quinta-feira, 26 de outubro de 2023

NÃO PODEMOS NEGLIGÊNCIAR! (Tenho respeito pela história!) (31 de outubro de 2023 – 506 anos da Reforma Protestante)

 


NÃO PODEMOS NEGLIGÊNCIAR!

(Tenho respeito pela história!)

(31 de outubro de 2023 – 506 anos da Reforma Protestante)

 

“Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos. Porque se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, ³ como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? Esta salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram.          (Hebreus 2:1-3 NVI)

 

Em 31 de outubro comemoramos os 506 anos da Reforma Protestante, na cidade de Wittemberg, na Alemanhaum homem incomodado com os desmandos da igreja como instituição e a comercialização da fé, seguindo a tradição da época, afixou 95 teses na porta da Igreja daquela cidade. Martinho Lutero, foi o porta voz de todos aqueles que buscavam na Palavra de Deus o caminho que a Igreja havia se desviado. Poderíamos afirmar que a intenção de Lutero não era uma cisão da Igreja, mas sim uma mudança resgatando os valores da Bíblia, Palavra de Deus.

 

Ressaltamos milhares de pessoas anônimas que lutaram pela preservação e fidelidade da Palavra de Deus.  Como é triste olharmos nos nossos dias pessoas que se dizem cristãos não conhecerem e consequentemente não valorizarem os que os antecederam.  João Calvino (1509 – 1564), Philipp Melanchthon (1497 – 1560), Ulrico Zuínglio (1484 – 1531), Thomas Müntzer (1489 – 1525), Martin Bucer (1491 – 1551), Johannes Brenz (1499 – 1570), Jan Hus (1369 – 1415) e Johannes Bugenhagen (1485 – 1558); são alguns dos nomes de homens que se juntaram para fazer com que a igreja voltasse para os princípios do Evangelho.

 

Haviam pontos de discordância doutrinária entre eles, mas eram unanimes em que somente Cristo é a porta de acesso ao Pai, Ele é o único mediador entre Deus e os homens. “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,...” (1 Timóteo 2:5 NVI)

 

O movimento histórico que teve como marco 31 de outubro de 1517, não foi apenas um movimento religioso ou cristão, na realidade a Europa foi sacudida por mudanças nas relações comerciais, na valorização da pessoa humana, com o fim do absolutismo e no advento da democracia, as lutas de classes, a migração de uma sociedade feudal para uma sociedade urbana.

 

Erros houveram, e não foram poucos; errar é demonstração clara que somos humanos e falíveis; mas não podemos deixar de lembrar de homens e mulheres que mesmo com a expectativa de perseguição e até do martírio, permaneceram firmes na convicção de que serviam ao Deus imutável, e que a sua Palavra é viva e eficaz, independentemente de qualquer circunstância. É a Palavra que transforma homens e mulheres. Como é triste olharmos para traz e vermos que desde o tempo de Jesus, dos patriarcas e dos profetas homens se levantando para desvirtuar a Palavra do Deus Eterno.

 

    Sola Scriptura,

    Solus Christus,

    Sola Gratia,

    Sola Fide,  e

    Soli Deo Gloria;   

 

Somente a Escritura, Somente Cristo, Só a Graça, Só a Fé e Somente a Deus a Glória são os pilares do movimento reformador, muitas vezes estamos tão distantes dessas verdades.

 

No Evangelho de Marcos capítulo 15, observamos o julgamento, humilhação, crucificação e morte de Jesus, o Cristo. Quando leio essa passagem nos evangelhos, me pergunto:

- Me comportaria como os líderes religiosos daquela época?

- Meu comportamento seria como o povo que gritou Barrabás?

- Estaria disponível como Simão para carregar uma cruz que não era minha?

- Seria eu como o centurião que diante daquela macabra cena reconhece que Jesus é o filho de Deus?

 

Ainda vem a minha mente, como se audivelmente, a multidão gritando:

"Crucifica-o" (Marcos 15:13 NVI)

 

No mesmo instante me sobressai várias perguntas:

-  Cadê os discípulos de Jesus? Onde estão eles?

- Cadê a multidão que depois de uma excelente aula foi alimentada?

- Bartimeu, que gritava filho de Davi tenha misericórdia de mim, não ouço a sua voz?

- E os leprosos que foram limpos? A pessoas que foram libertas e curadas?

- Cadê a multidão que alguns dias antes proclamavam Hosanas ao que vem em nome do Senhor?

