quinta-feira, 10 de outubro de 2024

LEMBRANÇAS DE CRIANÇAS! (parte 2) CHILDHOOD MEMORIES!

 


LEMBRANÇAS DE CRIANÇAS! (parte 2)

CHILDHOOD MEMORIES!

 




Então disse Jesus: 
"Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas"

(Mateus 19.14 NVI)

 

Somos marcados por nossas lembranças, e precisamos ter o máximo de cuidado sobre que tipo de lembranças estamos construindo nas crianças a nossa volta!

 

O ambiente familiar e extremamente marcante, inclusive as experiências intrauterinas, normalmente estamos cercados de afetos e cuidados, a chegada de uma criança é cheia expectativas, uma festa onde a criança vem ao mundo sendo muito amada. Essa seria a condição ideal, mas infelizmente nem sempre é assim!

 

Conhecemos histórias de crianças rejeitadas, de famílias toxicas, de faltando o mínimo de dignidade, vivendo em situação de desnutrição, exploração e violência. Crianças que não possuem sonhos, que não sabem e nem tem expectativas sobre o amanhã. Crianças que estão vivendo em situação de rua, outras sofrendo os horrores da violência urbana. O que se dizer das crianças que estão em zona de guerra, onde suas mortes são esquecidas tão rápido.

 

Olhando para algumas das necessidades básicas, saúde, educação e segurança; como podem no futuro algumas crianças competirem num mundo cruel, onde alguns tem acesso a educação de qualidade e outros não, onde para alguns há uma atenção extraordinária a saúde e outros estão morrendo ou ficando com sequelas sem o atendimento necessário. Segurança, estamos todos inseguros, a violência urbana é cruel, mas alguns estão protegidos em condomínios, possuem casas aconchegantes, enquanto outros ficam parte do ano sem irem a escola de a operações policiais e existem aqueles que dentro de suas residências foram atingidos por projeteis cruéis que depois de lançados saem em busca das suas vítimas.

 

Ao invés de assumirmos a nossa parcela de responsabilidade, vivemos procurando culpados. O Estado, a sociedade, o contexto político, as ideologias, e para aqueles que querem espiritualizar tudo é o inimigo.

 

Então, fica a pergunta:

- Onde está a IGREJA?

 

Não estou falando de organização religiosa, pergunto sobre o corpo de Cristo, aqueles que um dia tiveram suas vidas transformadas pela preciosa mensagem do evangelho de Jesus Cristo.

 

Quando criança morava numa região pobre da cidade, minha vida era boa, tinha tudo que era necessário para uma criança daquela época. Era início da década de 70, tinha sete anos, o mundo estava passando por uma grande revolução cultural e política, a busca pela chamada liberdade era intensa, todos queriam se sentir livre. Meu contato com a Bíblia era diário, estava numa busca incessante por liberdade.

 

Sempre dava atenção as “coisas de Deus”, alguns adultos até diziam que eu dia seria pastor. Era uma época de evangelização na rua, e dominicalmente tinha um “ar livre”[1] próximo a minha casa, não sei qual era a igreja, mas uma coisa ficou marcada na minha vida, as mensagens agressivas sobre a ida dos ímpios para o inferno e a forma com encerravam a atividade. Depois da mensagem o dirigente de maneira autoritária afirmava que as mãos deles estavam limpas do nosso sangue e que o problema era nosso, e cantavam um hino que começava em seu primeiro verso assim:

A nova do evangelho

Já se fez ouvir aqui

Boas-novas tão alegres

Elas são pra quem ouvir

Assim Deus nos amou

Sim, a cada pecador

Quem nos deu seu Filho amado

Pra sofrer a nossa dor

 

Depois que me converti comecei a intender melhor a letra da música, mas a lembrança e o sentimento eram de revolta.

- Como podem dizer que estão ali cumprindo uma obrigação e não fazerem nenhuma ação concreta de manifestação de amor?

- Qual as alternativas estavam dando as crianças?

- Quando uma família perdia seus filhos para a violência onde estava a Igreja?

