sábado, 7 de novembro de 2020

É MUITO BOM! ...

 



É MUITO BOM! ...

 

 E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.

Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há. No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. (Gênesis 1:31 e 2:1,2 NVI)

 

Quem me conhece sabe como gosto de fazer diversos tipos de trabalhos, na minha juventude consertava carros e como era grande a satisfação quando ouvia o ronco do motor funcionando perfeitamente. Ganhava dinheiro me divertindo, cada carro era um grande desafio, e as pessoas que trabalhavam comigo sabiam que tinha hora para começar o serviço, e se dependesse de mim só parávamos quando o serviço estivesse concluído.

 

Tenho um amigo que trabalhava comigo e prestava a atenção no ritual para começar o serviço, as peças precisavam estar muito limpas, arrumava as ferramentas como se estivesse numa sala de cirurgia, não sentia fome ou sede, o importante era que o “paciente” voltasse a funcionar com perfeição.

 

Quando morei em Manaus aprendi a fazer moveis planejados em MDF, estudei sobre o assunto assistindo vídeos na internet, e sempre que alguém me perguntava o que eu era, respondia:

- Sou um artista que faz as suas obras em MDF e você usa da maneira que desejar!

 

Nunca repeti uma peça em MDF, e também não aceitava o projeto de outro artista, as vezes as pessoas passam por uma loja vê algo bonito e funcional e pede para alguém fazer igual, respondia:

- Você viu na loja? Então vai lá e compra!

 

A “obra de arte” pronta é a realização, mas não podemos perder a visão do processo. Imaginar, avaliar o espaço, fazer o projeto, adquirir o material e com as ferramentas apropriadas fazer acontecer. Eu gosto de misturar MDF, vidro e aço; sempre na busca da beleza. Como é maravilhoso entregar a “obra de arte” e ouvir:

- Ficou muito bom!

 

Antes de alguém dizer que “ficou muito bom”, eu no meu silencio já havia afirmado, o processo me ajudou a chegar no resultado. Se definimos um processo de excelência, tudo que fizermos será sempre muito bom. E não se esqueça que o seu melhor pode não ser o meu melhor, mas em tudo que estivermos fazendo devemos colocar o nosso melhor.

 

Há muitos anos, participando de uma dinâmica de grupo de um processo seletivo, falei uma das maiores besteiras da minha vida. A pergunta para ser debatida era:

- Se você fosse Deus que animal tiraria da terra?

 

Éramos em torno de dez jovens e adolescentes, ouvi nomes de animais com as referidas justificativas, e quando chegou a minha vez, eu na minha arrogância adolescente respondi:

- Se eu fosse Deus acabaria com o bicho homem, uma desgraça para o nosso planeta.

 

Houve um silencio assustador, a reunião foi encerrada, e eu fui reprovado por ser considerado antissocial. Passado mais de quarenta anos, quando releio o capítulo 1 do livro de Gênesis, esse fato vem a minha lembrança. Quantas bobagens pensamos, falamos e perdemos a oportunidade de contemplar e agradecer a beleza do mundo que Deus fez para que morássemos nele.

 

A pergunta que muitas vezes nos incomoda é:

- Quem é Deus?

 

Aproveitando a definição clássica, podemos afirmar que Deus é:

Espírito pessoal, perfeitamente bom, que, em Santo amor, cria, sustenta e dirige tudo”. (LANGSTON)

 

Então vamos agradecer ao Deus Criador pela ordem e a beleza da sua criação. Deus criou; você tem dúvidas sobre isso?

 

Não entraremos no mérito das discussões entre o livro de Gênesis e a ciência. Tratasse de uma questão de fé. E no tocante a fé, você crer ou não crer, não existe possibilidade para meio termo.    

 

Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos... Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível. (Hebreus 11:1-3 NVI)

 

Sou grato Deus porque Ele quando criou o universo com um propósito maior, o de haver seres além dos espirituais glorificando o seu nome, se relacionando e tendo intimidade com Ele.