 

Diante de tudo isso, usando uma frase atribuída a Marthin Luther King, chamo a atenção ao nosso posicionamento diante das heresias e injustiças que nos cercam:

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons. ”

 

Julgar os personagens históricos é fácil, mas olhemos para as dificuldades que enfrentamos como povo de Deus, igreja de Cristo, em pleno século XXI:

 

    Os reformadores combatiam a venda de bênçãos (indulgências), como é triste observarmos pessoas explorando e comercializando a fé e a ignorância do povo, distorcendo a verdade do evangelho vendendo bênçãos (prosperidade);

    Os reformadores lutaram para que homens e mulheres tivessem acesso a Palavra de Deus (Somente as Escrituras) no seu próprio idioma, para muitos a Palavra de Deus está sendo colocada como algo secundário, temos a Bíblia disponível, facilidade de acesso a Palavra, mas estamos ocupados com tantas coisas que não temos tempo para estudar, meditar e viver a Palavra;

    Os reformadores lutaram para que Cristo fosse o centro da vida Cristã, a único e completa razão do nosso acesso a Deus e da nossa Salvação, (somente Cristo) fico imaginando o que Jesus Cristo diria daqueles que estão criando “atalhos” ou “fardos” para a salvação;

     Os reformadores afirmaram o sacerdócio universal de cada cristão, não existe mas distinção no meio do povo de Deus entre os cleros e leigos, entre os sacerdotes e o povo; “E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. (Marcos 15:38 NVI) Como me preocupa líderes se colocando como sacerdotes poderosos e criando cortinas para atrapalhar o acesso do povo a presença de Deus.

 

Olhando para o Cristo na cruz observo uma multidão sem compromisso, massa de manobra de líderes inescrupulosos, que não sejamos massa de manobra, pelo contrário, sejamos estimulados a pensar, estudar e viver os princípios dos evangelhos.

 

Observo, ainda, um líder político sem compromisso com a justiça e a verdade, como o povo tem sofrido com pessoas dessa estirpe da condução do destino das nações. Pilatos é a personificação da liderança corrupta que pensa somente em si, sem comprometimento com a verdade, o importante é estar com boa imagem diante de Roma e não cumprindo com sua responsabilidade. "Que farei então com Jesus, chamado Cristo?” (Mateus 27:22 NVI)

 

 

 

Alguns consideram que precisamos de uma nova reforma, e quando penso em reforma vem à mente consertar o que está quebrado, deteriorado, desatualizado ou feio.

 

Na realidade o que precisamos é de um retorno a Palavra de Deus sem firulas ou relativismo. Precisamos enfatizar a chamada de todos os cristãos à sermos discípulos do Cristo ressurreto. Olharmos para cruz, devemos ser comprometidos como as mulheres que acompanharam Jesus em todas as circunstancias até o final.

 

Na crucificação, além das dores físicas daquela tortura cruel, havia ainda os deboches, as humilhações e o peso dos nossos pecados.

Quem estava ali?

- A mãe de Jesus com algumas amigas, aprendemos que amizade é para todos os momentos, nas festas e no luto, nas alegrias e na tristeza.

- Um discípulo de Jesus, que corajosamente está ali acompanhando o Mestre e dando suporte a Maria (mãe de Jesus). João recebe a tarefa de cuidar dela, trata-la como mãe, respeitá-la.

- Os criminosos que estavam ali cumprindo a sentença a eles imposta, um que se arrepende e recebe a promessa da eternidade junto com Jesus e o outro que arrogantemente debocha e insulta o Mestre.

- Transeuntes e desocupados que vibram em ver a desgraça alheia.

- A guarda romana, responsável em tomar conta daquele lugar garantindo o cumprimento da sentença. Como é tremendo a declaração do comandante daqueles soldados:

“Quando o centurião que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado e viu como ele morreu, disse: "Realmente este homem era o Filho de Deus! "   (Marcos 15:39 NVI)

 

 

- O que falarmos do corajoso José de Arimatéia?

Os crucificados ficavam com seus corpos expostos aos abutres e os animais carniceiros, mesmo depois de morto a família não tinha direito a vivenciar o luto. José de Arimatéia não considera isso justo, era um homem bom e corajoso, o Mestre merecia dignidade, sua mãe e seus amigos poderiam cuidar do corpo. José de Arimatéia, membro de destaque do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.”  (Marcos 15:43 NVI) José de Arimatéia assume publicamente a sua simpatia por Jesus, o Evangelho de Mateus o trata como discípulo de Jesus (Mateus 27:57). Chegou a hora da verdade, não dá para ser somente simpatizante, é preciso mostrar comprometimento, foi isso que José de Arimatéia fez.

 

No semana que antecede a comemoração da  Reforma, concluo com uma pergunta para nossa reflexão:

- Que tipo de Igreja estamos sendo?

 

Lembrando que igreja não é instituição, mas sim um organismo vivo, o corpo de Cristo aqui na terra constituído por pessoas como eu e você.

 

A Ele, o Deus Eterno, toda honra e toda glória!

 

 

Cláudio Eduardo - pastor

terça-feira, 24 de outubro de 2023

COMO VOCÊ É RECONHECIDO? (OS DIVERSOS NOMES DOS SEGUIDORES DE JESUS)


 

COMO VOCÊ É RECONHECIDO?

