e ninguém quer ver)


COVID-19 – ABRINDO A VISÃO! ...



Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das palavras que você ouviu: Já que o seu coração se abriu e você se humilhou diante do Senhor, ... e porque você rasgou as vestes e chorou na minha presença, eu o ouvi, declara o Senhor.               (2 Reis 22:18,19 NVI)

Interessante, parece que os problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) começaram ontem, o sistema público que atende a grande massa da população brasileira e que teria tudo para dar certo, virou fonte de corrupção e sempre foi sucateado. Profissionais sem condições de trabalhos, filas intensas, hospitais públicos lotados, famílias desesperadas e aqueles que deveriam ser assistidos morrendo sem assistência e dignidade.

A COVID-19 está mostrando como está a saúde em nossa Nação e nesse mundo chamado de civilizado. Na área da saúde observamos com a maior clareza o quanto precisamos melhorar para que tenhamos justiça social.

Educação, que disparate, um sistema público descomprometido com educação e justiça. Num momento de isolamento social, crianças fora da escola, professores sem recursos para compensar o tempo perdido, um tempo precioso que jamais será recuperado. Ao mesmo tempo, alunos de colégios particulares aproveitando ao máximo a tecnologia com aulas on-line, tarefas em dia, com o mínimo de perca possível. Dois mundos, duas realidades, condições diferentes sendo dadas as crianças, fico me perguntando:
- Como fazer justiça para com aqueles que não tiveram condições iguais de preparação para competir por um curso superior ou por um emprego?

A COVID-19 está dando visibilidade a um sistema público de educação descompromissado com a justiça e a dignidade!

Onde viver mais virou um problema, essa é a situação do mundo que vivemos; ficar velho é uma “via dolorosa” em terras brasileiras. Quando chegamos as idades mais avançadas é momento que precisamos comprar remédios, de uma assistência medica especializada, uma alimentação adequada, uma moradia adequada, e pergunto se isso é possível com o valor mínimo recebido de aposentadoria ou com os benefícios oferecidos pelo Estado.

A COVID-19 está dando visibilidade aos idosos, homens e mulheres que ofereceram sua vida na construção daquilo que usufruímos hoje. Os idosos são vulneráveis, sempre foram, e continuaram sendo. A saúde já não é mais a mesma, a mobilidade é com limitações, os recursos são escassos, pessoas inescrupulosas usando o sistema bancário com empréstimos impagáveis, e alguns se tornando invisíveis no ambiente social, familiar e religioso, solitários esperando a hora de ir para o cemitério. Como tem sido triste a situação de muitos idosos.

Se você ainda tem pai, mãe, avô, avó, e amigos idosos, valorize-o!
Mostre amor!

Desemprego, pessoas em situação de rua, favelas, drogas, violências, misérias, fome, tudo isso tem existido, ano após anos, governo após governo, geração após geração. Solidariedade em momento de calamidade é nossa obrigação, mas vai a pergunta que não quer calar:
- E depois de tudo isso?

A COVID-19 está dando visibilidade está dando visibilidade ao sofrimento do outro, aqueles que são vulneráveis, homens, mulheres e crianças invisíveis e a margem de uma sociedade motivada pelo consumo. Também temos visto muita gente fazendo alguma coisa para ajudar, alguns já faziam antes, outros estão se chegando, mas diante das necessidades precisamos de mais gente, que tenhamos ações imediatas para curto prazo e que possamos numa grande rede de solidariedade a médio e longo prazo trazendo dignidade e justiça social.

Mas essas não são minhas áreas, você poderia pensar!
Não sou da área de saúde, da educação, de políticas sociais ou especialista no trato com o idoso. Tudo isso tem me incomodado muito, principalmente porque sou pastor e teólogo, e por isso quero te convidar a fazermos um passeio pela religiosidade do nosso povo.

As igrejas estão se reinventando nesse período de isolamento social, da sala da minha casa decido a qual pregador irei ouvir, posso estar num culto em São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro ou fora do Brasil, se não estiver gostando mudo de igreja sem sair do lugar. Alguns significados estão sendo repensados: O que é “ser igreja”? Como posso seguir a Cristo? Como ser e fazer discípulo? Pastores e diáconos ainda são para o nosso tempo? Dízimo é para a nossa geração e se for onde entregar?

Vivíamos numa geração “templista” (inventei essa palavra), onde nas reuniões coletivas estavam centralizadas a adoração, o ensino, o discipulado e a comunhão. Os cultos eram o ápice e não podiam haver falhas, afinal de contas o show tinha que ser da melhor qualidade.

Certa vez, afirmei a equipe de louvor da igreja que trabalhava:
- Eu prefiro alguém desafinado louvando ao Senhor com espiritualidade e um coração voltado a submissão e obediência a Deus, do que um musico profissional usando de toda a técnica numa perfeição inimaginável e sem intimidade com Deus.
Claro que isso é da intimidade de cada um, não temos como medir ou avaliar quem é ou não íntimo de Deus, mas o nosso exterior quase sempre mostra o que temos por dentro.