 

Na minha imaginação vou ao caos que era a terra sem forma e vazia, e hoje comtemplo a beleza da criação num universo de cores e formas, inspiração para os mais belos quadros e esculturas, cada coisa no seu devido lugar e com a sua beleza singular.

 

Como um pai e uma mãe que estão à espera do nascimento do filho e preparam o enxoval para recebe-lo, cada coisa foi colocada no mundo para que o ser humano, homem e mulher, habitassem usufruindo de toda a criação e com intimidade com o Criador.

 

Somente os homens e as mulheres têm a imagem e a semelhança do Criador, um grande privilégio que traz consigo grande responsabilidade.

 

O pecado não retirou a imagem a semelhança de Deus em nós. O pecado distorceu, e desde então vivemos uma briga interior entre a vontade do pecado e a vontade de Deus. Como o apostolo Paulo nos ensina: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.” (Romanos 7:18,19 NVI)

 

Alguns usam o termo de coroa da criação para o ser humano, gosto de enfatizar que fomos criados e abençoados para sermos bênçãos, temos a missão de multiplicar e o poder de cuidar de toda a criação para a glória de Deus. Como é maravilhosa a visão que Davi tem da majestade de Deus e de quem somos nós:

Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus.
Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança.
Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste,
pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?
Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.
Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste:
Todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens,
as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares.
Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra
!    (Salmos 8 NVI)

 

Então, “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom”.

 

No tudo está toda a criação, estamos nós, com as nossas falhas que o pecado traz em nossas vidas, mas com o poder da reconciliação e regeneração que encontramos na cruz em Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo. (1 Pedro 1:3-5 NVI)

 

Foram seis dias colocando cada coisa no seu devido lugar, um momento de contemplação, está tudo muito bom!

 

Agora é hora de celebração, a criação está completa, vamos festejar!

 

Deus continua trabalhando na vida daqueles que permitem a sua ação, pois Ele nos deu a liberdade de fazermos as nossas escolhas e respondermos por nossas decisões.

 

É muito bom o Criador buscar intimidade e manifestar cuidado com a sua criação, comigo e com você!

 

Que não deixemos que nada tire o valor que Deus nos tem dado!

 

Abraço,

 

Conto muito com suas orações,

 

Cláudio Eduardo – Pastor

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A MORTE NÃO É O FIM! ...

 



A MORTE NÃO É O FIM! ...

 

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor.                 (1 Pedro 1:3,4 NVI)

 

Esse ano tem sido difícil, a morte está em todo lugar, o inimigo é desconhecido e invisível. Várias ações foram tomadas na busca de proteção, bloqueio total e confinamento com nome chique de Lockdown”, uso de mascaras, construção de hospitais provisórios, aumento no protocolo de higiene, e mesmo assim milhares e milhares de mortes.

 

Interessante a forma de negação que lidamos com a morte, mas é que não fomos criados para morrer, no projeto original do ser humano não havia a previsibilidade da finitude. Não me pergunte como seria isso, não sei, quando chegar na presença do Criador perguntarei.

 

Vivemos buscando desculpas para morte. Pode ser uma doença, um acidente, o resultado da violência urbana, guerra, o descaso ou a negligencia com a saúde pública, enquanto Jesus Cristo não voltar morreremos um dia e o que importa não é como morreremos, mas como estamos vivendo cada dia.

 

As pessoas que passaram por nós deixaram marcas, a saudade realmente é grande, as lembranças permanecem, no entanto, é preciso seguir em frente firmado na esperança.

 

A história nos mostra as várias formas das culturas lidarem com a morte, umas mumificavam seus mortos, outras construíam balsas nas quais cremavam seus mortos enquanto a balsa era lançada ao rio; houve lugares em que os homens mortos eram enterrados ou cremados com suas esposas vivas. Até hoje alguns recusam cremar seus mortos, enquanto que em outras culturas o cremar faz parte da despedida de seus mortos.

 

Não podemos nos esquecer que ser humano é ser integral, não dá para separar o corpo do espírito. Como alguém já dizia:

- Cormo sem espírito é defunto, espirito sem corpo é fantasma!

