terça-feira, 24 de outubro de 2023

COMO VOCÊ É RECONHECIDO? (OS DIVERSOS NOMES DOS SEGUIDORES DE JESUS)


 

COMO VOCÊ É RECONHECIDO?

(OS DIVERSOS NOMES DOS SEGUIDORES DE JESUS)

 

“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos”. (Atos 11:26 NVI)

 

Diante da sociedade podemos ser reconhecidos de várias maneiras diferentes. Como exemplo cito que numa relação comercial podemos ser o cliente ou o prestador de serviço, se torço por um determinado time de futebol quando visto sua camisa sou identificado com aquele time, pode ser pela profissão que exerço ou pela causa que eu venha a defender.

 

No contexto brasileiro a palavra “apelido” significa a maneira como sou denominado devido a alguma característica física ou de comportamento, e passo então a ser reconhecido. Alguns apelidos podem ser uma forma carinhosa para se referir a alguém, outro nem tanto; alguns podem ser relativo a profissão (padeiro, marceneiro, pedreiro, doutor, mestre) e outros podem ser relativos a xenofobia ou o bairrismo tão comum em algumas regiões. Eu prefiro usar o nome da pessoa, acredito trazer mais dignidade.

 

Conheci pessoas que me chamavam de pastor, conversavam comigo, e nunca se deram ao trabalho de perguntar o meu nome, muito triste. O seu nome é um presente dado por seus pais e você irá carrega-lo para sempre, pois na lapide do seu tumulo estará o seu nome. Os títulos que venhamos a acrescentar em nossa carreira nunca expressarão a nossa individualidade. Você o que significou para os seus pais o nome escolhido para você?

 

Se você é cristão, não venha com o discurso de que não me interessa o que pensam de mim; ou não tenho satisfação nenhuma a dar a ninguém; quem sabe a que muitos usam, o meu relacionamento é com Deus, só a ele devo satisfação. A coisa não é bem assim!

 

Jesus, o Cristo, nos ensina sobre a importância do nosso testemunho, o nosso exemplo fala mais alto do que qualquer discurso. Quando falo de exemplo estou me referindo em todos lugares e independente das circunstâncias, na família, na escola, no trabalho, na igreja, no dia-a-dia, entre colegas e amigos, diante dos desconhecidos. A coisa está ficando difícil!

 

Se você quer ser um discípulo autentico e verdadeiro de Jesus, obedeça suas instruções:

“Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos”. (João 13:35 NTLH)

 

Será que teríamos a coragem de fazer a pergunta feita por Jesus a seus discípulos:

“— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus”. (Mateus 16:15 NTLH)

 

Os discípulos caminhavam com Jesus há algum tempo, como não poderiam saber quem ele é? O que Jesus queria saber era o que ele significava para os seus discípulos.

 

Estamos no primeiro século da era cristã, os seguidores de Jesus Cristo estão sofrendo violenta perseguição. Entre si eles se tratavam como irmãos, no relacionamento com Deus eles eram discípulos, apóstolos, servos (escravos) ou filhos; agora fica a pergunta:

- Como eles eram vistos pelos de fora da igreja?

 

A palavra “cristão” quando foi utilizada pela primeira vez era uma expressão preconceituosa e pejorativa, não se esqueçam que a igreja estava sendo perseguida e ser cristão significava ser marginalizado e excluído da família e da sociedade. Ser chamado cristão era afirmar que eles eram seguidores de Jesus Cristo. É tremendo saber que ser cristão era chegar as últimas consequências para que o evangelho fosse proclamado, mesmo que isso levasse ao sacrifício da própria vida.

 

No decorrer da história, principalmente devido a apostasia da igreja e as sucessivas divisões no cristianismo, os cristãos foram chamados de protestantes, reformadores, evangélicos, ou pela denominação da qual fazem parte. Não importa o nome da congregação que você faça parte, é tempo de resgatarmos o nome de “cristãos”.

