terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

IGREJA: ESTAMOS FALANDO DE QUEM?

 



IGREJA: ESTAMOS FALANDO DE QUEM?

 

Em meu livro anterior, Teófilo, escrevi a respeito de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar, até o dia em que foi elevado ao céu, depois de ter dado instruções por meio do Espírito Santo aos apóstolos que havia escolhido. (Atos 1:1,2 NVI)

 

Não sou muito chegado a definições pré-fabricadas, gritos de guerras, frases que podem ter um bom impacto e não dizem nada. Tenho tido uma dificuldade enorme com as abreviações e as dificuldades de comunicação nos tempos modernos.

 

Sou do tempo em que os livros eram apresentados com paixão as crianças, aprendíamos a ler e admirar os escritores, uma biblioteca era um lugar especial onde se podia viajar na imaginação.

 

Sou do tempo em que escrevíamos cartas, no Natal e Ano Novo enviávamos cartões de felicitações; e no meu caso não gostava de telegrama, pois o mesmo era normalmente usado para informar uma desgraça com rapidez.

 

Ao me referir as dificuldades na comunicação, não estou defendo o ser prolixo, e sim que uma informação precisa ser dada de maneira clara e se possível com todos os detalhes.

 

O primeiro livro que tenho conhecimento ser meu, foi uma Bíblia. Eu não sabia ler, aquele monte de letrinhas embaralhadas me fizeram sonhar e acreditar que quem sabe ler cresce mais rápido. Aprendi a ler rápido, uma professora ensinava as crianças em sua casa, quando entrei na escola regular fui direto para terceiro ano, que desafio ser sempre na turma o mais novo em idade.

 

Na adolescência viajei o mundo lendo autores brasileiros e estrangeiros, e até hoje sempre estou cercado de livros. Nunca parei de ler a Bíblia, me apaixonei pelos detalhes históricos, pesquisava quando possível a veracidade dos fatos citados nela e nunca encontrei contradição.

 

Ainda em minha adolescência, a partir da minha “interpretação” bíblica, e já a havia lido pelo menos duas vezes, olhava para a Bíblia e as igrejas e não via nenhuma coerência, melhor, considerava uma grande contradição.

 

O povo da Bíblia, que andavam com a Bíblia, que faziam cultos públicos nas praças e esquinas das ruas, que convidavam para ir em suas igrejas, que julgavam, que se consideravam melhores do que os outros, que viviam uma religiosidade vazia entre quatro paredes e apontavam o dedo para aqueles que pensavam diferente ou pediam uma explicação.

 

Vivia cercado de crentes que não conheciam e nem viviam a Bíblia, se hoje posso falar com você, é porque Deus operou um milagre extraordinário na minha vida.

 

Ainda na minha adolescência, vivia me perguntando quando alguém falava a palavra igreja perto de mim:

- Estamos falando de quem?

 

O livro de Atos do Apóstolos, único livro histórico do Novo Testamento, pouco explorado e usado como referência para o modelo de igreja do século XXI. Não vou tratar da história da igreja e muito menos das definições acadêmicas da eclesiologia, quero te convidar a olhar para a igreja na sua simplicidade e em seu poder.

 

O autor de Atos dos Apóstolos escreve o evangelho de Lucas e na sequencia o livro de Atos. Pesquisa, entrevistas, participação nos eventos históricos citados e assim conhecemos como e onde nasceu a Igreja Cristã (defendo o nascimento da igreja no dia de Pentecostes).

 

Um grupo de pessoas, amedrontados, sem recursos, sem um planejamento estratégico, sem saber o que aconteceria; simplesmente obedeceram. Se você sonha com um avivamento em sua vida, obedeça a Deus e o mais é com Ele.

 

O dia de Pentecostes não foi uma ação elaborada e planejada pelos apóstolos, eles não haviam convidado a melhor equipe de marketing para a mega inauguração da igreja de Jerusalém, não contrataram um restaurante com o melhor “coffee break” e não contrataram um alfaiate para que o cortes das túnicas impactassem os espectadores. Admiram aqueles que trabalham o marketing tratando a igreja como corpo espiritual, não dispenso um cafezinho antes ou depois das celebrações, e procuro me vestir bem; o problema é supervalorizarmos o supérfluo em detrimento do essencial.

 

Igreja é gente cuidando de gente, é coletividade que nas diferenças encontra unidade.

 

Tenho consciência de que não sou saudosista, retrogrado ou ultrapassado. Se temos tecnologia, vamos usar. Se podemos ter um ambiente confortável para as celebrações, que ótimo. Façamos sempre o melhor com os recursos tivermos. Só não podemos perder a visão que tudo isso é inútil sem o poder da igreja, o poder do Espirito Santo.

 

A igreja cresceu, impactou, transformou comunidade, conquistou o império. A igreja se preocupava com pessoas, cuidava de pessoas, evangelizava pessoas, salvava pessoas.

 

A igreja com no poder do Espírito Santo é sempre vitoriosa!

 

Finalizando:

- Igreja! Estamos falando de quem?

 

Obrigado Deus pelos registros de Atos dos Apóstolos, pois dessa forma sabemos que na simplicidade uma igreja real fez diferença para a humanidade, e que diferença!

 

Pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum. (Atos 28:31 NVI)

 

A Deus, toda honra e toda glória!

 

Cláudio Eduardo - pastor

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Fotografia da Igreja Batista Arena de Deus, em Angoche, Moçambique. 

Uma igreja que na sua simplicidade está fazendo diferença!

 

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