Como fantasma não existe, somos um todo; ou como o livro de Eclesiastes expressa bem sobre a realidade da morte:

“O pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu...” (Eclesiastes 12:7 NVI)

 

Em vários momentos históricos os cristãos são perseguidos de maneira direta ou institucional. Os primeiros cristãos foram perseguidos pelos próprios judeus, pelos gentios que muitas vezes viam sua religião ou seus negócios sendo ameaçados e pelo império romano que consideravam a nova religião uma ameaça e uma afronta ao poder do imperador.

 

A carta de 1 Pedro é escrita para orientar e fortalecer as igrejas a qual é direcionada. É preciso reafirmar que problemas sempre teremos, que iremos morrer um dia, que poderá ser através do martírio, mas confiamos na promessa e estamos firmados na viva esperança.

 

Em 1 Pedro 1 aprendemos que fomos regenerados pela misericórdia de Deus, ainda nesse mundo fomos transformados, o pecado não tem mais poder e nem domínio sobre nós, estamos caminhando para regeneração total que é o corpo de glória na eternidade. “... Ele nos regenerou para uma esperança viva por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos ...” (1 Pedro 1:3 NVI).

 

O preço ou a prova da regeneração é que a morte foi vencida, na cruz Jesus leva sobre si os nossos pecados, paga as nossas dívidas. A ressurreição de Cristo é a prova concreta de que se Ele ressuscitou, nós ressuscitaremos um dia.  Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram.” (1 Coríntios 15:19,20 NVI)

 

Então, lembre com carinho daqueles que passaram por nós e foram; e avalie que tipo de marcas você pretende deixar nesse mundo. Estamos de passagem, para aqueles que se foram é até breve, pois a vida é muito curta.

 

Citando o Salmo 103:15,16, o apóstolo Pedro retrata a brevidade da vida: “... toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor, ...”  (1 Pedro 1:24 NVI).

 

Como a relva aproveitemos o tempo de florescer (a vida), um dia virá o vento forte e desapareceremos desse mundo, daqui não levaremos nada.

 

Choremos os nossos mortos, vivamos o nosso luto, sintamos a dor da saudade, mas sem esquecer que Cristo é a nossa esperança!

 

A morte não é o fim, mas uma passagem para a eternidade!

 

Abraço,

 

Conto com suas orações,

 

Cláudio Eduardo - Pastor


domingo, 1 de novembro de 2020

QUEM VAI TIRAR A PEDRA?...

 



QUEM VAI TIRAR A PEDRA?...

 

“Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?"

(Marcos 16:3 NVI)

 

Problemas e dificuldades existem, são reais, nos incomodam, as vezes limitam as nossas ações, e infelizmente, muitas vezes deixamos que tenham ações limitadoras e impeditiva.

 

Segundo o Evangelho de Marcos, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, vão na manhã de domingo cuidar do corpo de Jesus. Não houve tempo para que o corpo fosse preparado, segundo o costume da época.

 

Elas ainda estavam traumatizadas com a crucificação, haviam estado com Jesus até o final, viram toda a humilhação que Ele sofreu, ouviram suas palavras pendurado na cruz, foram testemunhas do seu brado, acompanharam José de Arimatéia e sabiam onde o corpo do Senhor estava.

 

Usaram dos seus recursos para comprar o material necessário, seria doloroso, mas precisava ser feito!

 

Havia uma grande pedra na entrada do Sepulcro, eram três mulheres, o dia estava amanhecendo, elas não sabiam como seria, quem iria ajuda-las, mas continuaram em frente, tinham uma missão e iriam em frente.

 

Venho de uma formação em que o planejamento é essencial para o sucesso da missão, as reuniões de avaliações são importantíssimas, tudo precisa ser previsto, inclusive os possíveis contratempo. E na vida do cristão entendo que Deus espera de nós ordem, comprometimento e excelência.