 

Os discípulos de Cristo são reconhecidos pelo amor, e não se esqueça:

- Amor é ação, atitude e doar-se! Amor não é sentimento, religiosidade, ociosidade ou inercia!

 

Jesus queria saber o que as pessoas pensavam a seu respeito; os primeiros seguidores do Cristo demonstravam para os de fora, com atitudes, o que aprenderam dele; a história nos mostra milhares de homens e mulheres que escolheram obedecer, alguns sendo martirizados das maneiras mais cruéis; hoje cristão continuam sendo perseguidos sem negar a sua fé; e se você hoje é um cristão, saiba que para o evangelho chegar até nós foi através de um caminho de dor, começando com o Rei dos reis se fazendo como um de nós e sofrendo as mais terríveis humilhação.

 

Não importa se você é evangélico, tradicional, histórico, reformado, protestante, pentecostal, neopentecostal ou nome da denominação que você segue, infelizmente a divisão no meio do povo de Deus é o que vem atrapalhando o testemunho que temos a obrigação de dar.

 

Que sejamos cristãos nesse tempo, vivendo as verdades do Evangelho, e que nossas atitudes e ações reflitam Jesus Cristo.

“Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim”.   (Gálatas 2:20)

 

 

A Ele, o Deus Eterno, toda honra e toda glória!

 

 

Cláudio Eduardo - pastor 


😊



sábado, 21 de outubro de 2023

PROCURA-SE ... (UM CURRÍCULO DE FAZER “INVEJA”)

 



PROCURA-SE ...

(UM CURRÍCULO DE FAZER “INVEJA”)

 

Eu, Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, escrevo esta carta. Eu fui escolhido e mandado para ajudar a tornar mais forte a fé que o povo de Deus tem e para fazer com que eles conheçam a verdade ensinada pela nossa religião, que se baseia na esperança de recebermos a vida eterna. Deus, que não mente, nos prometeu essa vida, antes da criação do mundo, e no tempo certo ele a revelou na sua mensagem. Essa mensagem foi entregue a mim, e eu a anuncio por ordem de Deus, o nosso Salvador.  (Tito 1:1-3 NTLH)

 

Estamos vivendo um tempo em que o valor do ser humano está no que ele representa, e não no que ele verdadeiramente é. É verdade que exercemos papeis diferentes. No meu caso no contexto familiar sou filho, irmão, primo, sobrinho, tio, marido, pai, avô. No contexto profissional sou colega, sou subordinado ou chefe. No dia-a-dia sou cliente, em alguns momentos prestador de serviço, sou cidadão com direitos e deveres.

 

Em uma certa ocasião, numa reunião acalorada, alguém virá para mim e pergunta:

- Quem é você?

Respondo com toda tranquilidade:

- Eu sou Cláudio, marido, pai e avô!

 

Pode parecer um pouco debochada a minha resposta, mas coloco a família na ordem de prioridade de qualquer pessoa em segundo lugar. Não falo do aspecto de idolatrar a família, mas sim dedicar amor, tempo, energia. É sentir alegria, felicidade, prazer em estar em família, ou melhor, sentir gratidão em ser família.

 

Você pode perguntar:

- Porque a família em segundo? O que ou quem está em primeiro?

 

Nas minhas prioridades Deus vem sempre em primeiro lugar. Não estou falando de religião ou igreja, me refiro a um relacionamento de intimidade e plena obediência. Falo na obediência sem duvidar, refiro-me a um relacionamento de confiança que em amor me submeto a vontade dele em detrimento da minha.

 

Não é fácil se deixar ser guiado por Deus, estamos a todo tempo querendo nos rebelar, isso mesmo, vivemos numa atitude constante de rebeldia. Estava observando o currículo que Paulo tinha antes da experiência verdadeira com Deus, em Cristo Jesus, e o currículo que ele passou a ter, convido você a fazer essa caminhada comigo, vamos!

