CHEGOU O MOMENTO DE SEPARAR!
Chegamos ao capítulo de número 36 do livro
de Gênesis, e hoje eu quero convidar você a observar com atenção a maneira
como Deus trabalha no cumprimento das Suas promessas.
Deus fez uma promessa a Abraão,
reafirmou essa promessa a Isaque e, agora, vemos essa promessa sendo
novamente confirmada na vida de Jacó. Mas há algo muito importante nesse
capítulo que, à primeira vista, pode passar despercebido.
Estamos diante de um texto que fala sobre os
descendentes de Esaú. Muitos de nós não gostamos de ler genealogias na
Bíblia, mas é fundamental lembrar: isso também é Palavra de Deus.
Quando o texto bíblico destaca os reis,
príncipes e chefes que descendem de Esaú, ele está nos ensinando algo precioso:
todos eles também são descendentes de Isaque e, consequentemente, de Abraão. Ou
seja, a promessa feita por Deus a Abraão — de que sua descendência seria
numerosa como as estrelas do céu e como a areia do mar — também alcança Esaú.
Deus não abençoou apenas Jacó. Deus também
abençoou Esaú, por causa da fidelidade de Abraão. Abraão permaneceu fiel e em intimidade com
Deus. Isaque andou em obediência ao Senhor. E as bênçãos se estenderam às
próximas gerações.
Separar não é romper
Nos versículos 6 e 7, o texto nos
mostra que Esaú e Jacó se separam.
Mas agora a separação é completamente diferente daquela vivida no passado. Antes,
Jacó fugia de Esaú por medo, por conflito, por ameaça de morte. Agora, eles se
separam em paz.
A razão não é briga, nem discórdia, mas abundância.
Ambos haviam sido muito abençoados. Tinham muitos rebanhos, muitos bens, e a
terra já não comportava os dois juntos.
A Bíblia diz que Esaú tomou suas mulheres,
seus filhos, seus bens e foi para outra terra, afastando-se de seu irmão Jacó. Depois de anos de conflito, dor, engano e
medo, vemos algo extraordinário:
👉 uma separação pacífica, madura e conduzida
por Deus.
Eles não permanecem juntos, mas permanecem debaixo
da promessa do Senhor.
Reconciliação não é dependência
Aqui aprendemos uma lição profunda:
Reconciliação não significa, obrigatoriamente,
caminhar junto o tempo todo.
Reconciliação é:
- viver em
amor,
- liberar
perdão,
- tirar do
coração todo rancor, ódio, mágoa e angústia.
Nosso coração não foi criado para abrigar
ressentimentos. Nós fomos criados à imagem e à semelhança do Criador, e
a Palavra nos ensina que Deus é amor. O amor de Deus nos constrange e
nos chama a viver relações saudáveis, mesmo quando isso significa seguir
caminhos diferentes.
Ciclos que se encerram, promessas que
continuam
Jacó e Esaú precisaram se separar — não por
causa de briga, mas por direção de Deus.
Aquela terra agora estava ligada à promessa
feita a Jacó. Canaã foi prometida a Abraão, reafirmada a Isaque e, agora,
confiada a Jacó. Esaú encerra um ciclo. Jacó inicia outro.
Deus estava dizendo a Esaú: “Aqui termina o
seu tempo.”
E a Jacó: “Agora começa um novo ciclo, com novos desafios e coisas
grandiosas que farei em você e por meio de você.”
Que lição tiramos disso?
1. Nem toda separação significa briga.
2. Nem todo distanciamento é fracasso.
3. Reconciliação é viver em paz, ainda que não
seja lado a lado.
4. As promessas do Senhor não falham.
Jacó toma posse da promessa, mas sua
concretização plena acontece séculos depois, quando o povo de Israel sai
do Egito, atravessa o mar, enfrenta o deserto e experimenta o agir poderoso de
Deus.
Isso nos ensina a confiar no tempo do Senhor.
Confie nas promessas de Deus. Viva debaixo
delas. Caminhe em amor, em paz e em reconciliação.
E lembre-se:
nem toda separação precisa ser marcada por dor e conflito. Às vezes, ela
é apenas Deus conduzindo cada um para o lugar certo.
Que o seu dia seja profundamente abençoado.
Cláudio Eduardo M. Costa
Pastor