 

Elas não sabiam o que as esperava, só tinham a visão do que precisavam fazer e da pedra. Talvez não lembrassem das palavras de Jesus, na qual Ele haveria de ressuscitar ao terceiro dia.

 

Como pode alguém andar com Jesus, vê o seu poder e seus milagres, ouvir seus ensinos e não dá crédito as suas palavras?

 

Em vários momentos o Mestre ensina a seus discípulos sobre o que aconteceria com Ele. Precisamos ter cuidado, pois é muito natural sermos seletivos no que guardamos. O que não queremos saber o ouvir jogamos no esquecimento, não valorizamos, desprezamos.

 

Mesmo não sendo a missão correta, ou procurando Jesus no lugar errado, vejo a coragem dessas mulheres como algo que tem faltado muitas vezes na vida da cristandade no decorrer da história. Elas usaram dos seus recursos financeiros (“... compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus.” - Marcos 16:1 NVI); focaram na missão (“... bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, ..” - Marcos 16:2 NVI); sabiam que teriam dificuldades para remover a pedra, mas não se intimidaram                (... perguntando umas às outras: "Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro? " - Marcos 16:2 NVI).

 

Onde estavam os onze discípulos de Jesus?

 

É, muitas vezes, mais fácil desistir do que olhar para frente e encontrar alternativas para vencer os desafios, quem sabe, se não conseguimos sozinhos, vamos pedir ajuda, precisamos uns dos outros, já dizia alguém:

- Juntos somos mais fortes e chegamos mais longe!

 

A vezes nos revestimos de nossa arrogância e não conseguimos perceber o agir poderoso de Deus a nossa volta. Lázaro ressuscitou, os discípulos estavam com Jesus, então a ressurreição não seria um fato inédito, pelo contrário, Lázaro não foi o único que Jesus ressuscitou, mas o peso da frustração e da experiência negativa foram mais fortes do que toda a construção de Jesus em suas vidas.

 

Outro perigo é a forma de valoração que damos as pessoas, damos credibilidade a uns em detrimento de outras pessoas. Segundo o Evangelho de Marcos, Maria Madalena informa aos discípulos que havia estado com o Cristo ressurreto, eles ignoraram, não acreditaram. Afinal de contas, quem eram Maria Madalena?

 

Maria Madalena era mulher, uma mulher que foi possessa por vários demônios, e a tradição não dava credibilidade as mulheres, muito menos a alguém que durante muitos anos foi atormentada.

 

Os discípulos estavam dominados pela tristeza, e não consideravam outras possibilidades, estavam de volta a mediocridade de suas vidas, Jesus se foi, é hora de rever o curso que daremos a nossa vida; creio que pensavam eles.

 

Como, muitas vezes, temos sido incrédulos diante do poder de Deus.

 

Finalizando, a missão das mulheres era embalsamar o corpo de Jesus, planejaram sair logo ao amanhecer, não se intimidaram com a “pedra”, foram surpreendidas, tiveram medo, creio que muito medo; e se tornaram as primeiras a ouvirem uma voz angelical afirmar: "Não tenham medo", disse ele. "Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto.

(Marcos 16:6 NVI)

 

As mulheres foram em busca de um corpo inerte e morto e encontraram com o Cristo vivo.

 

- Como estamos hoje?

 

- Onde estamos procurando Jesus?

 

- O que o Cristo ressurreto está fazendo em nós e através de nós?

 

Concluo com as palavras de Pedro, que dominado pelo medo negou Cristo, mas que se deixou ser usado com ousadia e coragem a partir da restauração da intimidade com o Mestre.

 

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo. (1 Pedro 1:3-5 NVI)

 

Que o Senhor nos restaure a cada dia e nos dê coragem para enfrentarmos as “pedras” do dia a dia!

 

Abraço,

 

Conto com suas orações,

 

Cláudio Eduardo – Pastor

 

 

sábado, 31 de outubro de 2020

NÃO VIVO DO PASSADO! tenho respeito pela história! (31 de outubro de 2020 – 503 anos da Reforma Protestante)

NÃO VIVO DO PASSADO!

tenho respeito  pela história!