 

Tive muita dificuldade em me render a Cristo, passei a ser um critico ferrenho do evangelho hipócrita, sem atitudes, de um amor teórico sem nenhuma manifestação prática. Fui alcançado e transformado por Jesus Cristo, mas até hoje quando volto no tempo, me pergunto:

- Se fosse Jesus numa favela carioca cercada por pobreza e violência como ele apresentaria a sua mensagem?

 

Hoje sou pastor, vejo o mundo com a experiencia da idade, e continuo incomodado com igrejas cheias aos domingos falando de amor e no restante da semana sendo indiferentes a necessidade do próximo.

 

Jesus, o Cristo, pregava com autoridade, falava a multidões e acolhia individualmente os marginalizados, ele cuidava de pessoas. Jesus entrava na casa de pessoas socialmente mal vistas, protegia prostituta, quebrava protocolos para acolher os necessitados. O palco de Cristo foi a cruz e seus seguidores foram chamados a serem protagonistas no cumprimento da missão.

 

Santa paz e perdão

São as novas lá nos céus

Santa paz e perdão

É bendito o nosso Deus

 

Vários episódios religiosos vêm a minha lembrança, no entanto, esse me marcou pela hipocrisia e a falta de empatia, como cantar santa paz num lugar que os tiroteios eram constante. Hoje entendo, sei o que significa essa paz, mas no meu entendimento de criança era algo inacessível.

 

Abraço,

 

Cláudio Eduardo – pastor

 

 

No dia 12 de outubro, dia das crianças no Brasil, lembre que o melhor presente para muitas crianças é um abraço, é ser ouvida, é ser tratada com amor e dignidade!



[1] Culto feito na rua!

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

LEMBRANÇAS DE CRIANÇAS! CHILDHOOD MEMORIES!

 

LEMBRANÇAS DE CRIANÇAS!

CHILDHOOD MEMORIES!

 

“Em tua bondade, lembra-te de mim, ó meu Deus”.

(Neemias 13.31 NVI)

 

Hoje convidar você a refletir sobre o seu tempo de criança, traga as boas lembranças, as pessoas que marcaram sua vida, suas brincadeiras e seus amigos. Seu primeiro dia de aula, a sua primeira professora, os presentes nos dias da criança ou no seu aniversário. Se eu consigo, creio que você consegue!

 

Na minha memória trago a lembrança a casa da minha avó materna, ainda tinha um fogão a lenha, a comida era uma delícia, estou ficando com a boca cheia d’água.

 

Eu tinha um tio que quando eu ia visita-lo sempre inventava alguma coisa, sua casa tinha um terreno com várias plantações, inclusive pés de laranja; ele teve o trabalho de comprar tangerinas e amarra-las nos pés de laranja para podermos colher a fruta no pé. Até hoje ainda lembro daquela tarde me deliciando com tangerinas colhidas do pé.

 

Eu gostava muito da minha primeira escola, o acolhimento e o cuidado dos funcionários, a atenção e paciência das minhas professoras, a oportunidade de hastear a Bandeira Nacional, fui guarda de honra da bandeira, e andava todo orgulhoso com as fitinhas verde e amarela na gola da minha camisa.

 

Quando criança me apaixonei pela Palavra de Deus, antes dos doze anos já havia lido toda a Bíblia, aprendi a ler com a Bíblia, haviam palavras que eu não entendia, pedia aos meus pais um dicionário, que alegria poder ampliar o meu vocabulário.

 

Cresci, a vida vem deixando marcas, muitas marcas boas, outras nem tanto, mas todas servem para o meu crescimento. Temos uma história, fazemos parte de uma nação, vivemos em família, temos nossas crenças e não é saudável fugirmos de quem somos, pelo contrário precisamos enfrentar os nossos medos, encararmos com coragem os desafios e vivermos os sonhos de Deus.

 

Ao lermos a ultima frase do livro de Neemias aprendemos que a nossa prioridade deve ser obedecer a Deus e não podemos ficar inerte diante da maldade que assola a humanidade. Neemias sai do conforto e da estabilidade para viver uma belíssima aventura, ele nasceu no cativeiro babilônico, não conhecia o esplendor e a riqueza do passado de Jerusalém, sabia do sofrimento e da miséria que assolava as pessoas em Judá, sabia que algo precisava ser feito.