 

Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu. E era tão fanático, que persegui a Igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo.  (Filipenses 3:5,6 NTLH)

 

Interessante, Paulo tinha status social, dinheiro e prestigio; ele era uma pessoa religiosa e com uma grande capacidade de liderança. Sua influência era enorme, ele tinha tudo para ser um dos doutores da Lei.

 

O encontro extraordinário com Jesus Cristo leva Paulo a uma mudança radical de vida, ele passa a se ver de maneira diferente, e consequentemente a ver o mundo a sua volta com um olhar de amor. Existem pessoas que passam toda a vida na busca de um milagre, o verdadeiro milagre começa a acontecer quando corajosamente mudamos os nossos valores e princípios. Deixamos de lado a nossa vontade para vivermos a vontade de Deus.

 

Eu, Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, escrevo esta carta. (Tito 1.1 NTLH)

 

Nas saudações de suas cartas e nas apresentações de sua defesa, Paulo, agora, deixa de lado o seu currículo acadêmico e familiar e se apresenta como  “δουλος” que na tradução literal é escravo. A pessoa escravizada não tem vontade, não tem salário, não tem férias, não aposentadoria, está disponível a seu senhor vinte quatro horas por dia, todos os dias do ano.

 

O escravo não tem uma vida que seja sua, ou seja, a sua vida é do seu senhor. É duro pensar que na história da humanidade um ser humano perdia a sua liberdade e era transformado em propriedade de outro. A escravidão é o fato mais desumano que possamos imaginar, um crime, uma afronta contra Deus.

 

Paulo usa essa palavra para definir o seu relacionamento de subordinação e serviço com Deus, e como ela traz em seu bojo sentido negativo e desumano, a traduzimos por servo, e no contexto cristão ela vem perdendo a essência do seu significado.

 

No meu relacionamento com Deus eu sei quem manda, e tenho consciência de que a vontade Dele é o melhor para mim. Aprendi e continuo aprendendo a cada dia a ser diferente e a olhar o mundo com o olhar do Criador.

 

Onde quer que eu esteja, em qualquer que seja a circunstância, sou servo de Deus, enviado num mundo perdido em seus pecados para anunciar a mensagem preciosa e poderosa do Evangelho.

 

Hoje podemos decidi o que queremos ser, e o nosso status não é apenas de servo, somos filhos e filhas, Deus é fiel e nos promete vivermos com Ele para toda a eternidade!

 

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. (João 1:12,13 NVI)

 

Que o meu e o seu currículo seja sempre digno do Deus a quem sirvo, do Pai que por adoção me deu o privilégio de ser seu filho.

 

A Ele, o Deus Eterno, toda honra e toda glória!

 

 

Cláudio Eduardo - pastor


terça-feira, 17 de outubro de 2023

EU NÃO ESTAVA NO NADA... (Refletindo sobre a tradição e a valorização daqueles que nos antecederam nessa terra)

 



EU NÃO ESTAVA NO NADA...

(Refletindo sobre a tradição e a valorização daqueles que nos antecederam nessa terra)

 

E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

(Gênesis 1:2 NVI)

 

 

Passei o dia refletindo o quanto somos ingratos com aqueles que nos antecederam, isso em todas as áreas da vida humana.

Entramos num carro, ligamos com uma simplicidade inimaginável, dirigimos a partir das técnicas aprendidas, vamos de um lugar ao outro com rapidez, e não sabemos nada a respeito de as engrenagens que movimentam aquele veículo. São centenas de componentes, parafusos, engrenagens, pistão, rodas, bomba de combustível, sistema de freio, fios, lâmpadas, bobinas; nada disso me interessa, preciso sentar no volante o motor funcionar e seguir para o meu destino. Você já parou para pensar entre o primeiro carro e os dos nossos dias? Quantas pessoas sonharam e investiram tempo mesmo sabendo que não veriam o resultado que temos hoje?