(31 de outubro de 2020 – 503 anos da Reforma Protestante)

 

Quando o centurião que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado e viu como ele morreu, disse: "Realmente este homem era o Filho de Deus! "   (Marcos 15:39 NVI)

 

Há 503 anos, na cidade de Wittemberg, na Alemanha, um homem incomodado com os desmandos da igreja como instituição, seguindo a tradição da época, afixou 95 teses na porta da Igreja daquela cidade. Martinho Lutero, foi o porta voz de todos aqueles que buscavam na Palavra de Deus o caminho que a Igreja havia se desviado.

 

Não podemos nos esquecer de milhares de pessoas anônimas que lutaram pela preservação e fidelidade da Palavra de Deus.  Como é triste olharmos nos nossos dias pessoas que não valorizam os que o antecederam.  João Calvino (1509 – 1564), Philipp Melanchthon (1497 – 1560), Ulrico Zuínglio (1484 – 1531), Thomas Müntzer (1489 – 1525), Martin Bucer (1491 – 1551), Johannes Brenz (1499 – 1570), Jan Hus (1369 – 1415) e Johannes Bugenhagen (1485 – 1558); são alguns dos nomes de homens que se juntaram para fazer com que a igreja voltasse para os princípios do Evangelho.

 

Haviam pontos de discordância doutrinária, mas eram unanimes em que somente Cristo é a porta de nosso acesso ao Pai, Ele é o único mediador entre Deus e os homens. “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,...” (1 Timóteo 2:5 NVI)

 

O movimento histórico que teve como marco 31 de outubro de 1517, não foi apenas um movimento religioso ou cristão, na realidade a Europa foi sacudida por mudanças nas relações comerciais, na valorização da pessoa humana, com o fim do absolutismo e no advento da democracia, as lutas de classes, a migração de uma sociedade feudal para uma sociedade urbana.

 

Erros houveram, e não foram poucos; errar é demonstração clara que somos humanos e falíveis; mas não podemos deixar de lembrar de homens e mulheres que mesmo com a expectativa de perseguição e até do martírio, permaneceram firmes na convicção de que serviam ao Deus imutável, e que a sua Palavra é viva e eficaz independentemente de qualquer circunstância. É a Palavra que transforma homens e mulheres, mas como é triste olharmos para traz e vermos que desde o tempo de Jesus, dos patriarcas e dos profetas homens se levantando para desvirtuar a Palavra do Deus eterno.

 

*    Sola Scriptura,

*    Solus Christus,

*    Sola Gratia,

*    Sola Fide,  e

*    Soli Deo Gloria;   

 

Somente a Escritura, Somente Cristo, Só a Graça, Só a Fé e Somente a Deus a Glória são os pilares do movimento reformador, muitas vezes estamos tão distantes dessas verdades.

 

No Evangelho de Marcos capítulo 15, observamos o julgamento, humilhação, crucificação e morte de Jesus, o Cristo. Quando leio essa passagem nos evangelhos, me pergunto:

- Me comportaria como os líderes religiosos daquela época?

- Meu comportamento seria como o povo que gritou Barrabás?

- Estaria disponível como Simão para carregar uma cruz que não era minha?

- Seria eu como o centurião que diante daquela macabra cena reconhece que Jesus é o filho de Deus?

 

Ainda vem a minha mente, como se audivelmente, a multidão gritando:

- "Crucifica-o" (Marcos 15:13 NVI)

 

No mesmo instante me sobressai várias perguntas:

-  Cadê os discípulos de Jesus? Onde estão eles?

- Cadê a multidão que depois de uma excelente aula foi alimentada?

- Bartimeu, que gritava filho de Davi tenha misericórdia de mim, não ouço a sua voz?

- E os leprosos que foram limpos? A pessoas que foram libertas e curadas?

- Cadê a multidão que alguns dias antes proclamavam Hosanas ao que vem em nome do Senhor?