 

A intimidade com Deus foi essencial, a oração não era opção e sim necessidade, conversar com Deus, ouvir a sua direção e estar disposto ao seu agir.

 

Era comum na história de Israel contar as crianças como o Senhor era presente em suas lutas, a genealogia, as histórias dos patriarcas, o êxodo do Egito e a peregrinação pelo deserto, as guerras, as vitórias, as derrotas, o cativeiro; Deus é o Senhor da história daqueles que decidem ser o seu povo.

 

- O que estamos contando as crianças?

- Que histórias estão sendo relevantes na vida das crianças?

 

Chegamos ao fim do livro de Neemias, uma reforma social e religiosa foi necessária, o povo reconhece seus erros e assume o compromisso de mudanças.

 

Uma reforma de verdade na vida do povo, é necessário expurgar tudo aquilo que desagrada ao Senhor; não podemos permitir qualquer tipo de atitude que contamine o povo de Deus.

 

Hoje, a igreja é o povo de Deus[1]!

Temos o privilégio de sermos filhos de Deus[2]!

O templo do Senhor é a nossa vida[3]!

 

As histórias contadas a Neemias marcaram a sua vida, ajudaram a formar o seu caráter e construíram suas crenças. Seu nome não foi esquecido pela história, ele se colocou a disposição do Senhor para servir pessoas.

Deus não se esquece de nós, mas respeita as nossas escolhas[4]!

 

Faça uma autobiografia, veja o quanto Deus tem sido presente em sua vida, agradeça por sua bondade e sua misericórdia, expurgue tudo que desagrade ao Senhor e esteja pronto a restaurar o que está em ruinas.

 

Abraço,

 

Cláudio Eduardo – pastor

 

 

No dia 12 de outubro, dia das crianças no Brasil, lembre que o melhor presente para muitas crianças é um abraço, é ser ouvida, é ser tratada com amor e dignidade!



Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.  Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam. (1 Pedro 2.9,10 NVI)

[2] Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. (1 João 3.1 NVI)

[3] Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? (1 Coríntios 3.16 NVI)

[4] "Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você! (Isaias 49.15 NVI)

 

terça-feira, 8 de outubro de 2024

ONDE ESTÃO AS CRIANÇAS? . WHERE ARE THE CHILDREN?

 








ONDE ESTÃO AS CRIANÇAS?


WHERE ARE THE CHILDREN?

 

“Os coros cantaram sob a direção de Jezraías. E naquele dia contentes ofereceram grandes sacrifícios, pois Deus lhes enchera de grande alegria. As mulheres e as crianças também se alegravam, e os sons da alegria de Jerusalém podiam ser ouvidos de longe”. (Neemias 12.42,43 NVI)

 

Os dias estão corridos, estamos apressados para tudo, o ter está se tornando mais importante do que ser, a humanidade está adoecida, estamos perdendo os valores, a espiritualidade está sendo deixada de lado, e uma pergunta que não se cala nos leva a uma reflexão:

 

- O que será das crianças?

 

Os pais estão enchendo as crianças de atividades, sobrecarregando seus dias com inúmeras tarefas, balé, inglês, futebol, reforço escolar, musica; isso quando não colocados diante das famigeradas telas. Tudo feito com o objetivo de ocupar ou acalmar os pequeninos. A crianças estão amadurecendo muito rápido com uma enxurrada de informações, muitas delas desnecessárias.

 

- Que valor é dado as crianças?

 

Com todas essas mudanças, cuidar de crianças virou um grande negócio. A mensalidade escolar das primeiras series é mais cara que o de alguns cursos superiores, a estadia por alguns minutos em algum brinquedo nas áreas infantis dos shoppings são assustadoras, o explicador que vem a sua casa fazer o reforço escolar, a consulta de um pediatra, as roupas que se desgastam rapidamente, os sapatos que precisam ser trocados, pois o pezinho cresceu. Cuidar de criança com qualidade seguindo o modelo dessa sociedade é trabalhoso e caro.