 

Sou apaixonado pela Igreja, O Corpo de Cristo. Continuando a viajar na minha imaginação, convido você para essa viagem!

 

Quando estamos fazendo a leitura da Bíblia e chegamos na genealogia, passamos correndo, parece uma coisa muito chata. No entanto, observe que quando diz: filho de alguém ou que gerou o fulano a Bíblia está nos mostrando que teve alguém que veio antes e outros que virão depois.

 

Na genealogia de Jesus, o Cristo, (Evangelho de Mateus 1)  nos é mostrado o valor que Deus dá as mulheres e não faz acepção de pessoas Raabe, Rute e Bate-Seba. Uma prostituta, uma moabita e uma adultera, que currículo. Essas mulheres marcaram com suas escolhas a história do Cristo esperado e contribuíram para a preparação do mundo para recebe-lo.

 

A tradição são os conhecimentos passados de uma geração para outra, e não deve ser vista de maneira negativa. O mundo está em movimento, e a tradição também. Na antiguidade tinham muita coisa que consideramos sem valor hoje, mas ainda continuamos discutindo e aprendendo com a filosofia grega.

 

Voltando a igreja, não sou contra o uso da tecnologia e nem de se aproximar das diversas faixas etárias falando uma linguagem contextualizada e adequada para a boa comunicação. Temos princípios, tradição, valores, doutrinas; tudo fundamentado na Palavra de Deus.

 

Se hoje somos cristãos, veja quanto chão foi percorrido, em alguns momentos em estradas banhadas de sangue. Homens e mulheres que nos antecederam construindo a igreja que somos hoje.

 

Temos uma história de erros e acertos, afinal de contas somos humanos. Uma belíssima história de superação, de desafios e vitórias, sejamos gratos pelos que nos antecederam e não desistiram da missão. Como sinto falta das comemorações históricas que as igrejas faziam, lembrando que dia 31 de outubro se comemora a Reforma protestante que foi um divisor no resgate da missão.

 

Estamos de passagem, no meio de uma belíssima jornada, muitos vieram antes de nós, nós passaremos e outras gerações virão depois. Que tipo de legado estamos deixando?

 

E falando de legado, posso ver a história ou a jornada da vida como um grande edifício que está sendo construído, e nos é dado o direito de colocar um tijolo, se não colocarmos o edifício continuará sendo construído e ficará o buraco da minha omissão e do meu egoísmo.

 

Não viemos do nada e não iremos para o nada!

 

Que o bom Deus abençoe sua vida!

 

Cláudio Eduardo – pastor

 

 

Se esse texto abençoou sua vida, compartilhe!

 

 

 

 

 


sábado, 14 de outubro de 2023

RESGATANDO A SIMPLICIDADE DA IGREJA

 



RESGATANDO A SIMPLICIDADE DA IGREJA

“...Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.            (Mateus 16:18 ARA)

 

Sou apaixonado por história, pois entendo, como alguém já disse, que “estudamos o passado para não cometermos os mesmos erros no futuro”. Vários pensadores nos mostram a face pedagógica do estudo da história, lembrar do passado nos impulsiona a sonharmos com um futuro muito melhor. “Aqueles que não conseguem lembrar do passado estão condenados a repeti-lo”. (George Santayana) Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la”. (Edmund Burke).

 

Desde de a antiguidade somos motivados a manter viva a história para podermos avançar. Ainda no deserto, preste a conquista da terra prometida, o povo é advertido a nunca esquecer o que Deus fez: “...tenham cuidado! Não esqueçam o Senhor que os tirou do Egito, da terra da escravidão”. (Deuteronômio 6:12,13 NVI)

 

A Igreja desde o seu início tem uma linda história, e vem a pergunta:

- O que estamos fazendo com tudo que sabemos que aconteceu?