 

Diante de tudo isso, usando uma frase atribuída a Marthin Luther King, chamo a atenção ao nosso posicionamento diante das heresias e injustiças que nos cercam:

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons.”

 

Julgar os personagens históricos é fácil, mas olhemos para as dificuldades que enfrentamos como povo de Deus, igreja de Cristo, em pleno século XXI:

 

*    Os reformadores combatiam a venda de bênçãos (indulgências), como é triste observarmos pessoas explorando a fé e a ignorância do povo distorcendo a verdade do evangelho vendendo bênçãos (prosperidade);

*    Os reformadores lutaram para que homens e mulheres tivessem acesso a Palavra de Deus (Somente as Escrituras) no seu próprio idioma, para muitos a Palavra de Deus está sendo colocada como algo secundário, temos a Bíblia disponível, facilidade de acesso a Palavra, mas estamos ocupados com tantas coisas que não temos tempo para estudar, meditar e viver a Palavra;

*    Os reformadores lutaram para que Cristo fosse o centro da vida Cristã, a único e completa razão do nosso acesso a Deus e da nossa Salvação, (somente Cristo) fico imaginando o que Jesus Cristo diria daqueles que estão criando “atalhos” ou “fardos” para a salvação;

*     Os reformadores afirmaram o sacerdócio universal de cada cristão, não existe mas distinção no meio do povo de Deus entre os cleros e leigos, entre os sacerdotes e o povo; “E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. (Marcos 15:38 NVI) Como me preocupa líderes se colocando como sacerdotes poderosos e criando cortinas para atrapalhar o acesso do povo a presença de Deus.

 

Olhando para o Cristo na cruz observo uma multidão sem compromisso, massa de manobra de líderes inescrupulosos, que não sejamos massa de manobra, pelo contrário, sejamos estimulados a pensar, estudar e viver os princípios dos evangelhos.

 

Observo, ainda, um líder político sem compromisso com a justiça e a verdade, como o povo tem sofrido com pessoas dessa estirpe da condução do destino das nações. Pilatos é a personificação da liderança corrupta que pensa somente em si, sem comprometimento com a verdade, o importante é estar com boa imagem diante de Roma.

 

Alguns consideram que precisamos de uma nova reforma, e quando penso em reforma vem a mente consertar o que está quebrado, deteriorado, desatualizado ou feio.

 

Na realidade o que precisamos é de um retorno a Palavra de Deus sem firulas ou relativismo. Precisamos enfatizar a chamada de todos os cristãos à sermos discípulos do Cristo ressurreto. Olharmos para cruz, devemos ser comprometidos como as mulheres que acompanharam Jesus em todas as circunstancias até o final.

 

- O que fala do corajoso José de Arimatéia?

Jesus em sua morte é tratado por ele com dignidade. José de Arimatéia, membro de destaque do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. (Marcos 15:43 NVI)

 

José de Arimatéia com coragem assume publicamente a sua simpatia por Jesus, o Evangelho de Mateus o trata como discípulo de Jesus (Mateus 27:57). Chegou a hora da verdade, não dá para ser somente simpatizante, é preciso mostrar comprometimento, foi isso que José de Arimatéia fez.

 

No dia de comemoração da Reforma, concluo com uma pergunta para nossa reflexão:

- Que tipo de Igreja estamos sendo?

 

Lembrando que igreja não é instituição, mas sim o corpo de Cristo aqui na terra, constituído por pessoas como eu e você.

 

Abraço,

 

Conto com suas orações,

 

Cláudio Eduardo – Pastor

 

Observação:

Não tive preocupação em discorrer sobre o fato histórico em si, mas escrever sobre minhas percepções pessoais a respeito do questionamento feito por Pilatos à multidão e que tipo de resposta estamos dando:

- "Que farei então com Jesus, chamado Cristo?” (Mateus 27:22 NVI)

RENOVANDO A ESPERANÇA! - RENEWING HOPE!

  RENOVANDO A ESPERANÇA!   Certamente você tem acompanhado a situação triste que o mundo vem passando, uma crise ética, moral e espiritu...