 

Do outro lado temos as crianças que vivem em situação de pobreza, em um Estado falido nos seus princípios e seus valores. Crianças que estão em situação de vulnerabilidade, expostos a constante violência, passando necessidades, convivendo com a dor e a morte. Parece dois mundos muito diferentes e antagônicos, onde as perspectivas de futuro são uma caixinha de surpresa, uns com muito e outro com quase nada.

 

- Como construir uma nova geração?

 

Ao ler o capitulo doze do livro de Neemias, trago a você o destaque sobre a menção de crianças na celebração. Toda festa do povo de Deus é uma belíssima oportunidade de adoração. Os muros estavam prontos, não era apenas uma edificação, era a prova da fidelidade de Deus.

 

Os inimigos tentaram atrapalhar, tentaram se infiltrar trazendo desanimo, fizeram fofocas e agora testemunham a fidelidade do Senhor para com seu povo. É festa, é celebração, é culto com ofertas voluntárias, é restauração e momento de sacrifício.

 

- Você consegue imaginar as crianças participando de tudo isso?

 

A Bíblia traz exemplos diversos de fé e da adoração das crianças, não podemos nos esquecer das orientações bíblicas sobre a necessidade de ensinar sobre Deus aos meninos e meninas, eles irão crescer tendo uma vida de intimidade com o Senhor. Não podemos negligenciar com a fé e a espiritualidade das crianças.

 

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. (Deuteronômio 6.6,7 NVI)

 

Alguns conselhos posso te dar, pois já usufruo da velhice:

- Invista na vida espiritual das crianças;

- Tenha uma rotina de leitura bíblica com seus filhos;

- Crie o habito de cultuar a Deus junto com seus filhos; e

- Faça parte de uma congregação que valorize e se importe com as crianças.

 

Jesus ensinou a seus discípulos, e parece que alguns líderes do nosso tempo não aprenderam:

 Depois trouxeram crianças a Jesus, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos os repreendiam. Então disse Jesus: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". (Mateus 19.13,14 NVI)

Nesse mês quando no Brasil comemoramos o dia das crianças, vamos levá-los para festa, mas uma festa de verdade, numa festa que seja um culto onde elas possam ser abençoadas, e que se possa orar por elas e que sejam ensinadas a adorar o Rei dos reis.

 

Que a energia, a vitalidade, a sinceridade e a honestidade de uma criança sejam contagiantes na sua vida.

 

A crianças estão em toda a parte, é nosso compromisso trata-las com respeito, amor e dignidade!

 

Não se esqueça:

- Em todo adulto existe uma criança adormecida, acorde-a!

 

Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles. (Provérbios 22.6 NVI)

 

 

Abraço,

 

Cláudio Eduardo – pastor

 

 

No dia 12 de outubro, dia das crianças no Brasil, lembre que o melhor presente para muitas crianças é um abraço, é ser ouvida, é ser tratada com amor e dignidade!


segunda-feira, 7 de outubro de 2024

NÃO BASTA SER, É PRECISO SE COMPROMETER! IT'S NOT ENOUGH TO BE, YOU NEED TO COMMIT

 

NÃO BASTA SER, É PRECISO SE COMPROMETER!

IT'S NOT ENOUGH TO BE, YOU NEED TO COMMIT



“O povo abençoou todos os homens que se apresentaram voluntariamente para morar em Jerusalém”. (Neemias 11.2 NVI)

 

Compromisso é algo extraordinário, ser comprometido com uma causa ou uma crença é viver intensamente por ela. No ambiente de trabalho, na pesquisa acadêmica, na congregação religiosa ou no contexto familiar é muito fácil distinguir quem é comprometido.

 

Comprometimento está intimamente relacionado com fidelidade, companheirismo, empatia e altruísmo. Os comprometidos, muitas vezes, pagam um preço alto pela verdade!

