PROCURA-SE ...
(UM CURRÍCULO DE
FAZER “INVEJA”)
Eu, Paulo, servo de Deus e apóstolo de
Jesus Cristo, escrevo esta carta. Eu fui escolhido e mandado para ajudar a
tornar mais forte a fé que o povo de Deus tem e para fazer com que eles
conheçam a verdade ensinada pela nossa religião, que se baseia na esperança de
recebermos a vida eterna. Deus, que não mente, nos prometeu essa vida, antes da
criação do mundo, e no tempo certo ele a revelou na sua mensagem. Essa mensagem
foi entregue a mim, e eu a anuncio por ordem de Deus, o nosso Salvador. (Tito
1:1-3 NTLH)
Estamos vivendo um
tempo em que o valor do ser humano está no que ele representa, e não no que ele
verdadeiramente é. É verdade que exercemos papeis diferentes. No meu caso no
contexto familiar sou filho, irmão, primo, sobrinho, tio, marido, pai, avô. No
contexto profissional sou colega, sou subordinado ou chefe. No dia-a-dia sou
cliente, em alguns momentos prestador de serviço, sou cidadão com direitos e
deveres.
Em uma certa ocasião,
numa reunião acalorada, alguém virá para mim e pergunta:
- Quem é você?
Respondo com toda
tranquilidade:
- Eu sou Cláudio,
marido, pai e avô!
Pode parecer um pouco debochada
a minha resposta, mas coloco a família na ordem de prioridade de qualquer
pessoa em segundo lugar. Não falo do aspecto de idolatrar a família, mas sim
dedicar amor, tempo, energia. É sentir alegria, felicidade, prazer em estar em família,
ou melhor, sentir gratidão em ser família.
Você pode perguntar:
- Porque a família em
segundo? O que ou quem está em primeiro?
Nas minhas prioridades
Deus vem sempre em primeiro lugar. Não estou falando de religião ou igreja, me
refiro a um relacionamento de intimidade e plena obediência. Falo na obediência
sem duvidar, refiro-me a um relacionamento de confiança que em amor me submeto
a vontade dele em detrimento da minha.
Não é fácil se deixar
ser guiado por Deus, estamos a todo tempo querendo nos rebelar, isso mesmo,
vivemos numa atitude constante de rebeldia. Estava observando o currículo que
Paulo tinha antes da experiência verdadeira com Deus, em Cristo Jesus, e o currículo
que ele passou a ter, convido você a fazer essa caminhada comigo, vamos!
Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou
israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à
prática da lei, eu era fariseu. E era tão fanático, que persegui a Igreja.
Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém
podia me acusar de nada. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim;
mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor. E não
somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com
aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o
meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a
Cristo. (Filipenses 3:5,6 NTLH)
Interessante, Paulo
tinha status social, dinheiro e prestigio; ele era uma pessoa religiosa e com
uma grande capacidade de liderança. Sua influência era enorme, ele tinha tudo
para ser um dos doutores da Lei.
O encontro extraordinário
com Jesus Cristo leva Paulo a uma mudança radical de vida, ele passa a se ver
de maneira diferente, e consequentemente a ver o mundo a sua volta com um olhar
de amor. Existem pessoas que passam toda a vida na busca de um milagre, o
verdadeiro milagre começa a acontecer quando corajosamente mudamos os nossos
valores e princípios. Deixamos de lado a nossa vontade para vivermos a vontade
de Deus.
Eu, Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo,
escrevo esta carta. (Tito 1.1 NTLH)
Nas saudações de suas
cartas e nas apresentações de sua defesa, Paulo, agora, deixa de lado o seu currículo
acadêmico e familiar e se apresenta como “δουλος” que na tradução literal é escravo. A pessoa
escravizada não tem vontade, não tem salário, não tem férias, não aposentadoria,
está disponível a seu senhor vinte quatro horas por dia, todos os dias do ano.
O escravo não tem uma
vida que seja sua, ou seja, a sua vida é do seu senhor. É duro pensar que na
história da humanidade um ser humano perdia a sua liberdade e era transformado
em propriedade de outro. A escravidão é o fato mais desumano que possamos
imaginar, um crime, uma afronta contra Deus.
Paulo usa essa palavra
para definir o seu relacionamento de subordinação e serviço com Deus, e como ela
traz em seu bojo sentido negativo e desumano, a traduzimos por servo, e no
contexto cristão ela vem perdendo a essência do seu significado.
No meu relacionamento
com Deus eu sei quem manda, e tenho consciência de que a vontade Dele é o
melhor para mim. Aprendi e continuo aprendendo a cada dia a ser diferente e a
olhar o mundo com o olhar do Criador.
Onde quer que eu
esteja, em qualquer que seja a circunstância, sou servo de Deus, enviado num
mundo perdido em seus pecados para anunciar a mensagem preciosa e poderosa do
Evangelho.
Hoje podemos decidi o
que queremos ser, e o nosso status não é apenas de servo, somos filhos e
filhas, Deus é fiel e nos promete vivermos com Ele para toda a eternidade!
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome,
deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por
descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum
homem, mas nasceram de Deus. (João
1:12,13 NVI)
Que o meu e o seu currículo
seja sempre digno do Deus a quem sirvo, do Pai que por adoção me deu o
privilégio de ser seu filho.
A Ele, o Deus Eterno,
toda honra e toda glória!
Cláudio Eduardo - pastor