 

O passado nos apresenta o que deu certo e que deu errado. Não devemos ter medo de errar, mas quando se trata da igreja não temos que criar, precisamos apensas obedecer.

 

A celebração das ordenanças do batismo e da ceia são exemplos claros para mantermos a história da igreja e a nossa história pessoal sempre viva. No batismo declaramos de onde saímos e para onde estamos indo. Na celebração da ceia trazemos a memória a prova do grande amor de Deus.

 

Vamos começar a olhar para a história da igreja e vermos onde estamos nos perdendo na caminhada. Um pequeno grupo de aproximadamente 120 pessoas começam mudando a história de uma cidade, com ousadia mudam a história de uma região, entendendo qual é a missão mudam a história de um império e vão a todos os lugares possíveis na sua época.

 

Se hoje falamos sobre a igreja é porque a sua força extrapola a tudo que conhecemos, é o poder de Deus usando homens e mulheres no cumprimento de uma missão que é fazer o nome do Senhor conhecido.

 

Jesus convida homens e mulheres a segui-lo, ele deu o exemplo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores se fez como um de nós, viveu nossas experiências, sentiu nossas dores e nos mostrou a maneira correta de agir. O problema é que falamos de Jesus e o conhecemos tão pouco. (Quantas vezes você já leu os Evangelho?)

 

São quatro Evangelhos, oportunidade de conhecer a Jesus a partir de quatro visões diferente para que a história não se perca. Precisamos restaurar a simplicidade da Igreja, a falarmos a língua do povo, a estarmos juntos com pessoas, a sermos empático, a chorarmos com aqueles que estão triste e nos alegrarmos com os que estão em festa. “ Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos”. (1 Pedro 2:21 NVI)

 

A simplicidade da igreja começa no seu modo de viver e de ver a pessoas, tinham tudo em comum. Não haviam entre eles ninguém maior ou menor, e se isso acontecia era logo extirpado. Todos eram “servos” (a palavra “servo” significava para eles escravos”.

 

A mensagem se restringia a simplicidade do Evangelho, uma mensagem clara, objetiva e direta. Não ficavam com “rodeios” para condenar o pecado e não tinham medo de serem condenados pelo “mundo”, o compromisso com a verdade estava acima das normas sociais do “politicamente correto”.

 

Jesus estava cercado de pessoas que pecavam, seus seguidores eram gente do povo que dificilmente seriam convidados para uma função de liderança nos nossos dias. Não tinham tido a oportunidade da educação formal de sua época, não pertenciam a liderança religiosa ou a famílias influentes, na maioria homens com as mãos calejadas do árduo trabalho do dia-a-dia. O próprio Cristo era conhecido como o filho do carpinteiro.

 

Quando a igreja abre mão de seus princípios e valores ela perde a sua capacidade de transformação da sociedade da sua época, e consequentemente comete erros que foram desastrosos na sua história.

 

Em momento algum desmereço a formação acadêmica, a considero muito importante, mas de nada adianta se não tivermos a consciência de que o convite de Jesus é para segui-lo. “E quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”. (Mateus 10:38 NVI).  “Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.   (Marcos 8:34 NVI) “Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará”. (João 12:26 NVI)

 

Ser simples não significa ser medíocre, fazendo as coisas de qualquer maneira, sendo relaxado com as funções ou os ministérios a nos confiados.  

 

Viver a simplicidade da igreja é ser a igreja de seguidores de Jesus que se esmeram seguido o seu exemplo.

Viver a simplicidade da igreja é pregar contra o pecado, fazendo-o sempre em amor.

Viver a simplicidade da igreja é falar de maneira inteligível, Jesus falava a língua do povo e quando o assunto era complexo usava de parábolas.

Viver a simplicidade da igreja é saber acolher os marginalizados resgatando-os a dignidade mostrando que Deus não faz acepção de pessoas.

Viver a simplicidade da igreja é saber que somos estrangeiros nesse mundo e estamos nos preparando para a eternidade junto com Deus.