 

Estamos em Jerusalém, a cidade foi totalmente destruída, ficaram alguns miseráveis, era símbolo de desolação. Não se pode permitir que o símbolo de imponência da descendência de Judá vire um monte de monturo e sua história seja apagada. É preciso reconstruir!

 

A promessa de Deus é verdadeira, mesmo passado tanto tempo, alguns homens recebem do Senhor a ordem de voltar a Jerusalém, o trabalho será duro, enfrentarão inimigos, precisaram escolher entre o status do conforto ou irem ao campo de batalha. Alguns se estabilizaram no meio de seus opressores, fizeram amigos, constituíram família, montaram seus negócios, fica a pergunta:

- Como deixar tudo para trás?  

 

Deus convida pessoas a se juntarem a Ele numa grande missão!

 

A restauração da cidade começa com o Templo, é preciso restaurar a intimidade e o culto ao Senhor. Os alicerces foram lançados, os recursos foram chegando, pessoas se juntaram para que a glória do Senhor se manifestasse naquele lugar. "A glória deste novo templo será maior do que a do antigo", diz o Senhor dos Exércitos. "E neste lugar estabelecerei a paz", declara o Senhor dos Exércitos”. (Ageu 2.9 NVI)

 

Imagine o templo no meio de uma cidade desolada. Um destaque nada bonito. É preciso restaurar a cidade. Quem gostaria de morar junto do perigo?

 

As muralhas são restauradas, o povo de Deus precisa se sentir protegido, a dignidade e a autoestima precisam ser novamente vividas. Afinal de contas é o povo de Deus.

 

O convite é feito:

- Quem quer morar em Jerusalém?

 

Só podem morar na cidade quem é do povo de Deus e está comprometido com sua reconstrução. Ninguém é obrigado! Teremos muito trabalho! É preciso ser voluntário! Não pode desistir!

 

Não basta ser cristão, é preciso viver como filhos e filhas de Deus!

 

Estamos dispostos a voluntariamente morarmos em “Jerusalém”?

 

Onde Jerusalém significa sairmos da zona de conforto, estarmos comprometidos com a verdade, trabalharmos muito em prol dos outros, carregarmos o nome da família com coragem e ousadia. Somos pertencentes a família de Deus, estamos nesse mundo para mostrarmos que servir a Deus é muito mais que semanalmente nos reunirmos como congregação.

 

Já temos a passagem para a Jerusalém celestial, mas é aqui nesse mundo que temos que fazer diferença!

 

“Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus”. (2 Coríntios 5.20 NVI)

 

 

Abraço,

 

Cláudio Eduardo - pastor

sábado, 5 de outubro de 2024

NÃO PODEMOS DESISTIR! ... ... WE CANNOT GIVE UP!

 


NÃO PODEMOS DESISTIR!

WE CANNOT GIVE UP!

 

“Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos. Porque se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? Esta salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram”.          

(Hebreus 2:1-3 NVI)

 

 

No próximo dia 31 de outubro de 2024 comemoraremos os 507 anos da Reforma Protestante, na cidade de Wittemberg, na Alemanha, um homem incomodado com os desmandos da igreja como instituição e a comercialização da fé, seguindo a tradição da época, afixou 95 teses na porta da Igreja daquela cidade. Martinho Lutero, foi o porta voz de todos aqueles que buscavam na Palavra de Deus o caminho que a Igreja havia se desviado. Poderíamos afirmar que a intenção de Lutero não era uma cisão da Igreja, mas sim uma mudança resgatando os valores da Bíblia, Palavra de Deus.

 

Ressaltamos milhares de pessoas anônimas que lutaram pela preservação e fidelidade da Palavra de Deus.  Como é triste olharmos nos nossos dias pessoas que se dizem cristãos não conhecerem e consequentemente não valorizarem os que os antecederam.  João Calvino (1509 – 1564), Philipp Melanchthon (1497 – 1560), Ulrico Zuínglio (1484 – 1531), Thomas Müntzer (1489 – 1525), Martin Bucer (1491 – 1551), Johannes Brenz (1499 – 1570), Jan Hus (1369 – 1415) e Johannes Bugenhagen (1485 – 1558); são alguns dos nomes de homens que se juntaram para fazer com que a igreja voltasse para os princípios do Evangelho. Precisamos ter respeito pela história!