(OS DIVERSOS NOMES DOS SEGUIDORES DE JESUS)

 

“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos”. (Atos 11:26 NVI)

 

Diante da sociedade podemos ser reconhecidos de várias maneiras diferentes. Como exemplo cito que numa relação comercial podemos ser o cliente ou o prestador de serviço, se torço por um determinado time de futebol quando visto sua camisa sou identificado com aquele time, pode ser pela profissão que exerço ou pela causa que eu venha a defender.

 

No contexto brasileiro a palavra “apelido” significa a maneira como sou denominado devido a alguma característica física ou de comportamento, e passo então a ser reconhecido. Alguns apelidos podem ser uma forma carinhosa para se referir a alguém, outro nem tanto; alguns podem ser relativo a profissão (padeiro, marceneiro, pedreiro, doutor, mestre) e outros podem ser relativos a xenofobia ou o bairrismo tão comum em algumas regiões. Eu prefiro usar o nome da pessoa, acredito trazer mais dignidade.

 

Conheci pessoas que me chamavam de pastor, conversavam comigo, e nunca se deram ao trabalho de perguntar o meu nome, muito triste. O seu nome é um presente dado por seus pais e você irá carrega-lo para sempre, pois na lapide do seu tumulo estará o seu nome. Os títulos que venhamos a acrescentar em nossa carreira nunca expressarão a nossa individualidade. Você o que significou para os seus pais o nome escolhido para você?

 

Se você é cristão, não venha com o discurso de que não me interessa o que pensam de mim; ou não tenho satisfação nenhuma a dar a ninguém; quem sabe a que muitos usam, o meu relacionamento é com Deus, só a ele devo satisfação. A coisa não é bem assim!

 

Jesus, o Cristo, nos ensina sobre a importância do nosso testemunho, o nosso exemplo fala mais alto do que qualquer discurso. Quando falo de exemplo estou me referindo em todos lugares e independente das circunstâncias, na família, na escola, no trabalho, na igreja, no dia-a-dia, entre colegas e amigos, diante dos desconhecidos. A coisa está ficando difícil!

 

Se você quer ser um discípulo autentico e verdadeiro de Jesus, obedeça suas instruções:

“Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos”. (João 13:35 NTLH)

 

Será que teríamos a coragem de fazer a pergunta feita por Jesus a seus discípulos:

“— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus”. (Mateus 16:15 NTLH)

 

Os discípulos caminhavam com Jesus há algum tempo, como não poderiam saber quem ele é? O que Jesus queria saber era o que ele significava para os seus discípulos.

 

Estamos no primeiro século da era cristã, os seguidores de Jesus Cristo estão sofrendo violenta perseguição. Entre si eles se tratavam como irmãos, no relacionamento com Deus eles eram discípulos, apóstolos, servos (escravos) ou filhos; agora fica a pergunta:

- Como eles eram vistos pelos de fora da igreja?

 

A palavra “cristão” quando foi utilizada pela primeira vez era uma expressão preconceituosa e pejorativa, não se esqueçam que a igreja estava sendo perseguida e ser cristão significava ser marginalizado e excluído da família e da sociedade. Ser chamado cristão era afirmar que eles eram seguidores de Jesus Cristo. É tremendo saber que ser cristão era chegar as últimas consequências para que o evangelho fosse proclamado, mesmo que isso levasse ao sacrifício da própria vida.

 

No decorrer da história, principalmente devido a apostasia da igreja e as sucessivas divisões no cristianismo, os cristãos foram chamados de protestantes, reformadores, evangélicos, ou pela denominação da qual fazem parte. Não importa o nome da congregação que você faça parte, é tempo de resgatarmos o nome de “cristãos”.

 

Os discípulos de Cristo são reconhecidos pelo amor, e não se esqueça:

- Amor é ação, atitude e doar-se! Amor não é sentimento, religiosidade, ociosidade ou inercia!

 

Jesus queria saber o que as pessoas pensavam a seu respeito; os primeiros seguidores do Cristo demonstravam para os de fora, com atitudes, o que aprenderam dele; a história nos mostra milhares de homens e mulheres que escolheram obedecer, alguns sendo martirizados das maneiras mais cruéis; hoje cristão continuam sendo perseguidos sem negar a sua fé; e se você hoje é um cristão, saiba que para o evangelho chegar até nós foi através de um caminho de dor, começando com o Rei dos reis se fazendo como um de nós e sofrendo as mais terríveis humilhação.

 

Não importa se você é evangélico, tradicional, histórico, reformado, protestante, pentecostal, neopentecostal ou nome da denominação que você segue, infelizmente a divisão no meio do povo de Deus é o que vem atrapalhando o testemunho que temos a obrigação de dar.

 

Que sejamos cristãos nesse tempo, vivendo as verdades do Evangelho, e que nossas atitudes e ações reflitam Jesus Cristo.

“Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim”.   (Gálatas 2:20)

 

 

A Ele, o Deus Eterno, toda honra e toda glória!

 

 

Cláudio Eduardo - pastor 


😊



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