Viver a simplicidade da igreja é compreendermos que o Senhor da igreja é Jesus Cristo, que ele já deixou as diretrizes, que não temos nada a inventar, que precisamos tão somente obedece-lo.

 

Louvado seja Deus, que escolheu homens e mulheres para viverem esse tempo sendo o seu povo, a sua igreja. A igreja que em simplicidade é poderosa e nada pode vencê-la. A igreja vitoriosa do passado, do presente e gloriosa do futuro.

 

Que o Senhor da Igreja abra os nossos olhos para os campos que estão prontos para a colheita!

 "Eu lhes digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita".  (João 4:35 NVI)

Abraço,

 

Cláudio Eduardo – pastor

 

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Observação:

 

Ao usar a palavra IGREJA nesse texto me refiro a todos os cristãos que de alguma maneira declaram seguir a Cristo!


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

ELE (JESUS) FOI CRIANÇA …

 


ELE FOI CRIANÇA …

 

“Mas Jesus chamou a si as crianças e disse: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”.” (Lucas 18:16-17 NVI)

 

Hoje, no Brasil, é comemorado o dia das crianças. Jesus foi um embrião no ventre de Maria, nasceu bebê, viveu as etapas de uma criança. “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.” (Lucas 2:52 NVI)

 

Em Jesus, aprendemos que como é importante ter equilíbrio em três áreas da vida: emocional, intelectual e espiritual. As três áreas são importantes e se deve dar o mesmo valor.

 

João Batista, no ventre de Izabel, um feto, se alegrou e adorou ao Senhor. “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê agitou-se em seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” (Lucas 1:41 NVI)

 

Tenho uma pergunta simples:

- Temos alguma coisa a comemorar?

 

Na cidade onde resido, crianças são acordadas com voos rasantes sobre suas casas e o zunido dos tiros de fuzil. São crianças que estão perdendo a beleza da infância. Educação pública sucateada, corrupção desviando os recursos da escola e profissionais sem o devido reconhecimento.

 

A redor do mundo milhares de crianças irão dormir hoje com fome, outras tantas terão a sua vida ceifada devido a desnutrição. Trabalho infantil, tráfico de crianças, violência e prostituição é a realidade de muitos.

 

O que dizer dos horrores da guerra, crianças em campo de concentração, soldados mirins que muitas vezes nem conseguem carregar um fuzil direito, tortura afligem aqueles que deveriam estar brincando.

 

Melhorando a pergunta:

- Onde estão os cristãos?

 

A igreja é o lugar de culto para todas as faixas etárias, infelizmente, observamos um descaso com as crianças. Falo das igrejas ditas evangélicas, que na teoria seriam os proclamadores das boas novas, Jesus Cristo nasceu. Não faz o investimento adequado, tratam o trabalho com crianças como um espaço para os pais deixarem seus filhos e os jovens e adultos cultuarem em paz. Minimizam a capacidade espiritual das crianças, uma pena, não sei como vem Deus falando Samuel. “O menino Samuel ministrava perante o Senhor, sob a direção de Eli; naqueles dias raramente o Senhor falava, e as visões não eram frequentes. ... O Senhor voltou a chamá-lo como nas outras vezes: "Samuel, Samuel! " Então Samuel disse: "Fala, pois o teu servo está ouvindo". (1 Samuel 3:1,10)

 

Deus escolhe uma criança para profetizar em Israel. E acho linda a afirmação bíblica: “O menino Samuel ministrava perante o Senhor, sob a direção de Eli”

 

Vejamos, Jesus Cristo foi criança, perseguido por Herodes quando bebê, ele sabia muito bem o quanto é importante investir na área espiritual das crianças. “O Reino de Deus pertence aos que são semelhantes as crianças”. Esquecemos, parece, do tempo de crianças.