 

Haviam pontos de discordância doutrinária entre eles, mas eram unanimes em que somente Cristo é a porta de acesso ao Pai, Ele é o único mediador entre Deus e os homens. “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,...” (1 Timóteo 2:5 NVI)

 

O movimento histórico que teve como marco 31 de outubro de 1517, não foi apenas um movimento religioso ou cristão, na realidade a Europa foi sacudida por mudanças nas relações comerciais, na valorização da pessoa humana, com o fim do absolutismo e no advento da democracia, as lutas de classes, a migração de uma sociedade feudal para uma sociedade urbana.

 

Erros houveram, e não foram poucos; errar é demonstração clara que somos humanos e falíveis; mas não podemos deixar de lembrar de homens e mulheres que mesmo com a expectativa de perseguição e até do martírio, permaneceram firmes na convicção de que serviam ao Deus imutável, e que a sua Palavra é viva e eficaz, independentemente de qualquer circunstância. É a Palavra que transforma homens e mulheres. Como é triste olharmos para traz e vermos que desde o tempo de Jesus, dos patriarcas e dos profetas homens se levantando para desvirtuar a Palavra do Deus Eterno.

 

    Sola Scriptura,

    Solus Christus,

    Sola Gratia,

    Sola Fide,  e

    Soli Deo Gloria;   

 

Somente a Escritura, Somente Cristo, Só a Graça, Só a Fé e Somente a Deus a Glória são os pilares do movimento reformador, muitas vezes estamos tão distantes dessas verdades.

 

No Evangelho de Marcos capítulo 15, observamos o julgamento, humilhação, crucificação e morte de Jesus, o Cristo. Quando leio essa passagem nos evangelhos, me pergunto:

- Me comportaria como os líderes religiosos daquela época?

- Meu comportamento seria como o povo que gritou Barrabás?

- Estaria disponível como Simão para carregar uma cruz que não era minha?

- Seria eu como o centurião que diante daquela macabra cena reconhece que Jesus é o filho de Deus?

 

Na minha imaginação, como se estivessem ouvindo nitidamente uma multidão gritando:

"Crucifica-o" (Marcos 15:13 NVI)

 

No mesmo instante me sobressai várias perguntas:

-  Cadê os discípulos de Jesus? Onde estão eles?

- Cadê a multidão que depois de uma excelente aula foi milagrosamente alimentada?

- Bartimeu, que gritava filho de Davi tenha misericórdia de mim, onde ele está?  Não ouço a sua voz!

- E os leprosos que foram limpos? A pessoas que foram libertas e curadas?

- Cadê a multidão que alguns dias antes proclamavam Hosanas ao que vem em nome do Senhor?

 

Diante de tudo isso, usando uma frase atribuída a Marthin Luther King, chamo a atenção ao nosso posicionamento diante das heresias e injustiças que nos cercam:

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons. ”

 

Julgar os personagens históricos é fácil, mas olhemos para as dificuldades que enfrentamos como povo de Deus, igreja de Cristo, em pleno século XXI:

 

*    Os reformadores combatiam a venda de bênçãos (indulgências), como é triste observarmos pessoas explorando e comercializando a fé e a ignorância do povo, distorcendo a verdade do evangelho vendendo bênçãos (prosperidade);

*    Os reformadores lutaram para que homens e mulheres tivessem acesso a Palavra de Deus (Somente as Escrituras) no seu próprio idioma, para muitos a Palavra de Deus está sendo colocada como algo secundário, temos a Bíblia disponível, facilidade de acesso a Palavra, mas estamos ocupados com tantas coisas que não temos tempo para estudar, meditar e viver a Palavra;

*    Os reformadores lutaram para que Cristo fosse o centro da vida Cristã, a único e completa razão do nosso acesso a Deus e da nossa Salvação, (somente Cristo) fico imaginando o que Jesus Cristo diria daqueles que estão criando “atalhos” ou “fardos” para a salvação;

*    Os reformadores afirmaram o sacerdócio universal de cada cristão, não existe mais distinção no meio do povo de Deus entre os cleros e leigos, entre os sacerdotes e o povo; “E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.” (Marcos 15:38 NVI) Como me preocupa líderes se colocando como sacerdotes poderosos e criando cortinas para atrapalhar o acesso do povo a presença de Deus.