O COVID-19 impediu os “ajuntamentos solenes”, os “templos” estão fechados, agora tudo é on-line, e tenho visto tanta gente dizendo que estão com saudade da igreja, ou da comunhão dos irmãos. Já estive em vários lugares chamados de “igreja” ou em ocasiões chamadas de “culto” que entrei, fiquei e sai como se fosse invisível. Nem um sorriso, um aperto de mão, um bem-vindo ou volte outra vez.

Então: O que estamos fazendo com a verdade do evangelho? Qual o papel da Bíblia na nossa vida? Estamos realmente seguindo a Cristo?

Estou lendo o livro de 2 Reis, hoje é capitulo 22, que nos conta o começo da história do reinado de Josias, um avivamento jamais visto no meio do povo de Deus.

Ele fez o que o Senhor aprova e andou nos caminhos de Davi, seu predecessor, sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda. (2 Reis 22:18,19 NVI)

Um exemplo, foi Josias para o seu povo e as gerações que vieram depois dele. Alguém que escolheu ser obediente, submisso a Deus em todas as circunstâncias da sua vida.

O nome Josias significa “Jeová apoia”, e ele tomou posse e viver do apoio que somente o Senhor pode nos dar. Havia em Judá religiosidade, sacrifícios e muita idolatria, os governantes e o povo haviam se afastados da vontade de Deus. As reuniões solenes eram proforma, o livro da Lei já não era mais lido e muito menos respeitados. Sacrifícios, celebrações solenes e obrigações religiosas de um povo que não queriam saber do Deus Criador de todas as coisas.  

Avivamento começa com um retorno a Palavra de Deus (“Encontrei o livro da Lei no templo do Senhor”);

O conhecimento da Palavra leva ao arrependimento (“Assim que o rei ouviu as palavras do livro da Lei, rasgou suas vestes”); e

Tudo isso e revelado numa atitude de restauração do lugar de Deus na nossa vida (Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das palavras que você ouviu: Já que o seu coração se abriu e você se humilhou diante do Senhor, ... e porque você rasgou as vestes e chorou na minha presença, eu o ouvi, declara o Senhor.).

Em tempo de calamidade, como estamos vivendo hoje, devemos aproveitar a oportunidade para sairmos dessa situação mais fortes, mais humanos e mais íntimos do Pai.

Que possamos sairmos melhores e fazermos o nome do Senhor conhecido!

Que a igreja, reunida na celebração ou espalhada no dia-a-dia de cada um de nós seja um agente de proclamação da esperança, de restauração de dignidade e de proclamação de justiça social.

Aprendamos com Jesus, Ele amou os seus algozes, orou por eles e fez o que precisava ser feito para que o Pai fosse glorificado!

Josias = Jeová apoia = Confiança e restauração!

Que a bondade do Senhor seja sempre sobre nós!

Abraço,

Preciso muito de suas orações!

Pr Cláudio Eduardo

domingo, 19 de abril de 2020

A REALIDADE DA CRUZ ... (VAMOS AO CALVÁRIO APRENDER DE JESUS)


A REALIDADE DA CRUZ ...



A crucificação de Jesus marcou a história da humanidade. Um fato que ocorreu numa colônia do grande império romano que num espaço curto de tempo haverá de mudar a maneira de pensar e agir de homens e mulheres. Jesus é preso, num julgamento tendencioso, onde aprendemos que nem sempre “a voz do povo é a voz de Deus”, ou que a maioria sempre tem razão.

Sempre me pergunto:
- Cadê as pessoas que foram alimentadas na multiplicação dos pães?
Onde estão os leprosos que foram curados?
Cadê Bartimeu, o cego de Jericó?
Não se ouviu o grito da mulher que durante doze anos sofria de uma doença terrível?

A lista seria imensa, de pessoas com seus familiares, que foram curadas, libertas e tiveram suas vidas transformadas pela compaixão do Senhor.

A cruz, local de sofrimento, instrumento de tortura cruel, é esse o lugar que Deus escolheu para manifestar seu amor, sua graça e misericórdia. A cruz é símbolo da miséria e da maldade humana e de vitória sobre o pecado e a morte.


CRUZ LUGAR DE PERDÃO:
“Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo.”
 (Lucas 23.34 NVI)

Mesmo em meio as dores, as traições, o perdão é a manifestação da graça bendita naquela cruz. Jesus não ali porque merecia, e muito menos por ter havido cometido algum crime, nele não havia pecado.

O grito poderia ser por justiça, mas o que observamos é a suplica pelo perdão.

Hoje não estamos no mesmo modo que aquelas pessoas, sabemos quem é Jesus, e, portanto, quando escolhemos pecar sabemos o que estamos fazendo.
Perdão é uma das atitudes condicionais impostas por Deus, recebamos o perdão do Senhor e aprendamos a nos perdoarmos.
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. (Mateus 6.12 NVI)


CRUZ LUGAR DE CUIDADO:
“Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: "Aí está o seu filho", e ao discípulo: "Aí está a sua mãe". Daquela hora em diante, o discípulo a levou para casa.”
(João 19.26,27 NVI)

No tempo de Jesus não havia nenhuma proteção social para as pessoas estavam em situação de vulnerabilidade. As viúvas sem filhos eram expostas a mendicância para sobreviverem.