 

Hoje, olhando em volta, meu coração chora em ver crianças sofrendo devido a ganancia, o descaso das autoridades, a violência resultado da maldade humana.

 

Sonhar com um mundo melhor somente com amor e cuidado com as crianças!

 

Que Deus nos abençoe nesse dia!

 

Cláudio Eduardo - pastor

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Triste por imaginar a vida das Crianças que estão sofrendo os horrores das guerras!

Triste por imaginar a vida das Crianças que estão sofrendo a dor da fome!

Triste por imaginar a vida das Crianças que estão sofrendo a falta de esperança!

domingo, 8 de outubro de 2023

CADÊ A COMPAIXÃO DA IGREJA? (LÁ SE VÃO 30 ANOS PENSANDO NO ASSUNTO)

 


CADÊ A COMPAIXÃO DA IGREJA?

(LÁ SE VÃO 30 ANOS PENSANDO NO ASSUNTO)

 



 Ao chegarmos próximo do final da conclusão de um curso universitário, que dificuldade em escolher o tema do trabalho de conclusão. Comigo não foi diferente, vários assuntos que poderia abordar, a escolha do orientador, algo inédito ou escrever sobre algo que incomodava.

 

Estávamos no início da década de 90, era o ano de 1993, muita pesquisa sobre o assunto, o tema se tornou pessoal. A Igreja e o Ministério de Ação Social (https://pastorclaudioeduardo.blogspot.com/2011/05/igreja-e-o-ministerio-da-acao-social.html) foi o resultado desse trabalho acadêmico. Estávamos vivendo um momento de explosão da ideia de cuidado com os pobres, os marginalizados, os menos favorecidos. Para muitos, parecia que as obras sociais era uma maneira de “chantagear” uma demanda da sociedade num troca-troca entre o feijão e a salvação e os que serviam estavam pagando pelo preço da salvação.

 

Afirmo que se a igreja não estiver servindo a comunidade onde está, nada mais é relevante. Aprendemos com Jesus que a dignidade humana é essencial, relacionamentos são importantes e amor é ação.

 

Jesus estava entre “pecadores”, melhor, Jesus cuidava de pessoas como eu e você. O amor de Jesus não o impedia de condenar o pecado e de falar a verdade sobre a condição humana sem um compromisso com ele.

 

Em 2016, na conclusão de mais uma etapa acadêmica, decidi manter o foco central do assunto e numa revisão sobre o tema, agora com a prática sobre o assunto escrevi (https://pastorclaudioeduardo.blogspot.com/2017/01/a-igreja-e-o-ministerio-de-compaixao.html ).

 

Hoje, quando ainda precisamos lutar por justiça social numa sociedade cheia de desigualdade, onde falta educação e saúde com qualidade, onde temos exploração de crianças e adolescentes, trabalho análogo a escravidão, tráfico de pessoas, explosão das drogas e violência em todos os níveis; fica a pergunta:

- Que diferença estamos fazendo como cristãos?

 

Louvo a Deus porque muitos estão comprometidos com amor em ação, ou melhor, estão vendo o mundo com o olhar de Cristo, mas ainda é pouco diante da imensidão daqueles que carecem de compaixão.

 

Somos chamados a sermos agentes de mudança, mudanças que serão reais a partir da dignidade que Deus espera que todo ser humano tenha.

 

Que hoje você lembre que muitos não tiveram a oportunidade de fazer uma refeição, que o analfabetismo é uma violência, que pessoas em situação de rua são invisíveis e indigentes.

Agradeça a Deus por seu trabalho, pelo teto, pela refeição, pelo lazer, pela vida!

 

Que o Senhor nos abençoe!

 

Cláudio Eduardo - pastor


MÃE COMO MARIA

  MÃE COMO MARIA Cláudio Eduardo   Maria de Jesus, Maria das Graças, Maria das Dores, Maria da Conceição, Maria Auxiliadora, Maria Madalena,...