 

Olhando para o Cristo na cruz observo uma multidão sem compromisso, massa de manobra de líderes inescrupulosos, que não sejamos massa de manobra, pelo contrário, sejamos estimulados a pensar, estudar e viver os princípios dos evangelhos.

 

Observo, ainda, um líder político sem compromisso com a justiça e a verdade, como o povo tem sofrido com pessoas dessa estirpe da condução do destino das nações. Pilatos é a personificação da liderança corrupta que pensa somente em si, sem comprometimento com a verdade, o importante é estar com boa imagem diante de Roma e não cumprindo com sua responsabilidade. "Que farei então com Jesus, chamado Cristo?” (Mateus 27:22 NVI)

 

 

 

Alguns consideram que precisamos de uma nova reforma, e quando penso em reforma vem à mente consertar o que está quebrado, deteriorado, desatualizado ou feio.

 

Na realidade o que precisamos é de um retorno a Palavra de Deus sem firulas ou relativismo. Precisamos enfatizar a chamada de todos os cristãos a sermos discípulos do Cristo ressurreto, olharmos para cruz, devemos ser comprometidos como as mulheres que acompanharam Jesus em todas as circunstancias até o final.

 

Na crucificação, além das dores físicas daquela tortura cruel, havia ainda os deboches, as humilhações e o peso dos nossos pecados.

 

Quem estava ali?

 

- A mãe de Jesus com algumas amigas, aprendemos que amizade é para todos os momentos, nas festas e no luto, nas alegrias e na tristeza.

- Um discípulo de Jesus, que corajosamente está ali acompanhando o Mestre e dando suporte a Maria (mãe de Jesus). João recebe a tarefa de cuidar dela, trata-la como mãe, respeitá-la.

- Os criminosos que estavam ali cumprindo a sentença a eles imposta, um que se arrepende e recebe a promessa da eternidade junto com Jesus e o outro que arrogantemente debocha e insulta o Mestre.

- Transeuntes e desocupados que vibram em ver a desgraça alheia.

- A guarda romana, responsável em tomar conta daquele lugar garantindo o cumprimento da sentença. Como é tremendo a declaração do comandante daqueles soldados:

“Quando o centurião que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado e viu como ele morreu, disse: "Realmente este homem era o Filho de Deus! "   (Marcos 15:39 NVI)

 

 

- O que falarmos do corajoso José de Arimatéia?

Os crucificados ficavam com seus corpos expostos aos abutres e os animais carniceiros, mesmo depois de morto a família não tinha direito a vivenciar o luto. José de Arimatéia não considera isso justo, era um homem bom e corajoso, o Mestre merecia dignidade, sua mãe e seus amigos poderiam cuidar do corpo. José de Arimatéia, membro de destaque do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.”  (Marcos 15:43 NVI) José de Arimatéia assume publicamente a sua simpatia por Jesus, o Evangelho de Mateus o trata como discípulo de Jesus (Mateus 27:57). Chegou a hora da verdade, não dá para ser somente simpatizante, é preciso mostrar comprometimento, foi isso que José de Arimatéia fez.

 

No primeiro domingo do mês de comemoração da Reformaconcluo com uma pergunta para nossa reflexão:

 

- Que tipo de Igreja estamos sendo?

 

Lembrando que igreja não é instituição, mas sim um organismo vivo, o corpo de Cristo aqui na terra constituído por pessoas como eu e você.

 

A Ele, o Deus Eterno, toda honra e toda glória!

 

 

Cláudio Eduardo - pastor

 


EU NÃO SEI... I DON'T KNOW

  EU NÃO SEI... I DON'T KNOW   “Perguntei ao anjo que falava comigo: "O que significa isto, meu senhor? "Ele disse: "...