Como filho mais velho, Jesus tinha a obrigação de cuidar de sua mãe. Agora, ali na cruz, não se eximindo de sua responsabilidade, providencia a proteção e o cuidado para sua mãe.

Jesus tinha outros irmãos, e as vezes me pergunto:
Porque não passar essa responsabilidade para um irmão consanguíneo?

Vejo na atitude de Jesus o ensino de que seus discípulos tem a obrigação de cuidar dos vulneráveis e marginalizados, não podemos fechar os olhos para os graves problemas sociais que nos cercam.

Outro aspecto importante, é que Jesus queria a sua mãe sendo cuidada por alguém que ele confiava, que poderia continuar dando-lhe proteção, amor e carinho. Uma família de fé.


CRUZ LUGAR DE ESCOLHAS:
Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".
(Lucas 23.43 NVI)

Uma conversa interessante entre colegas de infortúnio, Jesus o justo, no meio de dois criminosos. Vale ressaltar que a cruz que Jesus usava pertencia a Barrabás.

A fama de Jesus havia crescido, seu nome estava sendo falado em quase todas as rodas de conversas; certamente aqueles homens já haviam ouvido a respeito de quem era aquele que estava entre eles.

Na cruz aprendemos que somos responsáveis por nossas escolhas.
Enquanto um escolheu escarnecer e debochar, o outro fez a escolha mais inteligente da sua vida, reconhecer em Jesus o Cristo e Senhor.

Você consegue imaginar?

Sair da agonia da cruz direto para o “paraíso”, sair da perdição para a salvação eterna.

Que escolhas temos feito?


CRUZ LUGAR DE SOLIDÃO:
Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni? " que significa: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? "
(Mateus 27.46 NVI)

Usando o primeiro versículo do Salmo 22, Jesus expressa seu sentimento de solidão e abandono. As dores físicas e psicológicas são reais e imensas.

Dos seus seguidores e amigos, apenas algumas mulheres, sua mãe e o discípulo amado estão ali.

Aquele sofrimento já se prolonga por um tempo interminável, os nossos pecados também estão sobre ele. Jesus na cruz estava carregando todos os pecados da humanidade.

“Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53.5 NVI)


CRUZ LUGAR DE HUMANIDADE:
“Jesus disse: "Tenho sede".”
(João 19.28 NVI)

Jesus é homem, Jesus é Deus; uma máxima da cristandade que muitas vezes foi atacada com heresias a respeito da humanidade e da divindade do Senhor.

Cristo transfigurado é o mesmo que precisa comer, descansar e dormir. Na cruz a fonte de água viva precisa saciar a sede de seu corpo físico.

Imagine alguém sofrendo sangramento durante horas, o corpo estava exposto ao sol, já havia tido uma noite de tortura, o corpo pede, o corpo grita por água.

Jesus era realmente humano e divino, ele sabia e experimentou as nossas dores e desilusões e venceu a condenação do pecado.


CRUZ LUGAR DE COMPROMISSO:
“Jesus disse: "Está consumado”.”
(João 19.30 NVI)

Missão dada, missão cumprida!

Essa máxima aprendi na juventude ao ingressar no serviço militar, e quando reconheci a Cristo como Senhor e Salvador entendi que o cumprimento da missão é o essencial.

Jesus tinha uma tarefa que começou no Éden, o pecado se torna uma realidade para humanidade, o plano de resgate entra em ação, o mundo precisa ser preparado para receber o Salvador.

O salário do pecado é a morte, morte em todas as suas versões:
* Morte espiritual – separação que o pecado causa entre nós e Deus!
* Morte física – que não é o fim, mas apenas a separação entre a matéria e o espiritual. “O pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12.7 NVI)
* Morte eterna – separação eterna daqueles que ao se depararem com a morte física não tenham reconhecido a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

A missão de resgate da humanidade é missão de vida, vida para toda a eternidade. A parte de Deus é total e completa na cruz. A salvação não é pelos nossos méritos, mas pela graça e misericórdia do Pai.

Volto a reafirmar, a questão agora está nas escolhas que fazemos.


CRUZ LUGAR DE ENTREGA:
“Jesus bradou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Tendo dito isso, expirou. ”
(Lucas 23.46 NVI)

Fatos miraculosos ocorrem nessa hora, o véu do templo de rasga de cima abaixo, os sepulcros se abrem trazendo a vida seus mortos, o chefe da guarda reconhece que Jesus verdadeiramente é o Filho de Deus.

Jesus não foi assassinado como um mártir! Ele se entregou, para dessa maneira cumprir todos os requisitos necessários ao resgate e salvação da humanidade.

A se entregar por nós na cruz, o mínimo que podemos fazer é reconhecer que o sacrifício de Cristo na cruz é também em meu lugar.

Concluindo:
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2.5-8 NVI)

Abraço,

Preciso e continuo contando com suas orações!

Pr Cláudio Eduardo

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